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Piauí bate novo recorde e fecha mês de abril com 600 casos do coronavírus

Foto: LUCAS LACAZ RUIZ/ESTADÃO CONTEÚDO

Em mais um dia de recorde de testes positivos, o Piauí alcançou, nesta quinta-feira (30), a marca de 600 casos confirmados do novo coronavírus. A boa notícia é o segundo dia consecutivo sem registro de óbitos. 

Foram 87 novas confirmações em apenas 24 horas, superando o recorde de 57 testes positivos do dia anterior, de acordo com os números do boletim divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde do Piauí. 

O número é quase o mesmo que o Piauí levou para atingir em aproximadamente um mês. Entre 19 de março, quando os primeiros testes deram positivo no estado, e 15 de abril, eram 91 casos confirmados. 

No primeiro dia do mês de abril, eram 19 casos em todo o Piauí. Mas esse número começou efetivamente a crescer no dia 13, quando começou a utilização dos testes rápidos enviados pelo Ministério da Saúde.  

Mais da metade dos 600 testes positivos é de Teresina, que teve 62 novos casos confirmados em um único dia e chegou ao total de 383. 

Entre os novos pacientes estão um bebê de três meses e uma pessoa de 89 anos.   

Casos nos municípios
Nesta quinta-feira, foram registrados os primeiros casos em Francisco Ayres (1) e São Julião (1). O Piauí chegou a 58 municípios com testes positivos do novo coronavírus. 

Em relação ao boletim anterior, foram reduzidos casos de Água Branca, Anísio de Abreu e Boa Hora - que saiu do mapa da Covid-19 no estado. 

Esperantina teve 6 novos testes positivos e chegou a 13 casos. 

Miguel Alves também apresentou 6 novos casos e agora tem 10 no total.

A Prefeitura de Picos registrou 4 novos casos e chegou a 27 no total. É o segundo município fora da capital em número de testes positivos, seguido por Parnaíba (26) e São Raimundo Nonato (26) - ambos sem novos pacientes com Covid-19, nesta quinta-feira.  

Outros 4 testes deram positivo em Piripiri, que agora tem 7 casos, com um paciente internado, de acordo com a prefeitura. 

Foram confirmados mais 3 casos em Altos (4), e outros 2 em União (8) e Campo Maior (6).

Mortes confirmadas e suspeitas
Pelo segundo dia seguido, nenhuma nova morte por Covid-19 foi confirmada no Piauí. 

Os óbitos 24 confirmados até agora são de pacientes de Teresina (11), Parnaíba (3), Piracuruca (2), Buriti dos Lopes, Canto do Buriti, Bom Princípio do Piauí, Itaueira, Pedro II, Picos, São Francisco do Piauí e São José do Divino (1). 

No hospital Tibério Nunes, em Floriano, há um óbito de paciente de Canto do Buriti em investigação desde a última quarta-feira (29). Se confirmada, será a segunda morte do município. 

Situação hospitalar
O número de suspeitos internados continua a subir de forma gradual e chegou a 191 - eram 186 no dia anterior. São 129 internações em leitos clínicos, duas em leitos de estabilização e 60 em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs).

Mais 10 pacientes tiveram alta médica nas últimas 24 horas - 151 no total. O dado não representa o número total de curados ou recuperados, uma vez que existem infectados que ficaram em isolamento e nem todos fizeram novo exame para atestar que estão sem o coronavírus.   

Fábio Lima
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Cesar Filho é afastado do 'Hoje em dia' e fará teste de coronavírus

Foto: Reprodução/instagram/@cesarfilho

Os apresentadores do programa Hoje em Dia, da Record, Cesar Filho e Renata Alves, revelaram que ficarão cinco dias afastados da atração após terem tido contato com uma maquiadora que testou positivo para o novo coronavírus. Os dois serão testados para o vírus e devem retornar em breve para a atração caso o resultado seja negativo.

"Eu estou muito bem. Apenas cumprindo o protocolo de segurança", comentou Cesar em um vídeo publicado nesta quinta-feira, 30. O apresentador comentou que foi ele quem teve contato direto com a maquiadora, que usava luva, máscara e álcool em gel, e por precaução foi afastado do programa pela Record TV. Ele irá fazer o teste na próxima segunda-feira, 4, e o resultado sairá no dia seguinte.

A apresentadora Renata Alves também foi afastada pois esteve no mesmo estúdio que Cesar. "Na semana que vem iremos fazer o exame da covid-19 para assegurar que estamos bem e aptos a voltar para o trabalho! Mas estamos bem!", comentou ela em resposta a uma seguidora no Instagram.

Segundo Cesar Filho o jornalista Bruno Peruka, apresentador do Balanço Geral Manhã, ficará afastado pelo mesmo período, devido às mesmas razões de segurança. Nesta quinta-feira, 30, o Hoje em Dia contou com a apresentação de Celso Zucatelli, além da apresentadora Ticiane Pinheiro.

 

Fonte: Estadão Conteúdo

Bolsonarista e PT se aproximam, e governador do AM vira alvo de processo de impeachment

FOTO: Maurilio Rodrigues / Secom-AM

 

Em meio ao colapso na saúde devido à pandemia do novo coronavírus, o governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), terá de se defender de um processo de impeachment na Assembleia Legislativa do estado.

O início do processo foi anunciado nesta quinta-feira (30) pelo presidente da Casa, Josué Neto (PRTB), responsável pela organização no Amazonas do Aliança pelo Brasil, novo partido que o presidente Jair Bolsonaro tenta criar.

Segundo a reportagem apurou, o afastamento também conta com o apoio do deputado estadual Sinesio Campos, presidente estadual do PT e único representante do partido na Assembleia.

"Agora, o futuro do Amazonas está nas mãos dos deputados estaduais e do povo do Amazonas", escreveu Josué Neto, em sua conta no Twitter.

O pedido de impeachment, que inclui o vice Carlos Almeida, é de autoria do Sindicato dos Médicos do Amazonas. A entidade alega má gestão da saúde e acusa o governo de crimes de responsabilidade e improbidade.

Agora, o processo vai para análise da Comissão de Constituição de Justiça antes de seguir ao plenário.

O Amazonas tem a maior taxa de incidência do país e está com o sistema de saúde colapsado. São 5.254 casos confirmados e 425 mortes -45 óbitos nas últimas 24 horas.

Em 22 de abril, Josué Neto, o parlamentar petista e outros 11 deputados estaduais já haviam aprovado um pedido de intervenção federal na saúde. O governo Bolsonaro, no entanto, descartou a medida no mesmo dia.

A favor do isolamento social, Lima tem sido alvo de protestos de bolsonaristas. O mais recente ocorreu no dia 20 de abril, quando dezenas de manifestantes vestidos de verde e amarelo se reuniram diante do Comando Militar da Amazônia (CMA) pedindo uma intervenção militar no estado.

Sem experiência prévia em política, Lima, 43, ganhou fama no estado como apresentador de um programa de TV focado em notícias policiais e de bairro. Elegeu-se em 2018 junto com a onda Bolsonaro, a quem declarou apoio na época.

Na polêmica entre Bolsonaro e governadores em torno da estratégia contra o coronavírus, Lima vem defendendo o isolamento social. Por outro lado, ele se recusou a assinar a carta de 20 governadores em apoio ao Congresso contra ataques do presidente, publicada em 19 de abril.

Já durante a crise da pandemia, Lima trocou de secretário de Saúde. Quem comanda agora é Simone Papaiz. Sem experiência no estado, ela comandava a Secretaria de Saúde de Bertioga, no litoral de São Paulo. Recentemente, ela contraiu a doença.

A mudança não é o único questionamento contra a gestão Lima. O governador também tem sido criticado pelo aluguel de um hospital particular para tratar de pacientes da Covid-19, a um custo de R$ 2,6 milhões por três meses.

Na segunda-feira (27), enfermeiros fizeram um protesto diante do hospital estadual 28 de Agosto, o maior do Amazonas, por causa da falta de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual).

Recentemente, a Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu um inquérito para investigar a aquisição de 24 respiradores comprados de adega de vinhos de Manaus -transação revelada pelo site Amazones.

Este é o segundo pedido de impeachment contra o governador do Amazonas. O primeiro foi apresentado em janeiro após o aumento na morte de crianças cardiopatas em hospitais estaduais, mas o processo foi arquivado à época.

A reportagem entrou em contato com a assessoria de Lima, que não respondeu até a conclusão deste texto.

O governador tem refutado as denúncias de irregularidades e afirma a troca de secretário estava sendo preparada desde antes do início da pandemia.

FABIANO MAISONNAVE
MANAUS, AM (FOLHAPRESS) 

 

Corinthians anuncia redução de 25% nos salários dos jogadores

O Corinthians comunicou nesta quinta-feira a redução dos salários do seu elenco profissional em 25%. O corte começa a ter validade em maio e foi tomada em função da crise provocada pela pandemia do coronavírus. De acordo com o clube, a ação foi adotada após reunião entre a diretoria e os jogadores.

"O Sport Club Corinthians Paulista informa que, em virtude da paralisação de atividades e como parte da série de medidas que têm sido adotadas para adequação financeira à nova realidade econômica brasileira neste período para enfrentamento da crise ocasionada pela Covid-19, a Diretoria de Futebol, após reunião com os atletas, decidiu, com o apoio integral e irrestrito do grupo, por uma redução, neste momento, de 25% na remuneração a partir do mês de maio, com base na legislação específica aplicável à categoria. Sensibilizados pelo momento atípico enfrentado em todo mundo, os jogadores estão dispostos a manter aberto o canal de negociação", afirmou o Corinthians em nota oficial.

O clube destaca que espera a evolução da pandemia e seus efeitos para avaliar a continuidade dessa medida e a adoção de outras. "As medidas serão reavaliadas, conjuntamente, de acordo com a perspectiva de retomada dos eventos esportivos com a devida autorização das autoridades públicas de saúde", disse.

A decisão da diretoria do Corinthians afeta o salário registrado na carteira de trabalho, mas não o valor relativo aos direitos de imagem do elenco profissional. Já o corte nos vencimentos da comissão técnica foi de 70%. Atletas das divisões de base e da equipe feminina de futebol ainda não foram atingidos pelas medidas. Na última quarta-feira, o clube havia comunicado a redução dos salários e das jornadas de trabalho dos seus funcionários também em 70%.

Fonte: Estadão Conteúdo

Pacote de socorro aos estados prevê R$ 334 milhões para o Piauí; veja tabela

Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

O Piauí deve receber R$ 334 milhões de ajuda financeira da União para compensar perdas e minimizar os efeitos da crise causada pela pandemia do coronavírus.

O  pacote de auxílio a estados e municípios deve ser votado pelo Senado Federal no sábado (2). O projeto já passou pela Câmara dos Deputados. Com as mudanças feitas no Senado, estão previstos no projeto R$ 120 bilhões, sendo R$ 60 bilhões do governo federal apenas para estados, Distrito Federal e municípios.

Na manhã de hoje, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, apresentou a primeira versão do relatório. O texto tem votação marcada para sábado, às 16h. Os recursos deverão pagos em quatro parcelas que saem direto do caixa do Tesouro e vão para o caixa dos governos estaduais.

Segundo o que está previsto no programa, São Paulo (R$ 5,51 bilhões), Minas Gerais (R$ 2,49 bilhões) e Rio de Janeiro (R$ 1,6 bilhões) são os estados que mais receberão recursos.

Entre os menos beneficiados estão Acre (R$ 165 milhões), Amapá (R$ 133 milhões), Roraima (R$ 122 milhões) e Tocantins (R$ 250 milhões), todos da região Norte do país.

Entre as capitais, Teresina deve receber R$ 89 milhões.

No relatório, o governo propõe que R$ 10 bilhões sejam repassados diretamente para o enfrentamento ao coronavírus -R$ 7 bilhões aos cofres de estados e do Distrito Federal e R$ 3 bilhões aos dos municípios.

Para completar o repasse, o governo sugere que o montante de R$ 50 bilhões seja distribuído de duas formas, sendo R$ 25 bilhões distribuídos diretamente aos estados e ao DF e os outros R$ 25 bilhões, a municípios.

A votação 

De acordo com o presidente do Senado, a intenção é dar aos senadores o prazo de 48 horas, até as 10 horas de sábado, para que façam emendas à minuta apresentada. Nas cinco horas seguintes, as emendas serão analisadas para que seja possível apresentar um substitutivo de consenso ao projeto até as 15 horas.

Contrapartidas

O ministro da Economia, Paulo Guedes, pediu a deputados e senadores a aprovação do pacote de auxílio a estados e municípios com a contrapartida da proibição do aumento de salários de servidores públicos das esferas federal, estadual e municipal por 18 meses. Guedes fez as declarações, por videoconferência, em reunião da Comissão Mista de Acompanhamento das Medidas Relacionadas ao Coronavírus.  Segundo o ministro, as contrapartidas são necessárias para evitar que o dinheiro destinado à saúde e ao enfrentamento da pandemia seja usado para “fazer política”.

Governador descorda

O governador Wellington Dias (PT) discorda da divisão meio a meio, entre estados e municípios.

Em um site nacional, o governador disse que o montante é “um valor considerável”. Wellington Dias criticou a partilha. Na avaliação do petista, os estados deveriam ficar com uma parte maior.

“Falta acordo para critério. Exemplo: ICMS normal [destinação] é 25% para estados e 75% para municípios. Querem regra [de distribuição do auxílio da União] de 50% para estados e 50% para municípios. Resultado? Estados receberão bem abaixo da perda e municípios receberão bem acima do receberiam normalmente... Qual a lógica?”. 

 

Yala Sena (Com informações da Agência Senado e Folhapress)
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AGU diz à Justiça que Bolsonaro testou negativo, mas não entrega exame

Foto: Marcos Corrêa/PR

 

A Advocacia-Geral da União (AGU) informou nesta quinta, 30, que enviou à Justiça Federal de São Paulo um relatório médico de 18 de março no qual atesta que o presidente Jair Bolsonaro se encontra 'assintomático' e teve resultado negativo para os testes do novo coronavírus realizados no mês passado. A AGU, no entanto, não entregou a cópia dos laudos dos exames, conforme solicitado pelo jornal O Estado de S. Paulo e exigido pela Justiça.

"A Advocacia-Geral da União protocolou petição no processo ajuizado pelo jornal O Estado de S. Paulo no qual é requerida a divulgação dos exames de detecção de Covid-19 do presidente da República, Jair Bolsonaro. A AGU apresenta, na manifestação, relatório médico emitido em 18 de março de 2020 pela Coordenação de Saúde da Presidência da República, no qual é atestado que o presidente da República é monitorado pela respectiva equipe médica, encontrando-se assintomático, tendo, inclusive, realizado exame para detecção da Covid-19, nos dias 12 e 17 de março, com o referido exame dando não reagente (negativo). Tendo em vista a juntada do relatório aos autos do processo, a AGU requer a extinção do processo", informou o órgão ao Estado, por meio de sua assessoria.

Esse relatório médico foi divulgado pelo site de notícias UOL no mês passado.

Na última segunda-feira, 27 o Estadão garantiu o direito de obter os testes de covid-19 feitos pelo presidente Jair Bolsonaro. Por decisão da juíza Ana Lúcia Petri Betto, a União teve um prazo de 48 horas para fornecer "os laudos de todos os exames" feitos pelo presidente da República para identificar a infecção ou não pelo novo coronavírus. A magistrada ainda fixou uma multa de R$ 5 mil por dia de omissão injustificada. Bolsonaro já disse que o resultado dos exames deu negativo, mas se recusa até hoje divulgar os papéis.

"Repise-se que 'todo poder emana do povo'(art. 1º, parágrafo único, da CF/88), de modo que os mandantes do poder têm o direito de serem informados quanto ao real estado de saúde do representante eleito", concluiu a juíza, ao atender ao pedido do Estado.

Para o advogado do Estado Afranio Affonso Ferreira Neto, a "falta de transparência é absoluta". "A se confirmar isso, é uma confissão de desrespeito, de descumprimento da ordem judicial. A ordem judicial era bastante específica quanto a resultado de exames, e não a relatório médico ou qualquer outro documento produzido para evidentemente colocar uma cortina de fumaça. Qualquer pessoa veria clareza na ordem judicial", comentou Ferreira Neto.

O jornal está tentando obter a íntegra da petição apresentada pela AGU.

Divulgação

Na manhã desta quinta, 30, Bolsonaro disse que a lei lhe garante o direito de não apresentar o resultado dos exames de covid-19 que realizou para saber se estava com a doença. Em declaração em frente ao Palácio da Alvorada, o presidente observou, no entanto, que se a decisão judicial que garante a divulgação for mantida, não terá alternativa.

"A AGU (Advocacia-Geral da União) deve ter recorrido. E se nós perdermos o recurso daí vai ser apresentado. E vou me sentir violentado. A lei vale para o presidente e mais humilde cidadão brasileiro", disse o presidente.

Antes mesmo de ser oficialmente notificada, a AGU enviou à Justiça Federal de São Paulo uma manifestação em que se opõe à divulgação do resultado do exame de Bolsonaro. Em seis páginas, a AGU diz que o pedido deve ser negado, sob a alegação de que a "intimidade e a privacidade são direitos individuais".

Na última terça-feira, 28, Bolsonaro disse que quer defender na Justiça o direito de não mostrar o resultado dos exames de covid-19 que realizou.

"Da minha parte, não tem problema mostrar (o resultado), mas eu quero mostrar que eu tenho o direito de não mostrar. Pra que isso? Daqui a pouco quer saber se eu sou virgem ou não, vou ter de apresentar exame de virgindade para você. Dá positivo ou negativo, o que vocês acham aí?", disse o presidente na porta do Palácio da Alvorada ao falar com a imprensa.

Juristas, no entanto, discordam do entendimento de Bolsonaro. O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Carlos Ayres Britto considerou "juridicamente correta" a decisão da Justiça. Na avaliação do ex-magistrado, o Brasil tem o direito de saber da saúde do presidente.

"O País tem o direito de saber da saúde do seu presidente, até porque se trata de doença transmissível e, ao que se sabe, o presidente não se submeteu a nenhum isolamento físico", afirmou Ayres Britto. "No momento em que vivemos planetariamente, a matéria não se inscreve no âmbito da intimidade, nem mesmo da vida privada do presidente. O próprio presidente antecipou o interesse coletivo no resultado do exame a que se submeteu ao tornar pública a realização desse mesmo exame", completou.

Bolsonaro fez o exame para o vírus duas vezes, em 12 e 17 de março, após voltar de missão oficial nos Estados Unidos, onde se encontrou com o presidente Donald Trump. Nas duas ocasiões, o chefe do Executivo informou, via redes sociais, que testou negativo para a doença, mas não exibiu cópia dos resultados. Pelo menos 23 pessoas que acompanharam o presidente na visita aos Estados Unidos, incluindo auxiliares próximos, foram diagnosticadas posteriormente com a doença.

Para o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, é "injustificável" Bolsonaro ainda não ter divulgado os exames. "Em especial em uma situação de epidemia, torna-se relevante que o presidente seja transparente e divulgue o resultado oficial do seu exame, a exemplo do que fizeram vários líderes de países democráticos."

Por Rafael Moraes Moura
Estadão Conteúdo

Dólar sobe 4,6% em abril e tem quarto mês seguido de alta

O dólar subiu 4,66% em abril, o quarto mês consecutivo de alta. No ano, a moeda americana tem valorização de 35,6%, e o real é a divisa com pior desempenho em uma cesta de 34 divisas. A pandemia do coronavírus, a perspectiva de mais cortes de juros e a turbulência política estão entre os fatores que fizeram o dólar testar níveis históricos este mês no Brasil. Mesmo com as fortes altas, há analistas prevendo que a divisa dos Estados Unidos possa subir mais e testar valores acima de R$ 6,00 nas próximas semanas, caso o cenário em Brasília piore.

Na semana que termina nesta quinta-feira, 30, o dólar acumula queda de 3,93%, a primeira de baixas desde o início do mês. Hoje, o dia foi marcado por uma realização de ganhos, após três quedas seguidas, movimento também observado nas outras moedas de países emergentes, em meio a nova rodada de divulgação de indicadores ruins na Europa e Estados Unidos. A compra de dólares foi estimulada ainda pela tradicional cautela antes de feriados, que fazem o investidor buscar refúgio em divisas fortes, especialmente neste momento de pandemia. O dólar à vista terminou a quinta-feira, dia que teve a definição do referencial Ptax de abril, em alta de 1,56%, a R$ 5,4387. O dólar junho, que passou a ser o contrato mais líquido a partir de hoje, subiu 2,84%, a R$ 5,4955.

"O real está no olho do furação, por conta do risco político e da covid", afirma o economista sênior para América Latina da consultoria inglesa Pantheon Macroeconomics, Andres Abadia. Ele comenta que o ambiente político piorou no Brasil, ajudando a depreciar ainda mais o real, em um momento que as perspectivas já não eram boas por conta do choque do coronavírus, que tem provocado frequentes cortes nas previsões para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. O economista projeta queda de 2,5% este ano, mas avisa que o número deve ser revisto.

Abadia prevê que o Banco Central vai cortar os juros em 0,50 ponto porcentual em maio, mas avalia que a própria disparada do dólar pode começar a ter impacto na inflação pela frente, limitando o espaço para novas reduções da Selic. No lado fiscal, o economista afirma não ter dúvidas de que as contas públicas brasileiras vão ter deterioração significativa pela frente e a dúvida é se a austeridade fiscal vai voltar ao foco do governo em 2021.

Nos últimos dias, vários bancos revisaram para cima suas projeções para o dólar no final do ano. O Morgan Stanley e o Asa Bank não descartam a moeda acima de R$ 6,00. O grupo financeiro ING vê a divisa voltando a casa dos R$ 5,80 nos próximos 30 dias e R$ 5,50 daqui a três meses. Intervenções do Banco Central, como a autoridade monetária tem feito diversas vezes nas últimas semanas, devem seguir fornecendo liquidez ao mercado, mas isso não deve impedir o real de testar novas mínimas, na medida em que os cortes de juros vão prosseguir, afirmam os estrategistas do ING.

Por Altamiro Silva Junior
Estadão Conteúdo

Bolsa fecha em baixa de 3,20%, a 80.505,89 pontos, mas com ganho de 10,25% no mês

Liderado em terreno negativo pelas ações de bancos e de siderúrgicas, o Ibovespa passou por realização de lucros nesta última sessão de abril, após série de três ganhos diários que permitiram ao principal índice da B3 acumular alta de 10,25% no mês - na semana, avançou 6,87%. Nesta quinta-feira, 30, em dia também negativo nas bolsas de Nova York e da Europa, a referência brasileira caiu 3,20%, aos 80.505,89 pontos, tendo tocado mínima a 80.168,06 (-3,61%), saindo de máxima a 83.169,34 pontos - na sessão anterior, obteve o maior nível de encerramento desde 11 de março.

Nesta quinta, o giro financeiro totalizou R$ 27,4 bilhões, consistente com o observado nas sessões anteriores. Na ponta negativa do Ibovespa, Smiles cedeu 8,87% na sessão, seguida por Iguatemi (-7,68%). Entre as blue chips, Vale caiu 4,00%, com Petrobras ON em baixa de 1,84% e a PN, de 0,82%. Na ponta positiva da sessão, Marfrig subiu 2,64%, seguida por BB Seguridade (+2,12%) e Suzano (+1,78%). No ano, o índice acumula agora perda de 30,39%.

"O Ibovespa sofreu hoje uma realização de lucros justamente na faixa de 80 mil pontos, região essa que segurou o mercado ao longo do mês de abril. E somente com seu rompimento para o índice engatilhar uma recuperação, de fato, em maio", aponta Rafael Ribeiro, analista da Clear. "Na cena interna, vale citar a sequência ininterrupta do aumento de números de casos do coronavírus no Brasil, o que vem preocupando os governadores e deve resultar no adiamento das medidas de flexibilização de isolamento previstas, até então, para o começo de maio", acrescenta.

Após a divulgação do balanço trimestral do Bradesco, com forte diminuição do lucro, as ações do segmento travaram parte do avanço acumulado pelo segmento na semana, induzido então pelos números do Santander, na abertura da temporada de resultados de janeiro-março. Assim, nesta quinta-feira, Bradesco PN fechou em baixa de 7,22%, e a ON, de 6,45%, com a unit do Santander em queda de 4,59%, mas com as ações destas e de outras grandes instituições financeiras da carteira Ibovespa ainda acumulando alta na semana, à exceção de Itaú Unibanco PN (-1,32% no período). Entre as siderúrgicas, Gerdau PN cedeu hoje 5,78% e Usiminas, 5,14%.

"O mercado acabou comprando a contenção da crise política. Se olharmos os juros, não voltaram ao patamar anterior à crise, mas estão razoavelmente em conformidade com uma situação equilibrada O mercado acionário está sinalizando uma recuperação, uma volta da economia em forma de V, e não uma situação mais grave, em U ou L", diz Pedro Paulo Silveira, economista-chefe da Nova Futura, que mantém avaliação de que os três primeiros trimestres do ano estão comprometidos, com alguma recuperação a caminho a partir de outubro-dezembro de 2020.

Quando for superado o momento extraordinário, de pandemia, "os três entes da União terão de fazer um esforço enorme para ajustar o gasto público", aponta o economista. Enquanto o gasto público se retrair, o consumo das famílias ainda estará muito prejudicado pelo avanço do desemprego e os investimentos privados tendem a permanecer contidos, aponta o economista-chefe da Nova Futura.

Segundo Silveira, no momento o mercado reage aos balanços do primeiro trimestre, que não refletem o quadro em sua inteireza. "Os do segundo trimestre serão piores do que os do primeiro", diz Silveira, observando que a reabertura e mesmo a retomada do nível de atividade da economia será gradual, e que ainda não se alcançou o topo da curva da doença no País.

Com a recuperação observada em abril, o Ibovespa deixa para trás um primeiro trimestre para se esquecer, período no qual acumulou perda de 36,86%, a maior de que se tem registro na Bolsa. Em janeiro, após ter renovado máxima histórica no dia 23 daquele mês, o índice de referência da B3 acumulou perda de 1,63%, seguida por mergulhos de 8,43% em fevereiro - o pior desde maio de 2018 - e em março, no auge da volatilidade, quando cedeu 29,90%, a maior perda mensal desde agosto de 1998.

Por Luís Eduardo Leal
Estadão Conteúdo

Sem vacina, não haverá Carnaval, diz governador da Bahia

Foto: Roberta Aline/Arquivocidadeverde.com

O governador da Bahia, Rui Costa (PT), afirmou nesta quinta-feira (30) que não haverá Carnaval em Salvador em 2021 caso até lá não exista uma vacina para combater o novo coronavírus.

"[Não haverá] nem Carnaval, nem Réveillon. Não só no Brasil, no mundo inteiro. Não haverá show enquanto não tiver a vacina porque nós podemos ter uma segunda ou terceira onda de contaminação e matar milhões de pessoas" afirmou o governador em entrevista à TV Itapoan.

O prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM) deu uma declaração na mesma linha nesta quarta-feira (29). Em entrevista à rádio Metrópole, o prefeito afirmou que não pode garantir a realização da festa no próximo ano.

"As aglomerações, festas, eventos populares com multidão, provavelmente serão as últimas coisas a voltar. Não temos uma previsão. Se a gente tiver uma vacina, claro que vamos ter o Carnaval. Se não tivermos vacina, é muito difícil fazer esse prognóstico. Se fosse no quadro de hoje, não", disse.

Nesta semana, o governo da Bahia confirmou que irá suspender todas as festas juninas do estado. O São João é a festa mais popular do calendário baiano, com festas em mais de 300 cidades do estado.

Fonte: Folhapress

População desrespeita distanciamento e se aglomera em filas no interior


Moradores em fila na cidade de Oeiras.

Flagras nas cidades de Barras e Oeiras mostram centenas de pessoas se aglomerando em filas para acesso ao auxílio emergencial e outros benefícios. Barras já tem 3 casos confirmados da Covid-19 e Oeiras registra seis pacientes que testaram positivo para a doença. 

No vídeo é possível ver um aglomerado de pessoas na fila. O saque do auxílio emergencial somado com o recebimento de benefícios como aposentadorias reuniu centenas de moradores que lotaram ruas do centro da cidade de Barras. Nas filas, quem esperava atendimento não respeitava a distância social e muitos não usavam máscaras.

O secretário municipal do município de Barras, Eduardo José, explica que ações vêm sendo tomadas para sensibilizar a população.

“Antes mesmo do vírus chegar pela cidade, a gente já vinha batendo muito no isolamento social, no distanciamento social. Botando carro de som nas ruas, entregando panfletos, fazendo barreiras sanitárias nas entradas da cidade e em locais de grandes aglomerações, fazendo a sanitização das ruas", contou. “Se a gente continuar fazendo isso tudo e a população não se conscientizar, a tendência é os casos aumentarem”, alertou. 

A prefeitura informou que vai distribuir máscaras nas filas e organizar com as gerência dos estabelecimentos regras para manter o distanciamento nas filas. 

Valmir Macêdo
[email protected]

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