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Lenda do Blues se apresenta em Teresina na próxima semana

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Não são muitos os artistas que podem se gabar de ter criado uma linguagem musical. Robert, Johnson, Frank Sinatra, Chuck Berry, Elvis, Hendrix, Marvin Gaye, Miles Davis, os Beatles, Kraftwerk, Black Sabbath, Ramones, o Faith No More - a lista não avança muito a partir daí. Nesse seleto grupo de excepcionais, Celso Blues Boy arruma uma vaguinha por ter dado um sotaque brasileiro ao blues, um gênero americano por excelência, e com ele feito sucesso avassalador ao ponto de ser, ao mesmo tempo, lenda, ídolo e referência, ainda mais quando se trata de guitarra.


No próximo dia 29 esse monstro da guitarra e do blues brasileiro faz show no Planeta, em Teresina, acompanhado da Banda Caro Watson, no projeto Oi Blues By Night.

 

Reconhecimento Internacional

Os elogios à contribuição de Celso Blues Boy para a música brasileira não são exagero. A revista Backstage colocou Celso entre os 20 maiores guitarristas da história; BB King, expressão máxima do blues, o reverenciou ao dividir palcos e estúdio com ele e o convidar para fazer carreira nos EUA; tocou no célebre Festival de Montreaux, na Suíça; The Commitments, a banda do filme cult de Alan Parker, chamou BluesBoy para se integrar a ela (e ele gentilmente recusou). Se Celso não foi alçado ao mesmo patamar glorioso de Tom Jobim, João Gilberto, Caetano Veloso e outras sumidades nacionais, não cabe aqui buscar explicações. Os fãs de Teresina, vão comprovar ao vivo, dia 29, no Planeta, o que o mundo já viu.


Uma história de sucesso

Celso Blues Boy vem fazendo história desde a metade dos anos 70. Com apenas 17 anos, por exemplo, integrou o grupo de Raul Seixas. Acompanhou uma penca de veneráveis nomes da MPB, Renato e Seus Blue Caps, Sá & Guarabira, Luiz Melodia, entre outros e arregimentou fãs ao empunhar a guitarra nas bandas Legião Estrangeira e Aero Blues, considerado o primeiro grupo de blues do Brasil e dono de performances memoráveis na lendária casa de shows Apa Loosa, no Rio de Janeiro.

Esses mesmos fãs viram Celso galgar os degraus da fama nos anos 80. Sua estréia solo, em 1984, com "Som na Guitarra", é um clássico absoluto, não só pelos hits que contém ("Aumenta que isso aí é rock'n'roll", "Blues Motel"), mas por espalhar aos quatro cantos do país a notícia de que havia bom blues sendo feito no Brasil. Junte isso ao talento nas seis cordas, a voz rouca, a boa aparência e canções de qualidade e se tem um astro instantâneo. Foi o que aconteceu.


A década de 80 foi mesmo pródiga para o guitarrista - é dessa época outros hits como "Marginal" (ao lado de Cazuza), "Damas da Noite", "Tempos Difíceis", "Fumando na Escuridão", "Sempre Brilhará" e as trilhas de "Rock Estrela" e "Bete Balanço" -, tanto que ele está entre os artistas-símbolo do período. Mas jamais ficou restrito a ele. Tanto é que foi na década de 90 que ele gravou o excepcional "Vivo" . Foi também quando passou a se apresentar regularmente na Europa, virou amigo de BB King - a quem homenageia no nome artístico e que empresta seu toque único a "Mississipi", faixa do álbum "Indiana Blues", de 95 - e recebeu o convite para integrar os Commitments. Isso sem falar na agenda lotada de shows pelo Brasil.


Nos anos 2000, Celso Blues Boy segue incansável na estrada, de aeroporto em aeroporto, pelos palcos afora. Nessas idas e vindas, gravou no ano passado "Celso Blues Boy ao Vivo", seu primeiro DVD (também lançado em CD pela Penedo Music). Diante de uma platéia entusiasmada, ele desfila suas músicas mais conhecidas com a classe, a garra e a emoção típicas de quem entrega aos fãs bem mais do que eles pedem.


Mesmo após três décadas de carreira, a história de Celso Blues Boy continua sendo traçada e contada. E, volta e meia, com superlativos coerentes com seu talento. Depois de Recife, João Pessoa, Fortaleza e Maceió, será em Teresina, a parada da lenda viva do blues.

 

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