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Infectologista esclarece sobre mensagens nas redes sociais do Zika Vírus

O infectologista Kelson Veras esteve no Jornal do Piauí nesta segunda-feira(08) para tirar dúvidas sobre informações que estão surgindo nas redes sociais sobre o Zika Vírus. Confira o que é mito e o que é verdade, segundo o médico:

1. Zika Vírus era resultado de vacinas vencidas contra a rubéola?
MITO. “Uma tentativa de desestimular as mães de uma coisa que faz enorme bem às crianças. Essa é uma mentira deslavada com intenções bastante maldosas”, destacou. 

2. Crianças de um a sete anos e idosos estão apresentando sequelas do Zika Vírus quando infectado?
MITO. Segundo o médico, só consegue causar danos neurológicos no feto com poucas semanas de gestação e também é possível que uma resposta imunológica contra o vírus se direcione por engano ao sistema nervoso, causando a síndrome de Gullan-Barré, mas pode ser não só pelo Zika e sim várias doenças infecciosas. 

3. Fluidos corporais: saliva, sêmen podem transmitir o Zika Vírus, ou seja, através do beijo, do ato sexual?  
Ainda em estudo. “O que nós temos comprovado são dois casos nos Estados Unidos de pessoas que foram infectadas em trabalhos de pesquisa com o Zika e por relação sexual passaram para suas esposas. Um vírus que é capaz de infectar uma mulher grávida, se disseminar pelo sangue e chegar até a criança que está em gestação, portanto é possível que pelo sangue chegue a secreções corporais, mas não será a forma principal de transmissão. Ele é adaptado para ser transmitido por mosquito”, ressalta. 

4. Mulheres lactantes com sintoma de Zika devem parar de amamentar?
NÃO. “Mesmo havendo a possibilidade, ainda não comprovado, de transmissão pelo leite materno, os benefícios para a criança excedem enormemente qualquer problema banal que o vírus possa causar numa criança já nascida”.

5. Mulheres que já tiveram Zika antes de engravidar, numa gestação pode ter alguma sequela?
NÃO. “Uma vez a mãe tendo tido Zika antes da gestação, ela não terá mais o vírus na sua circulação, portanto a criança que gerar, futuramente não terá problema”. 

6. Quem teve Zika não se repete?
Provavelmente NÃO. É o que se sabe até agora e creio que será confirmado isso sim.

7. Repelente funciona contra o mosquito?    
SIM. “Comercializados em farmácias são os recomendados, mas, após determinado tempo perdem a eficácia. Não é 100%, mas é o recomendável para minimizar a transmissão”. 

8. Tem estudo de vacina?
SIM. “Está em estudo, uma vacina que não seja tão difícil já que é apenas um tipo de Zika e costuma ser mais fácil de sintetizar, mas é algo para um horizonte muito distante, de cinco anos pelo menos”. 

9. É possível que tenha vírus e ele não se manifeste?
SIM. “Os pesquisadores afirmam que 84% das pessoas com Zika Vírus não vão manifestar nenhum sintoma”. 

10. Isso pode acontecer com gestantes e mesmo assim o feto ser infectado e causar microcefalia?
SIM. “Uma gestante se encontra muito bem, não está sentindo nada, mas ela esteja infectada pelo Zika e poderá transmitir vírus para a criança e esta vir a ter microcefalia”. 

11. Quais as sequelas que uma criança de 10 meses pode ter ao contrair o Zika?
Nenhuma. “Uma infecção benigna. No máximo uma empolação pelo corpo, com manchas vermelhas que coçam muito e sem nenhuma sequela posterior”. 

12. Vírus chegou quando no Brasil?
“Provavelmente junto com uma comissão de fieis das Ilhas Polinésias que vieram ao Brasil na Jornada Mundial da Juventude em 2013, essa delegação trouxe o vírus para o Brasil”.  

13. Qual a diferença entre sintomas da Zika e da Dengue?
Zika – quando há sintomas, que é minoria, começam com empolação por todo corpo que coçam muito e tem apenas uma sensação febril e pode sentir dor pelo corpo. 
Dengue – começa subitamente com febre elevada, muita dor no corpo e apenas a partir do quinto dia é que aparecem essas manchas no corpo, em alguns momentos.

“Mães fiquem tranquilas. As crianças já nascidas não correm risco de doença neurológica sequelar grave associada ao Zika Vírus. Esse problema se restringe aos primeiros meses de formação do feto na gestação”, ressalta o infectologista.

 

Caroline Oliveira
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