O ex-senador Mão Santa, em entrevista ao Jornal do Piauí, afirmou que a Justiça Eleitoral precisa provar se é “boa ou não” para julgar os grandes processos que tramitam na Casa. Ele disse que tem certeza de que voltará ao cargo e alfinetou o Partido dos Trabalhadores. O político esteve hoje na convenção que instalou o diretório municipal do seu partido, o PSC, em Teresina.

O evento foi bastante prestigiado por diversas autoridades, inclusive de nomes cotados para disputar as eleições do próximo ano como o peemedebista Marlos Sampaio e o tucano Firmino Filho. Entretanto, Mão Santa, com suas famosas citações, ainda não manifestou seu apoio. “Eu sou muito ‘bíblico’ e a Bíblia diz: ‘sob os céus há um determinado propósito para cada tempo’. Evidentemente, muitos partidos vieram e foi uma honra, como o extraordinário ex-prefeito Firmino Filho; o jovem deputado Marlos Sampaio; o presidente da Assembléia, Themístocles Filho; Kleber Eulálio, Tomaz Teixeira, foi muito exitoso”, pontuou.

Ao ser questionado se sua esposa, Adalgiza Moraes Souza, que disputou as eleições à prefeitura de Teresina em 2008, seria candidata novamente, o ex-senador desconversou e preferiu falar sobre outro pleito, o de 2010, no qual foi derrotado e entrou com um processo para tentar reaver o cargo. 

“Aguardamos o processo na justiça, que vai tirar suas vendas. Fui observador das eleições da Argentina (em 2007) e lá não precisa disso (Tribunais Eleitorais)”, criticou. “Foi gritante; a maior corrupção eleitoral da história do mundo! Democracia não é só leilão é o Estado democrático de direito”, avaliou. Sem citar diretamente nomes, mas claramente fazendo referência ao senador eleito Ciro Nogueira, contra quem entrou com processo de cassação, Mão Santa fala de um político cujo “companheiro de chapa usou estrutura na compra de votos”. 

O ex-senador disse que está seguro sob sua volta ao Senado. “(Tenho) certeza ab-so-lu-ta que vou retomar o cargo. A Justiça tem que parar de só julgar os pequenos crimes e mostrar serviços nas grandes causas. Eu sei que eles são poderosos, gente que debocha da lei, mas vai chegar o dia. Não tenho medo de bandido. Os outros são mais perigosos que Correia Lima, que eu prendi quando era governador, mas vamos enfrentá-los. Tenho certeza que vai haver Justiça e vamos retomar porque é um desejo do Piauí, do Brasil”, declarou. 

Mão Santa ainda aproveitou para alfinetar a administração estadual, mas não criticou diretamente o governador Wilson Martins, que, segundo o ex-senador, é uma vítima do legado deixado pelo governo petista.  “Foram 41 assassinatos no mês passado em Teresina! Isso não existe! O mínimo que se pode oferecer é segurança. Na guerra das Malvinas morreram 20. Estamos vivendo um tsunami e maremoto de falta de vergonha. Esse governo não oferece segurança. O povo é extorquido para pagar imposto que o governo não devolve. A Uespi está aí, e a saúde só serve pra quem tem plano de saúde. Wilson é uma vítima. O Piauí e o Brasil teve governo do PT, o pobre vê greve pra todo lado”, exemplificou.