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Após oito meses, polícia elucida morte de professor e dois são indiciados

Após oito meses de investigação, o delegado Luciano Alcântara concluiu inquérito sobre a morte do professor José Wellington Gomes, que desapareceu ao sair de casa em maio de 2014. De acordo com o delegado titular do 17º Distrito Policial, duas pessoas foram indiciadas: um adolescente de 18 anos e o servente de pedreiro Francisco Rubens Alves da Rocha que foi preso nesta quarta-feira (11), enquanto trabalhava no bairro Deus me Deu, em José de Freitas. 

A morte do educador teve grande repercussão no interior e em todo o Piauí. O corpo foi encontrado três dias após o assassinato, em avançado estado de putrefação, próximo a um lixão. 

Luciano Alcântara explica que o menor foi apreendido dias após o crime com o celular da vítima. "Após 45 dias no Centro de Internação Provisória, Zona Sudeste de Teresina, o adolescente foi liberado e responderá ao crime em liberdade. Ele não atrapalhou as investigações e também não vimos risco dele fugir da cidade", reitera. Por outro lado, o servente de pedreiro apresentou contradições no depoimento e ainda teria ameaçado testemunhas. A prisão preventiva foi decretada pelo juiz Lirton Nogueira Santos, com o parecer favorável do Ministério Público Estadual, através do promotor de justiça Flávio Teixeira de Abreu Júnior.

"Ontem com o mandado ele foi preso no trabalho e nega as acusações, porém em depoimento, foram constatadas várias contradições. No dia do crime, ele disse que saiu de casa só a noite, mas pessoas o viram com o professor e o menor em uma moto, indo em direção ao local onde o corpo foi encontrado dias depois do crime. Existe no inquérito policial o desenho da dinâmica dos fatos, através de “croquis” demonstrando onde ocorreu o crime, onde foi encontrada a carteira de documentos da vítima e onde foi encontrada também a motocicleta da vítima.Tivemos informações de que ele estava ameaçando algumas testemunhas e por isso representamos pela prisão", explica Alcântara. 

Além dos dois indiciados existem ainda dois suspeitos, porém o envolvimento da dupla ainda não foi comprovada.

“Durante as investigações foram utilizados mais de um método de investigação, sendo que se chegou, além dos indiciados Francisco Rubens e ao menor, mais dois possíveis suspeitos que até o momento não tiveram comprovado envolvimento na morte de José Welington. O inquérito policial contém mais de 220 páginas de informações, sendo que no relatório definitivo, de aproximadamente 30 páginas é demonstrado o itinerário percorrido pela vítima no dia do crime, o resultado das perícias de local de crime, papiloscópica (impressões digitais), de exame cadavérico e a perícia no notebook da vítima", detalha Luciano Alcântara.

O inquérito da Polícia Civil concluiu que a motivação do crime foi latrocínio, roubo seguido de morte. Além dos dois celulares- um estava com o menor e outro nunca foi encontrado, foram levados cartões de crédito dos pais da vítima, que estavam na carteira do professor, cerca de R$ 78 em dinheiro e a motocicleta que foi encontrada cerca 900 metros da casa do menor, que à época do crime tinha 17 anos. 

Durante as investigações, exames realizados pelo Instituto Médico Legal (IML), em Teresina, no mês de junho, apontaram que Wellington Gomes da Rocha, sofreu traumatismo crânio encefálico e morreu com uma profundo golpe na cabeça. O delegado ressalta que vítima e suspeitos tinham proximidade e ambos estariam sob efeito de alguma substância entorpecente. 

Delegado Luciano Alcântara presidiu inquérito policial

 

Vítima fazia compras para suspeito ouvido no inquérito

O delegado conta ainda que um dos suspeitos mantinha uma relação próxima do professor. O outro, inclusive, tinha débitos com a vítima superior a R$ 1 mil e após a morte teve acesso ao computador e apagou dados que foram recuperados pela perícia da Polícia Civil. 

"José Wellington comprava para um suspeito muito próximo vários bens, como máquina fotográfica, camisas, perfumes. O professor era muito organizado e em um caderno e em seu notebook haviam informações de quem e quanto estavam lhe devendo. Eram três devedores, só que somente foram achados nexos, com esse suspeito", revela o delegado. 

O inquérito será analisado pelo Ministério Público Estadual que decidirá se denuncia ou não os indiciados. Francisco Rubens Alves da Rocha está recolhido em uma das celas da Delegacia de José de Freitas, à disposição da Justiça", finaliza Alcântara. "Na investigação foi comprovada a orientação sexual, fundamental para a elucidação do caso", finaliza Luciano Alcântara.

 

Graciane Sousa
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