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Adolescente de 15 anos é suspeito de matar policial penal dentro de táxi; crime de latrocínio

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Foto: Adriana Magalhães/Cidadeverde.com

Por Adriana Magalhães e Caroline Oliveira

Atualizada às 11h10

Um adolescente de 15 anos é apontado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) como o principal suspeito de matar o policial penal aposentado e taxista, Francisco Célio Pereira, 71 anos, na última quarta-feira (5), Residencial Torquato Neto, zona Sul de Teresina. Ele teria praticado ato infracional análogo ao crime de latrocínio.

A TV Cidade Verde apurou que o adolescente esqueceu algumas compras dentro do veículo, e a polícia conseguiu identificar a loja onde ele comprou os produtos e pagou usando seu próprio PIX. Assim, foi possível identificá-lo.

De acordo com o coordenador do DHPP, delegado Francisco Baretta, a motivação teria sido pelo fato de o adolescente ter visto a arma que o taxista tinha entre as pernas, no momento da corrida. O garoto estaria cometendo assaltos no Centro de Teresina, antes de ingressar no veículo. 

“Foi um crime de latrocínio, roubo seguido de morte. [O adolescente] percorreu algumas lojas, até ingressar abordo do táxi e viu que tinha uma arma entre as pernas e foi o motivo que ele matou a vítima”, explicou o delegado Baretta.

O policial penal utilizava duas armas. Uma delas, uma pistola ponto 40, que ele carregava na região da axila, permaneceu no corpo da vítima. A outra não foi encontrada.

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Foto: Renato Andrade/Cidadeverde.com

Segundo o delegado Francisco Baretta, coordenador do DHPP, o adolescente embarcou no Centro de Teresina, no ponto onde Célio trabalhava como taxista.

"A equipe percorreu todo o caminho do roubador. Esse indivíduo percorreu o Centro de Teresina e visitou algumas lojas. Os policiais refizeram o caminho dele até ingressar no táxi. Ele embarcou na Praça Saraiva com destino à zona sul de Teresina", disse o delegado.

Segundo as investigações, o adolescente teria embarcado no táxi de Célio nas proximidades da praça Saraiva, no Centro e sentado no banco traseiro, atrás do banco do passageiro.

"Todos os disparos foram feitos na região direita. E por que ele fez mais de dois disparos? Não encontramos nenhum estojo, nem nas imediações nem dentro do veículo. Ele usava uma arma de repetição, um revólver de baixa energia cinética no projétil, por isso ele efetuou quatro disparos. A vítima tentou reagir, e ele a imobilizou, até fazer a chamada cronologia da morte", explicou.

O suspeito já tem passagens por atos infracionais análogos a roubo e tráfico de drogas.

"Ele é um sujeito de alta periculosidade. Ele tem apenas 15 anos, mas já tem passagens por roubo, furto e tráfico de drogas. A nossa equipe já fez contato com a mãe dele, que prometeu entregá-lo, mas, independentemente disso, vamos fazer a apreensão dele e colocá-lo à disposição da Justiça", disse.

A investigação apontou que ele mora a dois quarteirões de onde o corpo do taxista foi encontrado dentro do veículo. 

O coordenador do DHPP acredita que o adolescente já iniciou a corrida com a intenção de cometer algum tipo de crime, e que no caminho pode ter percebido a arma entre as pernas do motorista, e esse fato pode ter sido determinante para ele decidir matar o taxista.

"Ele pegou o táxi, ia cometer um crime de assalto, e viu a arma lá junto ao taxista. Ele viu a oportunidade e é justamente nisso que os meliantes se apegam para cometer o crime", reforçou o delegado.

Taxista relembra última conversa

O taxista Luiz Gomes da Silva Filho, com 27 anos de praça, conversava com Francisco Célio minutos antes dele pegar sua última corrida, onde acabaria sendo morto a tiros no bairro Torquato Neto.

"Às 13h05 estávamos aqui conversando sobre um serviço que ele queria fazer no carro dele. Liguei na frente dele para o mecânico e confirmamos para hoje, sexta-feira, às 8h, para ele entregar o carro na oficina. Eu era o motorista da vez, estava na frente e o Célio era o terceiro. Eu peguei uma corrida, o Índio pegou outra e ele ficou na vez e não nos vimos mais", lamenta.

Fotos: Renato Andrade/Cidadeverde.com

O amigo de praça disse que foram mais de duas décadas trabalhando juntos na Rua Félix Pacheco, em frente à Praça da Bandeira, no Centro de Teresina.

"Eu estou há 27 anos aqui nesse ponto, nesta mesma rua. Ele chegou pouco tempo depois que eu cheguei. Ele era um cara legal, um cara bom, não fazia mal a ninguém, era um cara família. Ligava aqui todo dia para a filha, perguntava se ela estava precisando de algo. Eu sou testemunha disso", relembra.

O taxista falou sobre a sensação de impunidade que fica após a morte de mais um colega de profissão.

"A nossa Justiça é muito falha. Eu acho difícil ele ficar preso, logo, logo ele está na rua, matando. Mas se nós soubermos, a coisa vai ser diferente. É uma pena eu dizer isso, mas é a realidade, é a realidade", desabafou.

 

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