Funcionários da Companhia de Água e Esgotos do Piauí (Agespisa) paralisaram suas atividades, na manhã desta terça-feira (29), para protestar contra a contratação de empresas terceirizadas. Durante o café protesto eles discutiram a legalidade do credenciamento da empresa CRC da Central de Recuperação de Débitos para cobrança das inadimplências. 

Os serviços de renegociação e cobrança eram feitos pelos funcionários da própria Agespisa, entretanto os funcionários afirmam que a cerca de um mês tiveram suas senhas bloqueadas, devido à contratação da empresa. 

“Com isso, a Agespisa vai pagar uma porcentagem para a empresa. Esse dinheiro é da Agespisa e tanto ela quanto os consumidores estão perdendo com isso”, argumenta o presidente do Sindicato dos Urbanitários, Francisco Marques.

Durante o café protesto, que começou às 8 horas, os funcionários abraçaram o prédio da empresa. “A contratação da CRC é desnecessária, a Agespisa tem uma estrutura para fazer isso. Nós estamos preparados para receber os clientes. A partir da contratação da empresa, há clientes sendo desrespeitados e estão procurando o Procon para denunciarem”, declarou. 

Além da CRC, o presidente denuncia outras terceirizações, que segundo ele, seriam indevidas. “Estamos questionando a legalidade e a necessidade de todas essas contratações”, destacou Francisco Marques. 

Segundo o presidente da Agespisa, Raimundo Neto, a empresa opera com uma inadimplência de 65% a 70% ao mês. O que provocou uma dívida de mais de R$ 200 milhões a receber dos usuários. 

“Estamos preparando com técnicas modernas de cobrança, fiz uma pesquisa de mercado e percebi que muitas outras empresas terceirizam o serviço de cobrança são técnicas que os funcionários efetivos não estavam preparados para fazer”, afirmou Raimundo Neto.

Ele garantiu que não vai ser cobrado nem mais nem menos dos clientes e que a empresa contratada só vai ganhar se conseguir recursos. Neto ressaltou que a contratação foi feita na gestão anterior e apenas colocou em prática. 

“É um contrato que está dando resultado, já temos um acréscimo no faturamento nos 15 dias de campanha”, argumenta. 

Os consumidores têm até o dia 30 de novembro para renegociar o débito com a Agespisa, parcelando em 48 vezes. Segundo o presidente, os valores arrecadados serão transformados em investimentos. "As obras mais urgentes dizem respeito ao abastecimento de água e são calculados em torno de R$ 30 milhões".