Dois vereadores e o vice-prefeito de Currais vieram a Teresina denunciar o atual prefeito, Joaquim Aristeu (PSB) por supostos desmandos no município, distante 640 quilômetros ao Sul de Teresina. Eles levaram um dossiê com documentos para tentar comprovar atos feitos sem licitação. O vice Ramon Paulo da Silva (PT) também pediu proteção e afirmou estar sendo ameaçado de morte por contribuir com as queixas.

A documentação apresenta denúncias de contratação irregular de servidores, ausência de licitação para contratação de veículos, merenda escolar, material de expediente e consumo, medicamentos e material hospitalar. Existiriam incídios de direcionamento e montagem dos procedimentos licitatórios, pagamento de transporte escolar sem prestação do serviço e ausência do repasse da contribuição previdenciária dos servidores ao INSS. Além disso, foi questionado um contrato de R$ 23 mil para hospedagem e alimentação de pessoas de baixa renda para tratamento de saúde em Teresina, também sem licitação. 

As queixas foram levadas para a PF, OAB, Tribunal de Contas do Estado, Procuradoria do Estado e Ministério Público Estadual. "Nós descobrimos tudo principalmente através de notas fiscais frias. As pessoas lá em Currais nem se aposentam porque nada consta no INSS", disse o vereador Euclides Barros (PP). Ele denuncia que o município de 4 mil habitantes estaria declarando o transporte de 48 pessoas por dia para tratamento de saúde na capital. Os supostos desvios em recursos federais da Educação e Saúde ultrapassariam a soma de R$ 10 milhões. 

O delegado Alexandre Uchôa, que acompanha o caso na Polícia Federal, não quis prestar declarações nesta quinta-feira sobre a investigação. 

A comitiva de Currais também reclama do adiamento do julgamento das contas da prefeitura de 2009, que deveria ocorrer ontem. "Nós estamos indignados. Nós viajamos quase 700 quilômetros, sem condições, para assistir o julgamento e fomos surpreendidos pelo presidente da OAB pedindo adiamento", reclama o vereador Paulo Braúna (PT). Sigifroi Moreno Filho estava na condição de advogado do prefeito e informou ao Cidadeverde.com que ainda está se habilitando nesse caso, o que motiva o pedido de julgamento para nova data. 

O Cidadeverde.com tentou contato com o prefeito Joaquim Aristeu, que está em Teresina, mas não atendeu no número celular informado pela prefeitura.