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Projetos auxiliam na conservação dos manguezais no Delta do Parnaíba

Por Roberto Araujo com informações de Najla Fernandes

Dentre as viagens feitas pela equipe da TV Cidade Verde pelo Piauí para mostrar exemplos de ações e projetos sustentáveis no especial Viva Piauí, uma é particularmente especial. A repórter Najla Fernandes foi contar ações no litoral do Piauí, que tem uma das suas principais características o fato de ser preservado e abrigar uma rica biodiversidade na fauna e na flora. (Assista à reportagem completa no final do texto)

Uma das áreas de maior beleza natural do nosso estado é o Delta do Parnaíba, que se forma com o deságüe do Rio Parnaíba no Oceano Atlântico, formando cinco braços que se abrem e formam 73 ilhas fluviais.

É no encontro da água doce do Velho Monge com a água salgada do mar, na divisa do Piauí com o Maranhão, que jacarés, macacos, capivaras, diversas espécies de aves, dentre outros, vivem em equilíbrio no ambiente de beleza incomparável.

O ICMBio monitora a preservação da Área de Proteção Ambiental (APA) do Delta do Parnaíba. A APA é uma unidade de conservação que abrange a parte dos estados do Maranhão, Piauí e Ceará e abarca dez municípios. 

Dentre as características que marcam a região, que é um reconhecido ponto turístico, e local onde vivem diversas famílias que sobrevivem do bioma, estão o contraste do verde dos mangues com o branco da areia fina, presente no Morro Branco, no lado piauiense, e no Morro do Meio, do lado maranhense. Outro espetáculo presente no nosso Delta é a revoada dos guarás. As aves são marcantes pela sua coloração vermelha, oriunda dos frutos da sua alimentação. Depois de passarem o dia se alimentando nas diferentes ilhas, é na Ilha dos Guarás que elas descansam até o dia seguinte, quando repetem o mesmo processo. Elas costumam chegar entre 17h30 e 18h, quando formam no céu um verdadeiro espetáculo natural.

No entanto, problemas ambientais existem e contam com a ação de ambientalistas para diminuir os impactos deles sobre os ecossistemas. Um deles é o desmatamento dos manguezais na Ilha das Canárias, que fica no lado maranhense do Delta. Por lá, em algumas áreas é possível ver a degradação ambiental com a ausência dos mangues. Parte desse problema é originado por conta da ação humana e também da ação natural.

Segundo Matheus Silva, que é biólogo e agente do Instituto Chico Mendes da Conservação (ICMBio), o manguezal é um ecossistema que alerta para os impactos das mudanças climáticas, e indica a elevação do mar nas faixas litorâneas.

“Nós estamos no ecossistema manguezal e ele é de grande importância porque é um dos alertas dos impactos das mudanças climáticas, uma vez que vai indicar a elevação do mar para as zonas costeiras, e é importante também por conta da grande quantidade de serviços ecossistêmicos das quais ele dispõe”,disse.

Um dos projetos que busca fazer o combate ao desmatamento dos manguezais é Verde Viva Mangue. Um grupo de voluntários faz ação de replantio de mudas, que levam entre 15 e 20 anos para atingir a fase adulta. Rosângela dos Santos, coordenadora do projeto, explicou como funciona o processo.
“Para a gente fazer essas mudas, a gente faz uma coleta da semente do mangue vermelho, e a semente é tipo assim uma canetinha que a gente chama de ‘propágulos’. Então a gente faz todo o preparo, coloca através da lama, um pouco de areia e também extratos, e a gente coloca num saquinho, e isso a gente planta o propágulo no saquinho, daqui a gente traz para o viveiro, onde vão crescer e desenvolver”, citou.

Rosângela dos Santos é coordenadora do projeto Verde Viva Mangue

A sensação de participar de um projeto que vai ter impacto na reconstrução do meio ambiente atrai voluntários como o Gustavo Faria, que se move por pensar em ajudar as gerações futuras. 

“Para mim é muito importante porque o que vem acontecendo com o planeta é grave, o que está acontecendo nesse momento com as mudanças climáticas. Então eu penso em plantar agora para as futuras gerações saberem disso que aconteceu aqui, desse manguezal, para saberem do passado, o que ta sendo no presente para no futuro renascer”, falou.

Pesquisadores apontam que o aquecimento global tem trazido impactos ao meio ambiente. O doutorando em Desenvolvimento e Meio Ambiente Airton Siqueira aponta que algumas espécies animais que vivem no Delta do Parnaíba podem deixar e existir caso não se tome um atitude em favor da preservação dos biomas.

 “Tudo isso é prejudicial, ou seja, os peixes vão perdendo áreas, os habitats de reprodução. Então imagina, se você tem o impacto do lado de reprodução, você sabe que o impacto vai afetar na população. Se você não tem peixes se reproduzindo e crescendo, a população vai se reduzir. Outros animais da fauna dependem muito desses ambientes, por exemplo, as aves. Tem um grupo de aves migratórias que se alimentam diretamente desses ambientes Costeiros”, exemplificou.

Veja a reportagem completa a partir do minuto 14:15 do vídeo a seguir:

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