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Sem cérebro é possível pensar?

Se tem uma coisa quase unânime é ideia de que, para pensar é necessário ter um cérebro pulsante! Afinal foi isso o que aprendemos a vida toda. Mas a espécie Tripedalia cystophora está aí para provar que SIM: é possível pensar e até aprender, mesmo sem ter um cérebro!

Os cnidários são animais aquáticos, na sua grande maioria, marinhos que ocupam uma das posições mais basais da escala evolutiva no Reino Animal. Entre os seus representantes mais conhecidos estão as Águas Vivas e Corais, organismos que se caracterizam exatamente pela simplicidade. Os cnidários recebem este nome porque tem como característica mais importante o fato de liberarem substâncias urticantes para se defender. São muito comuns os acidentes nas praias envolvendo as Caravelas, organismos (ou associação de organismos) do grupo dos Cnidários em crianças e adultos, que sofrem com queimaduras provocadas por substâncias urticantes liberadas por estes animais.

A Tripedalia cystophora, que vamos chamar aqui de TC, é uma água viva típica do Mar do Caribe que, como qualquer Água viva não possui cérebro. Os cnidários apresentam um sistema nervoso difuso, sem um centro de controle. Diferente da grande maioria dos grupos de animais que possuem uma organização neuronal que se concentra geralmente por um cérebro e outras estruturas que centralizam os impulsos nervosos, caracterizando os sistemas nervosos com centros de processamento, como o humano, por exemplo.

Tripedalia cystophora (Fonte: Science)

Testes realizados com a TC desvendaram que, mesmo sem apresentar um cérebro, esta Água Viva é capaz de desenvolver aprendizado. Os cientistas descobriram, inclusive que ela é capaz do chamado aprendizado associativo, segundo o qual cada ação é vinculada a outras ações. TC consegue não se chocar com barreiras durante seu deslocamento e, de acordo com cientistas da Universidade de Copenhague, na Dinamarca, este comportamento é fruto de um aprendizado.

O mais curioso é que antes de reconhecer este comportamento, ao que se sabia, dada a simplicidade destes animais, já se tinha a certeza do aprendizado não associativo, com base na Habituação e na Sensibilização.

À medida em que as pesquisas avançam, mais ficamos maravilhados com os mistérios da natureza. A ciência tem proporcionado surpresas para lá de curiosas. Pensar, portanto, não depende do cérebro. Aprender muito menos. Assim, o interessante é que, quem tem um cérebro bem desenvolvido, pode começar a usá-lo para fins mais nobres!

Uma boa semana para todos e todas!

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