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Teresina possui 37% dos casos de microcefalia no Piauí

De acordo com o boletim do Ministério da Saúde divulgado nesta quarta-feira (20), foram notificados 154 casos de microcefalia relacionada à infecção congênita no estado do Piauí. Desse total, 58 são exclusivos de Teresina, o que representa 37,66% dos casos. Durante a investigação na capital, 13 foram descartados, 6 estão em investigação e 39 confirmados. Em virtude disso, a Prefeitura de Teresina tem realizado ações em toda a rede de saúde para prevenção, análise, acompanhamento e tratamento dos pacientes. 

Elna do Amaral, médica infectologista da maternidade Professor Wall Ferraz, esclarece sobre as ações do Município para diagnóstico da microcefalia em recém-nascidos. “Qualquer maternidade tem que medir a cabeça do bebê e depois fazer a remedida. Antes da alta, as maternidades da Prefeitura de Teresina realizam vários exames para diagnóstico na criança, como sorologias e ultrassonografia da cabeça ou, dependendo da necessidade, solicitam a tomografia do crânio”.
 
Em relação à tomografia do crânio, o secretário municipal de saúde, Aderivaldo Andrade, explica. “É um exame fundamental para diagnosticar microcefalia. Atualmente, há certas particularidades que dificultam a sua realização em crianças pequenas. No entanto, conseguimos que dois prestadores de serviço viabilizassem o exame, de forma que os bebês que necessitam estão fazendo tomografias rapidamente e o diagnóstico está sendo feito”.
 
Segundo Elna do Amaral, na capital, o bebê tem à sua disposição o médico neuropediatra, especialista disponível no Lineu Araújo, Hospital Infantil e Maternidade Dona Evangelina Rosa (MDER). No caso de diagnóstico da microcefalia, o recém-nascido é direcionado para o Centro de Referência da MDER, para realização do prognóstico e do agendamento da estimulação precoce no CEIR.
 
O secretário Aderivaldo relembra os esforços do Município desde o começo do surto. “Em Teresina, tivemos claramente grande número de pessoas com zika entre março e maio de 2015. À época, os casos foram notificados, através de trabalho da equipe de vigilância epidemiológica da FMS. Já a FHT ampliou a quantidade de médicos em alguns hospitais de bairro. Infelizmente, meses depois, começaram a aparecer casos de microcefalia”. 
 
Aderivaldo conta que desde o alarme dado pelo Ministério da Saúde, em outubro de 2015, há um esforço conjunto dos órgãos da Saúde para o enfrentamento à doença: “O trabalho inicial foi organizado envolvendo toda a estrutura da SESAPI e do sistema municipal de saúde (SMS, FHT e FMS), de modo que já temos um altíssimo percentual de crianças sendo investigadas”, conta.
 
Médica infectologista alerta que 80% dos casos de Zika são assintomáticos
 
A médica infectologista Elna do Amaral alerta que a zika pode ser assintomática: “Mais de 80% dos casos da doença zika são assintomáticos, ou seja, os sintomas não são observados: o vírus fica presente no sangue e desaparece, mas o paciente não empola, não tem dor nas juntas, só dor de cabeça, por exemplo”, conta. 
 
Elna do Amaral solicita que a população tenha cuidado com os criadouros do Aedes Aegypti, mosquito que transmite dengue, chinkungunya e zika, esta última que causa microcefalia: “Se a gestante, por exemplo, for picada pelo mosquito e diagnosticada com zika, não tem como reverter o quadro e não existe uma medicação para proteger o bebê. O que é possível é que essa mãe tenha acompanhamento mais detalhado para ver a evolução da gestação. Depois de 28 semanas de gestação, é possível saber se o bebê desenvolveu microcefalia ou não”, diz.
 
Da Redação
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Tags: microcefalia