Uma internauta do Cidadeverde.com presenciou o acidente com a Kombi da Prefeitura de Piracuruca, que provocou a morte de sete pessoas na última terça-feira(19). A jornalista Carla Raquel Lima, descreve os momentos de agonia que viveu, ao tentar socorrer as pessoas pelo telefone 192 do Samu (Serviço de Assistência Médico de Urgência) e não conseguir.
O acidente aconteceu na BR-343 entre as cidades de Altos e Campo Maior, por volta das 19 horas.
Fotos: Portal Campo Maior
Kombi da Prefeitura transportava pessoas de Piracuruca
Segundo Carla Raquel, o carro onde estava por pouco não fez parte do acidente, que envolveu mais dois carros além da Kombi. “Estávamos todos a uma velocidade de 60 a 70 km/h, pois chovia muito, a visibilidade tava muito ruim. Graças a Deus a gente conseguiu frear a tempo”, destacou.
Ao vir o acidente, a jornalista começou a ligar de seu celular para o Samu, mas ao falar com uma atendente constatou que estava caindo no serviço de Teresina e ela informou que teria que ligar de um telefone fixo, para falar com o Samu de Campo Maior ou Altos. “Fiquei revoltada e perguntei para ela onde eu iria encontrar um telefone fixo em uma BR no meio do nada. Perguntei se não dava para ela ligar para Samu de Altos e a resposta foi NÃO”.
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Confira o relato na íntegra:
Sobre o acidente na BR343, gostaria de passar algumas informações. Eu, infelizmente, presenciei o acidente. Eu, o meu marido e outras 4 pessoas seguíamos em nosso carro (um Fox) para Parnaiba, à nossa frente estava o Fiat idéia e a frente deste a Kombi. Estávamos todos a uma velocidade de 60 a 70 km/h, pois chovia muito, a visibilidade tava muito ruim. No sentido contrario (Campo Maior Teresina) surgiu essa frotier em alta velocidade, invadiu a pista contraria e colidiu com a Kombi, esta rodou e bateu de frente com o Fiat idéia. Graças a Deus a gente conseguiu freia a tempo (ficamos a uns 2 metros do Fiat) e o carro que vinha atrás da gente também. Com a batida algumas pessoas da Kombi foram sacadas para fora.
Imediatamente começarmos a ligar para o SAMU. Na primeira tentativa a ligação caiu, na segunda conseguir falar com uma atendente que me informou que a ligação tava caindo no SAMU de Teresina. Pedir ajuda, mas a atendente me disse que não podia fazer nada que tinha que ligar para o SAMU de Altos ou Campo Maior, para isso eu tinha que ligar de um telefone FIXO. Fiquei revoltada e perguntei para ela onde eu iria encontrar um telefone fixo em uma BR no meio do NADA. Perguntei se não dava para ela ligar para SAMU de Altos e a resposta foi NÃO. Por fim perguntei o que fazer, pois não tinha como ligar de um telefone fixo, e a atendente me sugeriu ligar para a policia rodoviária.
Depois disso,liguei para a PRF e, depois de alguns minutos ouvindo uma gravação dizer que todos os atendentes estava ocupados, foi atendida podendo finalmente pedir socorro. Depois disso, resolvemos ir ate Campo Maior pedir ajuda do SAMU de lá. Enquanto isso as pessoas agonizavam no local e perdia as suas vidas.
Agora eu pergunto, o que custava o SAMU de Teresina ligar para o SAMU de Altos? Uma ligação? Para aquelas pessoas pode te custado a vida. Isso é revoltante. Até quando nós cidadão que precisamos dos serviços do Estado vamos ter que sofrer com o despreparo, a falta de organização e de planejamentos desses órgãos?,
Carla Raquel - jornalista |
Samu
A coordenadora substituta do Samu em Teresina, Suelma Cardoso, informou ao Cidadeverde.com que a ligação, mesmo sendo de celular, deveria ter caído na cidade mais próxima que há o serviço e teria que conferir nas gravações e nas fichas se esta ligação realmente teria caído em Teresina.
Ela disse que todo atendimento é regulado por um médico que decide qual tipo de ambulância vai enviar.
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