O juiz da 1ª Vara do Tribunal do Júri, Antônio Noleto, concedeu na tarde desta segunda-feira (17) relaxamento de prisão a três pessoas que ainda estavam detidas no caso Fernanda Lages. Dois vigias e um operário de obras na avenida João XXIII já foram soltos pela Comissão Investigadora do Crime Organizado - Cico - que investiga a morte da estudante de 19 anos. 

José Francisco Feitosa, operário da obra do Ministério Público Federal/PI, onde a jovem foi achada morta no dia 25 de agosto, foi solto dois dias após sua prisão. Ele era o único dos detidos sem advogado próprio e foi assistido pela Defensoria Pública, que usou o argumento do trabalhador não ser considerado suspeito. Seguindo o mesmo argumento, os advogados de Domingos Pereira da Silva dos Santos, vigia da obra do TRT/PI, Edson Rodrigues, vigia da obra do MPF/PI, e Francisco Vital dos Santos Júnior, operário da obra do MPF/PI, pediram suas liberdades.

Após a chegada do oficial de justiça com o alvará de soltura, os três saíram da Cico dentro dos carros de seus advogados por volta de 16h45. Os advogados Alessandro Lopes, que defende Edson Rodrigues, e Carlos Moreira, que tem Francisco Vital como cliente, sustentaram que eles não poderiam ficar presos na condição de testemunha. Andréia Fechinne também foi até a sede da Comissão para levar o vigia Domingos Santos, mas não falou com a imprensa na sua chegada. 

Antônio Noleto confirmou ao Cidadeverde.com que aceitou o argumento de que os presos não são acusados, mas sim testemunhas, impedidas de serem presas segundo o novo Código Penal.

Nos últimos dias, a Cico promoveu acareações entre os presos para confrontar suas versões. O resultado da perícia e das duas reconstituições deixaram claro para a polícia que seria impossível que nenhum deles tivesse deixado de ver ou ouvir a queda de Fernanda Lages do último andar da obra. Uma outra acareação foi feita entre o vigia Domingos e o empresário Jivago Castro, que prestou depoimento ontem na Cico. Nesta segunda-feira, foi a vez de parentes e amigos da jovem serem ouvidos novamente.