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Coluna 26 e 27/03/24

Implosão de partidos pequenos e lei do mais forte na reta final da formação de chapas em Teresina 

A navalha de Occam (ou, “lei da parcimônia”) é um princípio lógico onde a melhor solução é aquela que apresenta a menor quantidade de premissas possíveis. Resumindo: entre duas teorias, a mais simples é a mais provável. Então vamos lá, leitor: é melhor lidar com muitos partidos, grandes e pequenos, ou apenas com alguns poucos e escolhidos a dedo? Como a colunista acredita na navalha de Occam, é cristalino que de hoje até segunda-feira, a ordem do andar de cima é só uma: enxugar o máximo de partidos pequenos (leia-se Agir, Rede, Podemos e Partido da Mulher Brasileira) para fortalecer PDT, MDB, PSD e PSB em Teresina. Vamos aos bastidores, porque essa é a especialidade da casa. Servidos?


O problema é de vocês se quiserem continuar 

“Os (partidos) pequenos já foram avisados. Na Rede, o (grupo de de Fábio Novo) não tem compromisso e não vai ajudar. E nem forçar as pessoas a sair. Se quiserem manter a chapa, problema deles”, afirmou um líder político ouvido em reserva pela coluna. Por baixo e sem medo de errar, estima-se que a chapa da Rede, comandada por Celso Henrique, tenha pelo menos 23 mil e é vista como a mais consistente dos pequenos. Por isso, tamanha resistência dos filiados em desfazê-la.


É matar ou morrer 

Outro político, presidente de um partido governista, admite: “Estamos numa estratégia  de guerra. Se os pequenos não cederem, vamos pro varejo e as chapas se dissolvem pelos grandes. Quando verem que não vão se eleger, os próprios candidatos dessas chapinhas começam a procurar um candidato forte a vereador pra se unir mais lá na frente”, projetou, em off. Ou seja, ou se desfaz hoje com uma boa oferta na mesa, ou se desfaz amanhã, sem a estrutura. É pegar ou largar?


Abismo ou ponta do lápis 

A chapa do Agir, também é cobiçada e tem estimados 16 mil votos. O presidente, Nilson Cavalcante, pode ir para uma sigla como o PSD. Caso o Agir seja dissolvido, os demais membros seguiriam fragmentados para o PDT, MDB e PSB. “A galera não aceita o Nilson, Fernando Lima nem Júnior Macedo”, frisou um político. Os citados não seria aceitos na junção dos grandes com os pequenos partidos por conta do potencial de votos acima de 2 mil. Por fim, a chapa do Podemos é vista como a mais frágil nesse cenário e não contaria com o apoio do andar de cima para permanecer na disputa.


PDT agora está turbinado 

O PDT ganhou um combustível (de foguete da NASA) nas últimas 48h. Deve contar com a adesão do “senador” (chamado assim informalmente) John Wallace, assessor do Palácio de Karnak, que estava no PT. Procurado pela coluna, John admitiu o diálogo mas disse que ainda não era prego batido e ponta virada. O compromisso de receber pelo menos 10 mil votos via cúpula de Fábio Novo, agora está sendo cumprido. “O PDT é prioridade”, relatou um líder que participa das conversas na sala gelada. Na mesa, o PDT pode oferecer ao partido pequeno que for incorporado, a presidência municipal, hoje com Floro Mauel, ligado ao secretário estadual de Segurança, Chico Lucas. Simbolismo.


Como fica o Tiago nessa?

O PMB, comandado pelo coordenador da Coordenadoria de Enfrentamento às Drogas do Ouayi, Tiago Vasconcelos, pode levar sua chapa para o PDT ou PSB, ou ainda, manter a chapinha recebendo nomes menores do Rede e Agir, por exemplo, elegendo assim até um nome. Essa é uma das possibilidades na mesa e sua concretização vai depender da delicada dinâmica de correlação de forças e interesses entre grupos tão díspares. De ontem pra hoje, pouca gente dormiu! Os telefones não param!


Chapa explosiva do PL

Foi no mínimo tensa a reunião dos pré-candidatos a vereador do PL de Teresina com o prefeito Dr.Pessoa, na tarde de ontem. Teve faltosos, teve grito, teve de tudo um pouco. O maior problema é que a chapa, em sua atual composição, tem sete vereadores e suplentes competitivos, mas só tem voto para eleger três. Ninguém quer entrar perdendo. Não podemos dizer que eles estão errados…


Grito, falta, fake news e dedo na cara 

O vereador faltante no encontro, por exemplo, terá sua pasta redistribuída para os colegas do PL caso não apresente um argumento convincente (ou um atestado médico, quem sabe…) urgentemente. Já um suplente que está em cima do muro, foi encurralado na frente de todos: “Ou veste a calça de veludo ou mostra a (parte do corpo). Ou fica no PL ou vai fora de tudo!”, ouviu ele. “Já o Sicrano (vereador) ficou lá sentado na cadeira, mentido que não podia ficar e dizendo que o PRD aceitou ele”, revelou um político que participou de tudo como testemunha. Complicadíssimo!


Água e óleo 

Ex-candidato a prefeito de Teresina, o nome escolhido pelo então prefeito Firmino Filho para disputar contra o desafiante da época, Dr.Pessoa, o professor Kléber Montezuma não tem sido visto nos últimos eventos do ex-prefeito Sílvio Mendes (UB) após anúncio da chapa com Jeová Alencar (Republicanos) pelo comando da prefeitura de Teresina, observou uma fonte atenta. “No momento certo, ele aparece. Tem que dar o tempo dele…”, minimizou um interlocutor da cúpula silvista.


Quadro político em Corrente 

No assunto chapas do interior, as movimentações antes do fim da janela partidária movimentam os cabeças de partido nas mais diversas composições. Tertuliano Cavalcanti, ex-prefeito de Corrende, deixou o MDB e migrou para o Solidariedade do deputado Evaldo Gomes, por onde disputará a prefeitura. Como padrinhos, o ex-deputado Zé Santana e o deputado, natural de Corrente, Carlos Augusto, do PT. Ele leva um grupo de vereadores que estavam no Progressistas e União Brasil


Senta que lá vem história 

O então estudante Bill Clinton - que viria a se tornar o 42 º presidente dos Estados Unidos - era apenas um bolsista na Universidade de Oxford quando encontrou o colega Jeffrey Stamps em uma festa. “O que está fazendo aqui em Oxford, Jeffrey?”, perguntou Bill, enquanto sacava uma caderneta preta e anotava tudo. “Estudo em Pembroke com uma bolsa Fulbright”, respondeu Jeffrey. Bill escreveu aquilo no caderno. “Por que está anotando isso?”, retrucou Jeffrey. 

“Estou entrando na política e pretendo concorrer a governador do Arkansas, então anoto sobre todos que conheço”, respondeu Bill Clinton. À noite, no período em que foi estudante, ele tinha o hábito de anotar em fichas os nomes e informações importantes de todos com quem se encontrava ao longo do dia. Sinceridade, paixão e esforço, costumam funcionar.


Se conselho fosse bom 

Primeiro, parece sorte. Na segunda vez, apenas coincidência. Por fim, na terceira vez, eles terão que admitir que é habilidade. Obviamente, para esse princípio estar correto, você precisa agir. A maioria das pessoas nem começa nada porque espera as circunstâncias perfeitas: um sol brilhante, as estrelas alinhadas e um tapete vermelho. Para se livrar da doença do imobilismo, aprenda de uma vez por todas: isso nunca vai acontecer. Você sempre terá mil motivos para adiar o que você tem que fazer hoje. Tudo bem que você finja que todas as pessoas são iguais. Mas a verdade é que há aqueles que fazem, independente das circunstâncias serem favoráveis ou não, e outros que simplesmente não fazem nunca, eternamente esperando o dia perfeito.


Cifrada da Batedora 

“Não se ‘bate’ em idoso. Só mulher e criança pode fazer isso”, analisou um político importante, metaforicamente, sobre as estratégias futuras de desconstrução de um adversário. Bater, no caso, e para que fique bem claro, é no discurso. Até onde a colunista foi informada, crianças não podem disputar eleição. Dessa forma, alguma mulher será escalada para o cargo de “batedora”? Quem, quem, quem?


Foto do dia 

A pastora Ana Fidelis, da Igreja Universal do Reino de Deus, vai pra onde depois do anúncio de que o filho do deputado Jeová Alencar (Republicanos), Samuel Alencar, será candidato a vereador pelo União Brasil e não pelo partido do pai? Com a implosão da chapa do Republicanos - que só tinha chapa para eleger um vereador caso Ana e Samuel permanecessem na sigla - não faltam opções a Ana Fidelis. Primeiro, por ser mulher e os partidos precisarem cumprir a cota de gênero. Segundo, por ter tido 22.440 votos para deputada federal em 2022. “Ela pode ir para o Progressistas ou União Brasil”, projetou um emissário do mundo político evangélico. Tudo bem… “Mas também pode ir pro MDB ou PSD”, surpreendeu. E teria algum problema em votar no petista Fábio Novo, considerando que o eleitor evangélico é mais refratário às pautas de esquerda? “Tem isso, mas ela deve priorizar a eleição dela”, argumentou a fonte. Faz sentido!


A frase para pensar 

“Uma conquista espetacular é sempre precedida por uma preparação espetacular”, Robert H. Schüsller (1926-2015), autor e palestrante norte-americano.

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