Cidadeverde.com

Após ocuparem reitoria da Uespi, estudantes marcam novo protesto

Imprimir
Manifestantes que invadiram a reitoria da Universidade Estadual do Piauí - Uespi - querem um encontro direto com o governador Wilson Martins (PSB). A Polícia Militar foi acionada para dar segurança ao local, mas estudantes e professores, após conversa com o reitor Carlos Alberto Pereira, decidiu desocupar o local ainda nesta segunda-feira (28). Uma nova manifestação foi marcada para quarta-feira, no Palácio de Karnak, sede do governo.

Fotos: Thiago Amaral/Cidadeverde.com

Os estudantes invadiram a reitoria pela manhã para impedir que o conselho universitário aprovasse a adesão da Uespi ao Exame Nacional do Ensino Médio - ENEM. Os manifestantes escolheram cinco entre si para conversarem com o reitor, mas alegam terem sido impedidos pela segurança. Nos empurrões para ocupar o prédio, o vidro de uma porta foi quebrado - por um segurança, segundo os alunos.


Na tarde de hoje, o reitor recebeu professores e alunos em um debate aberto. O tenente Mábio Cardoso comandou a Polícia Militar para manter a ordem e evitar qualquer tipo de incidente. A presença da PM gerou revolta nos estudantes, que gritavam "Abaixo a repressão! Polícia é pra ladrão!". 

Ao falar na reunião, a professora Lucineide Barros, do curso de Pedagogia, declarou que uma das condições para encerrar a greve dos professores, deflagrada hoje, é o diálogo direto com o governador e a discussão sobre o Enem com toda a sociedade. "Autonomia financeira é uma necessidade básica. É possível a gente ir lidando com recursos que já foram aprovados. Mas, se esses recursos não são repassados totalmente, a situação fica mais complicada. A Uespi não tem verba para crescer", acrescentou.


Segundo Lucineide Barros, a Uespi teria R$ 110 milhões liberados, dinheiro que não foi repassado, mas iria, a curto prazo, resolver os problemas emergenciais da instituição. O aumento do repasse, a assistência estudantil e a estruturação dos campi com bibliteca e restaurantes também estão na pauta de reivindicações.  

Reitoria responde
Carlos Alberto Pereira informou que fez todos os encaminhamentos e reconhece os problemas da Uespi. O reitor declarou que trabalha em projetos para fazer a universidade crescer, mas falta verba. "Quem é que tem autonomia financeira levante a mão. Ninguém tem. Todo mundo aqui depende de alguém. Eu também dependo", disse, defendendo discussão sobre o problema na Assembleia Legislativa. 

O reitor informou que foram destinados R$ 77,5 mil para compra de suprimentos. Ele garante que não há unidade da Uespi sem pincel e papel.


Fim da manifestação
Sindicatos que apoiam a manifestação enviaram quentinhas de frango para o almoço dos estudantes, que só ocorreu por volta de 16h. 

O conselho adiou a votação sobre a adesão ao Enem. Professores levantaram necessidade de audiência publica, mas os conselheiros nem chegaram a colocar a questão em votação. 

A nova manifestação foi marcada para sair às 8h da Faculdade de Ciências Médicas - Facime. O grupo irá se dirigir ao Institito Federal do Piauí - IFPI - antes de chegar ao Palácio de Karnak. 

Jordana Cury (especial para o Cidadeverde.com)
Fábio Lima e Lívio Galeno (da Redação)
Você pode receber direto no seu WhatsApp as principais notícias do CidadeVerde.com
Siga nas redes sociais