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Professor compara ensino literário em escolas pública e privada

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O professor da UEMA e colaborador do Mestrado de Literatura da UFPI, Diógenes Buenos Aires de Carvalho, lança na próxima quinta-feira (9) às 19h, na Casa da Cultura, o livro “As Crianças Contam as Histórias – Os horizontes dos leitores de diferentes classes sociais”. A obra, publicada pela Editora da UFPI, é resultado da tese de doutorado do docente que analisou como as crianças do 5º ano de duas escolas, uma pública e outra privada, assimilam e reproduzem os conteúdos literários. 

Evelin Santos/CidadeVerde.com

“No colégio privado, há uma biblioteca voltada que fica no centro do prédio e de fácil acesso. Nas escolas públicas foi difícil encontrar uma que tivesse algo semelhante. Achei uma professora que tem um acervo dentro da classe e um projeto que estimula a leitura entre os alunos”, pontua o estudioso. Ele pediu que os garotos, que possuíam entre 9 e 10 anos, escrevessem uma história que seria lida por outra criança

Segundo Diógenes, o estudo revelou que nas duas instituições de ensino, as crianças possuem uma forma semelhante de assimilar e reproduzir as histórias que lêem e escutam, entretanto, o repertório dos alunos da rede particular é maior que os da rede de escolas públicas. “Isso acontece porque as crianças de uma classe social mais alta têm mais acesso a uma variedade maior de narrativas vindas de outros suportes como cinema, TV por assinatura e outros livros de casa”, descreve. 

O professor acrescenta que as histórias feitas pelos alunos pesquisados tinham sempre um viés de contos de fábula, reforçavam a imagem da família ideal e os papeis masculinos e femininos. “É importante que as escolas trabalhem não só com os contos de fadas, mas com outros tipos de história que mostrem outras formações de família e tenham outras narrativas a fim de apresentar uma maior diversidade de mundo e narrativas mais complexas”, sugere. 

Diógenes finaliza ressaltando a importância da literatura na vida das crianças. “Ela tem o papel de mostrar um mundo organizado – onde tudo pode acontecer na história, mas a criança sabe que no final fica tudo bem – além de proporcionar o domínio da língua escrita”, afirma. 


Carlos Lustosa Filho
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