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Coluna 03/05/24

Presidência de Severo em jogo na Alepi? Os bastidores pós-ação no STF

Muita calma nessa hora e muita hora nessa calma. Vamos resumir toda essa confusão na Assembleia Legislativa do Piauí? “Ninguém mexe não!”, apontou um deputado estadual emedebista, após ser questionado pela coluna, sobre a ação no Supremo Tribunal Federal que coloca em xeque a eleição antecipada para a presidência da Alepi e da Assembleia da Paraíba. O eleito para a sucessão de Franzé Silva (PT) é o deputado do MDB, Severo Eulálio. Se a eleição de Severo cair, o que acontece? Ora, Severo de novo! Mas, e depois? Bom, aí é outra conversa...

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O leão e as feras

No registro fresquinho, de hoje a tarde, o “leão solitário” (nas palavras do próprio), deputado Henrique Pires, cercado de mais dois emedebistas de peso, Pablo Santos e o próprio Severo: “Estou tomando aula com esses jovens e tradicionais emedebistas do Piauí”, avisou Henrique. Fato é que a informação sobre a ação no STF ocasionou muitos jantares, almoços, cafés e telefonemas nos últimos dias. Não custa nada saber em que pé andam as coisas, isso a coluna concorda!

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Alguém tem coragem de ir contra o homem?

“Votamos de novo e elegemos o Severo. Ninguém vai enfrentar o Rafael (Fonteles, governador), né?”, ponderou um outro parlamentar de uma sigla aliada, em off. Bem que Nicolau Maquiavel, pai da Ciência Política, avisou: o príncipe (líder) precisa saber governar pela lei (própria dos homens) e pela força (natural dos animais). Ser assim, raposa e leão: já que a política é um jogo de força, não custa nada evitar as armadilhas, não é mesmo? 

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Ventos pró-Severo

Maquiavel elencava dois motivos para um príncipe não cumprir um acordo: quando o compromisso assumido se tornava prejudicial a ele, ou quando os motivos que levaram ao sacramento do acordo, deixavam de existir. No caso da sucessão da Alepi, nenhum dos motivos parece (parece!) existir. Para completar, a correlação de forças de hoje favorece ainda mais o MDB, após o primeiro ano de comando do petista Franzé Silva, visto pelos colegas como “mais duro” nas medidas administrativas em comparação com seu antecessor, o atual vice-governador Themístocles Sampaio (MDB). 

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E o que o PSDB tem a ver com isso?

A turma da teoria da conspiração adora ligar os pontos. O problema é que nem sempre são os pontos certos. Por exemplo, o que o PSDB nacional tem a ver com o assunto? Tudo. Foi a sigla que acionou o STF contra artigos das Constituições da Paraíba e do Piauí que antecipam em dois anos a eleição de segundo biênio para os cargos da Mesa Diretora. E o PSDB local – hoje comandado pelo ex-senador João Vicente Claudino, que apoia Franzé Silva para a eleição de deputado federal em 2026 - tem um dedinho dele no meio? Resposta abaixo!

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Sem rumo 

“Não tem nada de questão local. PSDB não tem um deputado estadual, qual força tem com a direção nacional? Se tivessem força, montavam a chapa de vereador em Teresina”, respondeu um político sobre o assunto. Bom, faz sentido...

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Deus ex machina

A expressão “Deus ex machina” vem do teatro grego e significa, literalmente, “deus que desce numa máquina”. Na dramaturgia, se refere a uma “solução inesperada para solucionar uma situação intrincada”. Nada mais oportuno para o caso em análise. Assim, a mesma fonte afirma que a eleição de Severo está assegurada, mas a próxima, depois dele, não. “Não dá pra fazer debate no abstrato. Temos que saber se o PT elege quantos deputados em 2026? O MDB vai se fragilizar? Vão continuar elegendo prefeito ou o PSD vai tomar o lugar?”, instiga o político que circula em todos os grupos da Alepi, sempre em reserva da identidade. 

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Georgiano vem com tudo?

Nunca se sabe o dia de amanhã, é verdade. Mas pensar sobre ele, não custa nada. Há três siglas que almejam automaticamente a presidência da Alepi pós-Severo: MDB, naturalmente, o PT, e o PSD. Vamos por partes. “O Georgiano (Neto) vai sair para federal. Ele pode turbinar o irmão e a Simone (Pereira), colocar 50 mil votos em cada um, aí o PSD vira a bola da vez, turbina o Marden Menezes... Pode entrar na disputa”, avaliou um político importante à coluna.

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PT? Pode ser, mas é difícil

O PT tem chance? Depende. Um nome “raiz”, teria mais dificuldades hoje. Mas, quem sabe um neo-petista, alguém mais ligado aos deputados, com experiência, porém, filiando-se ao PT no futuro? Há vários nomes cotados, claro, mas uma possibilidade lembrada por aqueles que frequentam a Alepi é o do deputado Evaldo Gomes, hoje presidente do Solidariedade. 

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Fogo amigo nível mil

São vários poréns, o único fato é que hoje, Evaldo Gomes tem deixado claro a interlocutores que seu voto é fechado com Severo. “Qualquer conversa do Evaldo disputar a eleição agora é só para queimar ele. Fogo amigo”, acredita um emissário do entorno Legislativo.

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Respostas coluna

A coluna sabia que as reclamações viriam... se tivesse a mesma capacidade de predição para as apostas esportivas como tem, às vezes, para a política, a colunista estaria certamente milionária (e o leitor não estaria lendo esse texto, convenhamos!). Uma fonte, retrucou as projeções de eleitos por partidos em Teresina para a Câmara Municipal, com o seguinte cálculo: “O PRD, só faz 4 (vereadores). O Avante, disputa a segunda, porém, o segundo só terá a vaga se tiver 3 mil votos. MDB, só faz 3, PDT, só faz 3. Solidariedade, só faz um. Obs: dois pontos marcarão a minha defesa: 1) candidatos famosos que pensam que bombarão, irão se decepcionar. 2- Desistências, só no PRD serão quatro”. A fonte, que entende bem de Câmara, ainda completou: “Falo sem paixão”. 

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Para ler, ver e ouvir

Aos estrategistas de plantão, é preciso ir além de Maquiavel e Sun Tzu. O que parece apenas um tratado de artes marciais escrito no século XVII por Miyamoto Musashi, lenda da cultura japonesa, Gorin No Sho, ou O livro dos cinco anéis, desenha o pensamento estratégico na vertente japonesa de combate para a vida. Os cinco anéis apontados ao longo do livro (Terra, Água, Ar, Fogo e o Nada), são também metáfora para qualquer ponto de nossas vidas, seja nos negócios ou na política. Musashi dizia: “Sempre ataque primeiro”. Bom ponto. Sendo um grande guerreiro samurai do século 16, Musashi nos ensina que "não existe 'vencer' sem 'abater' o inimigo". Indispensável.

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Se conselho fosse bom

As pessoas, em sua maioria, fazem escolhas baseadas no seguinte critério: o que é mais fácil. O que é certo ou mais eficaz, fica em segundo plano, basicamente porque ninguém quer enfrentar os desafios de frente. Se há algo na sua vida que você não gosta, culpe a si mesmo: você é o arquiteto da sua realidade. Sem reclamações, sem justificativas. A meta é que as pessoas olhem para você e digam: “Bom, entendo porque ele (ela) está onde está e eu não estou disposto a fazer tudo isso”. Alguém pode lhe vencer, mas terá que suar muito para esse dia chegar. Fazer parte do 1% custa caro. 

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Cifrada do Suplente Genial

Um parlamentar da capital achou que a lista de projeções de eleitos feita pela coluna estava no rumo, mas fez ponderações oportunas: “O X já perdeu, o Y (pré-candidato que perdeu apoio forte), se receber o $ que tá pra receber, gasta R$ 3 milhões e entra no jogo, ou desiste”, destacou. O próprio político, admite ter hoje “apenas 2 mil votos”. 

“Se tiver 3 mil, posso ganhar, ou não, depende dos outros, mas garanto uma primeira suplência. Assumiria, qualquer prefeito precisaria de mim. Falo com toda humildade, sei fazer. O $ que precisa, eu tenho, mas só entraria no $$, se eu ver a luz. Se não, serei o primeiro suplente sem gastar”. O homem sabe o que faz e entende do que fala... a política, leitores, não aceita amadores!

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Foto do dia

A coluna traz um TBT feito nas redes sociais do ex-secretário municipal de Finanças de Teresina, Francisco Canindé, pré-candidato a vereador pelo PDT na capital.  “Registro de quando fui anunciado como o novo secretário de Finanças de Teresina pelo prefeito Firmino Filho. Assumir a Secretaria Municipal de Finanças (SEMF) foi um marco importante na minha trajetória, com muitos desafios e oportunidades para contribuir com a gestão pública da cidade de Teresina”, frisou Canindé, que tem, segundo soube a coluna, apoios fortes nos bastidores. Seria um secretário aculá e outro ex-secretário ali que estão colocando a mão forte no ombro do homem? Não custa nada perguntar...

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A frase para pensar

“Nunca subestime o poder das pessoas estúpidas”, Paulo Coelho, escritor brasileiro.

 

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