Cidadeverde.com

Sesapi prevê aumento de 40 novos casos por dia da covid e estuda pico de transmissão

Fotos: Roberta Aline

O secretário Estadual de Saúde, Florentino Neto, informou ao portal Cidadeverde.com que a previsão é de aumentar em 10% por dia os casos da covid-19 no estado. Segundo ele, isso corresponde a cerca de 40 novos casos diariamente. Florentino reforça o pedido de isolamento social e aponta que os próximos dias são cruciais e por isso defende a prorrogação da quarentena.

"O pico da doença ainda não está instalado e existe hoje um crescimento do número casos e óbitos e que a elevação hoje se dá num nível de crescimento de 10% ao dia, o que resulta em torno de 40 novos casos por dia. Nos próximos dias esse crescimento pode aumentar e o resultado pode ser de 100 casos dia".

Membros do Comitê de Operações de Emergências e da academia recomendaram ao governador Wellington Dias (PT) prorrogue o decreto de isolamento social no Piauí. 

"A posição de todos que foram ouvidos, academia, área técnica, profissionais de saúde, todos defenderam a necessidade de preservação de isolamento domiciliar", disse Florentino, destacando que o Comitê, como um todo, iria se reunir para dá uma posição oficial ao governo.

Florentino Neto informou ainda que equipes da Secretaria de Saúde estão fazendo estudos epidemiológicos para identificar o pico de transmissão. A previsão é que o pico ocorra em meados do dia 15 de maio, mas poderá antecipar ou ser mais adiante.

Em videoconferência com senadores, o ministro da Saúde, Nelson Teich, disse não ser possível identificar quando será o pico da covid-19 no Brasil. “Não sei e ninguém sabe quando será o pico”, disse. Segundo ele, as datas projetadas hoje são simplesmente suposições em cima de modelos. 

O governo espera resultado da pesquisa por amostragem com testagens rápidas em 15 municípios que ajudará a ter um quadro real da doença no estado.

 

Flash Yala Sena
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Bahia confirma redução salarial de 25% até a volta dos jogos

Fotos: Felipe Oliveira / EC Bahia

 

O Bahia segue tomando medidas para amenizar os efeitos provocados pela pandemia do novo coronavírus. O presidente Guilherme Bellitan confirmou que jogadores, comissão técnica e diretoria tiveram redução salarial de 25% até a volta dos jogos

"Os atletas, comissão técnica e diretoria tiveram salário reduzido em 25%, já fechamos esse acordo com eles, que foram muito parceiros do clube. A gente só vai voltar a pagar o salário integral quando os jogos voltarem", disse o dirigente, em entrevista à Rádio Metrópole.

Guilherme também revelou que ele mesmo foi afetado pelo corte, abrindo mão de seu salário de forma integral. O objetivo é de que os funcionários do clube não sejam afetados. "Não receberei meu salário porque entendo que a prioridade é pagar os salários dos funcionários do clube, dos atletas e obrigações básicas do Bahia. Eu não receberei o salário até o fim da pandemia", concluiu.

Na terça-feira, a CBF se reuniu com federações estaduais e indicou aceitar a liberação da volta aos treinos, desde que com autorização dos governos locais.

O Campeonato Baiano foi paralisado ao fim da sétima rodada, em 15 de março. Restando apenas uma jornada para o fim da primeira fase, o Bahia é o único classificado às semifinais, liderando de forma invicta com 15 pontos.

Fonte: Estadão Conteúdo

Maia pede solução rápida para que Senado vote socorro a estados e municípios

Foto: Najara Araujo/Câmara dos Deputados

 

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), pediu nesta quarta-feira (29) que se chegue a uma solução rápida sobre o texto, que está para ser votado no Senado, de socorro a estados e municípios durante a pandemia do novo coronavírus.

Ele defendeu que o pacote de auxílio financeiro aos governadores e prefeitos seja votado pela Câmara até segunda-feira (4).

Há cerca de duas semanas, os deputados aprovaram, por ampla maioria, um plano de ajuda aos estados, mas a versão é contestada pelo governo.

O ministro Paulo Guedes (Economia) disse a interlocutores que iria propor veto ao projeto, caso o Congresso não alterasse pontos da proposta. Por isso, o governo tem costurado com o Senado um novo plano de socorro. A ideia é que o Senado vote o texto no sábado (2) e, depois, retorne para discussão na Câmara.

"Eu não conheço o texto, vai depender do prazo e a forma como vai ser construída a distribuição dos recursos, preciso aguardar para poder ter uma opinião", disse Maia.

Para o presidente da Câmara, o impasse tem que ser resolvido rapidamente.

"A gente vai vendo que a situação é dramática, que a necessidade de ampliar gasto em saúde é fundamental no momento é que a informação que eu tenho é que em alguns estados a arrecadação está fechando com uma queda de 30% a 35%. A projeção de maio é ainda maior, 45%", ressaltou.

Governadores e prefeitos pedem dinheiro para o governo federal com o objetivo de combater a Covid-19 e manter o funcionamento da máquina pública. Muitos já sinalizam que, sem auxílio financeiro, não terão como pagar salários de servidores em maio.

A equipe econômica e o Senado ainda debatem o tamanho do socorro. Inicialmente, Guedes propôs R$ 40 bilhões para serem repassados diretamente aos governadores e prefeitos -transferência direta do caixa do Tesouro para o caixa dos estados e municípios.

Mas congressistas avaliam que esse montante não é suficiente. Por isso, o Ministério da Economia já trabalha com uma perspectiva de desembolso entre R$ 50 bilhões e R$ 60 bilhões.

Em contrapartida, líderes do Senado indicam que o pacote de ajuda irá prever que servidores federais, estaduais e municipais não tenham aumento salarial por 18 meses. Algumas categorias da área de saúde e de segurança pública devem ser poupadas do congelamento salarial.

Maia concorda com essa medida, mas não acha que isso será suficiente.

"A situação vai ser mais grave do que a gente discutir congelamento. Não estou dizendo que tem que ser feito agora. Você pode fazer esse debate na reforma administrativa, por exemplo", afirmou, se referindo à necessidade de medidas mais duras após a pandemia.

Para o presidente da Câmara, a suspensão de aumento salarial é um gesto simbólico, pois ele não acredita que algum governo regional daria reajuste num momento de crise.

Técnicos do Ministério da Economia dizem que o congelamento salarial funciona como uma espécie de contrapartida para que governadores e prefeitos tenham acesso aos recursos do plano de socorro. O governo estima que a economia com a medida poderá chegar a R$ 100 bilhões.

Apesar de o governo ter aceitado elevar o valor das transferências diretas para mais de R$ 50 bilhões, o montante está abaixo da versão do plano de auxílio aprovado pela Câmara.

Mais amplo do que deseja a equipe econômica, o pacote de socorro articulado por Maia prevê que toda a perda de arrecadação de ICMS (imposto estadual) e de ISS (municipal), em relação ao ano passado, seja compensada. Essa conta seria paga pelo governo federal, que contesta esse modelo pela falta de previsibilidade da despesa.

Alguns estados registram uma queda de 30% na receita de ICMS -taxa usada pela Câmara para estimar o custo do pacote dos deputados aos cofres públicos neste ano (R$ 89,6 bilhões).

O governo calcula que, a cada 10% de desfalque nas contas regionais, a União tem que pagar R$ 28 bilhões aos entes. O custo total da proposta ficaria em R$ 149 bilhões em caso de perdas de 50% na arrecadação. Se o patamar for de 70%, o impacto seria de R$ 205 bilhões.

O Ministério da Economia é contra a proposta da Câmara por causa da falta de previsibilidade nas despesas. Por isso, quer que o plano já indique uma quantia fixa a ser repassada aos governadores e prefeitos.

Para reduzir as disputas regionais, a nova versão do plano de socorro, em discussão entre governo e Senado, deverá prever um critério misto de divisão do dinheiro.

A ideia é que parte dos recursos seja distribuída com base na arrecadação de ICMS, o que privilegia as regiões Sudeste e Sul, onde a atividade econômica é mais forte.

A outra parcela seria repartida de acordo com a quantidade de habitantes em cada estado e município, o que garante mais verba para Norte e Nordeste do que o método do ICMS.

DANIELLE BRANT E THIAGO RESENDE
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) 

 

Capital do Maranhão atinge 100% de ocupação de UTIs para Covid-19

Foto: Agência Maranhão de Notícias

Depois de Ceará e Pernambuco, o Maranhão é o mais novo estado do Nordeste a enfrentar uma escalada de casos do novo coronavírus. O estado enfrenta um cenário de colapso do sistema público de saúde da capital e corre contra o tempo para a instalação de novos leitos.

Nesta terça-feira (28), a cidade de São Luís atingiu 100% de ocupação dos 112 das UTIs (Unidades de Terapia Intensiva) da rede estadual destinadas ao tratamento de Covid-19. Nos 267 leitos de enfermaria, a ocupação é de 63,7%.

A escassez de leitos é resultado da rápida progressão da doença no estado, que chegou a 2.084 casos registrados. Em apenas uma semana, entre 21 e 28 de abril, o número de mortes pela Covid-19 saltou de 66 para 166. Apenas nesta terça-feira (28) foram 21 novos óbitos registrados. Diante da escalada dos casos, o governador Flávio Dino (PCdoB) afirmou que vai endurecer as regras de circulação de pessoas na Ilha de São Luís, que inclui os municípios de São Luís, Paço do Limiar, Raposa e São José de Ribamar.

"Não há dúvida que nós temos uma tendência, infelizmente, a partir da próxima semana, de termos um endurecimento de medidas [restritivas]. Elas são necessárias, é o caminho que o mundo todo indica", afirmou Flávio Dino nesta quarta-feira (29) em entrevista à TV Mirante.

Não está descartado um decreto de lockdown, no qual há bloqueio total da circulação das pessoas nas ruas. O governador informou que, caso decida pela medida, informará com antecedência à população.

Para enfrentar a escalada da doença na capital, o governo informou que vai ampliar o número de leitos clínicos e de terapia intensiva. No início da crise, eram 80 leitos de UTI para o tratamento da Covid-19 em São Luís, número que foi ampliado para 112 e chegará a 139 nesta quarta.

O governador ainda prometeu a incorporação de 130 novos leitos na rede estadual em São Luís na próxima semana, mas não informou quantos destes serão de terapia intensiva. Um hospital de campanha está sendo erguido na capital e outro na cidade de Açailândia. Ao todo, o governo recebeu 187 novos respiradores doados por empresários que foram comprados em um fornecedor da China.

Para garantir a aquisição, o governo precisou montar uma logística com custo de R$ 6 milhões por meio de uma rota pela África. O primeiro lote com 107 respiradores chegou há duas semanas dias. O segundo lote com 80 equipamentos chegou nesta quarta.

Em geral, a corrida para instalação de novos leitos tem sido marcada por obstáculos como a falta de equipamentos e de profissionais nas redes municipais, estadual e federal de saúde

Na rede federal, dos 20 novos leitos de UTI previstos para o hospital da Universidade Federal do Maranhão, 14 estão prontos para uso, mas ainda faltam médicos e enfermeiros.

Com mais de 200 profissionais afastados por suspeita ou contaminação do novo coronavírus, o hospital abriu um processo seletivo emergencial para contratar os profissionais de saúde. Também faltam leitos nas unidades de saúde privadas da capital maranhense. O Sindicato dos Hospitais Particulares de São Luís informou em ofício ao governo estadual que também está no limite da ocupação dos leitos clínicos e de terapia intensiva.

No interior, por outro lado, a situação é mais tranquila. Dos 84 leitos de UTI destinados ao tratamento da doença, apenas 14 estão ocupados. Também há 168 leitos clínicos, dos quais 154 estão disponíveis.

Caso persista a pressão sobre o sistema de saúde de São Luís, o governo avalia transferir pacientes da capital para ocupar leitos nas cidades do interior onde ainda há vagas disponíveis. A medida, contudo, só será tomada em último caso. O governador Flávio Dino destacou ainda que, a despeito dos esforços para ampliar a rede de atendimento, é preciso reduzir o ritmo de disseminação da doença pelo Maranhão: "Temos que conter o número de pessoas pegando o coronavírus", afirmou.

JOÃO PEDRO PITOMBO
SALVADOR, BA (FOLHAPRESS) 

 

Ministério Público entra com ação pedindo funcionamento total do HPM

Foto: Roberta Aline/Cidadeverde.com

O Ministério Público do Estado ingressou com ação na Justiça contra o Estado, para que o Hospital da Polícia Militar seja colocado em pleno funcionamento para atender casos da Covid-19. A unidade de saúde é o hospital sentinela no plano de contingência do Estado.

Atualmente, o hospital que possui 40 leitos clínicos, três de estabilização e dez de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) só viabilizou a abertura de apenas dez leitos de internação, dois leitos de estabilização, uma área de triagem de pacientes e uma central de material de esterilização, além da continuidade de funcionamento das atividades administrativas. 

Isso porque, o HPM afastou todos os todos os profissionais de saúde que declararam pertencerem ao grupo de risco para a Covid-19 e que se enquadram nas normativas vigentes.

Para adequar o funcionamento do Hospital à demanda de pacientes, suspeitos ou confirmados com a COVID-19, o Ministério Público requereu que o Estado seja obrigado a cumprir a Recomendação GSS Nº 02-2020, e que disponha ao HPM o quantitativo necessário de profissionais, durante o período de disseminação e contaminação da doença.

"Necessário ao preenchimento do quadro do setor de triagem, com 40 leitos clínicos, três leitos de estabilização e central de material de esterilização, cinco psicólogos, 33 profissionais de serviços gerais de limpeza, seis fisioterapeutas, 48 enfermeiros, 96 técnicos de enfermagem, 19 maqueiros e dez copeiras", descreve.

Já para os dez leitos da Unidade de Terapia Intensiva (UTI), deverão ser disponibilizados um médico responsável técnico (RT), um médico diarista, nove médicos plantonistas, um enfermeiro RT, nove enfermeiros plantonistas, um fisioterapeuta RT, oito fisioterapeutas plantonistas, um nutricionista, quatro copeiras, um psicólogo, 36 técnicos de enfermagem, cinco auxiliares de serviços gerais, cinco maqueiros e cinco auxiliares de farmácia, além de equipamentos e insumos necessários para garantir o funcionamento, conforme as normas sanitárias vigentes, para o atendimento de pacientes suspeitos ou confirmados com COVID-19.

"Considerando o progressivo aumento de pacientes, solicita-se que o HPM adote providências para a disponibilização dos demais leitos da unidade de saúde, sendo 59 leitos para casos de Covid-19", finaliza a nota do MPPI, assinada pelo Grupo Regional de Promotorias Integradas no Acompanhamento do COVID-19.

Decisão judicial Simepi

O Sindicato dos Médicos do Piauí (Simepi) já havia conseguido na justiça uma liminar para abertura dos leitos de UTI do hospital, ainda na semana passada. O desembargador do Tribunal de Justiça do Piauí, Edvaldo Pereira de Moura, julgou procedente a ação para abertura dos 10 leitos e a garantia de condições adequadas de trabalho para os profissionais de saúde. Veja decisão na íntegra

O Cidadeverde.com entrou em contato a Secretaria Estadual da Saúde (Sesapi) que enviou a seguinte nota:

O Hospital Dirceu Arcoverde da Polícia Militar (HPM) conta com 260 profissionais, do seu quadro de pessoal, afastados por comorbidades, como determina as medidas de prevenção ao novo coronavírus. Na área Covid-19 estão trabalhando 289 pessoas, se a demanda de 100% for necessária, a unidade necessitará de 400 profissionais da saúde. No Plano de Contingência o HPM inicialmente atuaria como hospital de sentinela, com leitos clínicos e de estabilização, mas foi decidido a instalação de 10 leitos de UTI, que ficarão prontos até o dia 15 de maio. No hospital estão internados, até esta quarta-feira(29), 02 pacientes de Covid-19, em leitos clínicos.

Caroline Oliveira
Com informações do MPPI
[email protected]

Brasil tem 449 novas mortes por coronavírus e 6.276 novos casos confirmados em 24 horas

O Brasil registrou 449 novas mortes nas últimas 24 horas, segundo divulgou o Ministério da Saúde nesta quarta-feira (29). É o segundo número mais alto diário de novos óbitos.

Na terça (28), o Brasil bateu o recorde de mortes registradas em 24 h, com 474 novas vítimas, e ultrapassou a China no número total de óbitos causados pelo novo coronavírus. O recorde anterior do Brasil era de 407 vítimas em 23 de abril.

No total, o país registra 5.466 óbitos por Covid-19. A China, de onde o novo vírus é oriundo, registra 4.637 mortos, a maioria em Wuhan, na província de Hubei, segundo a Universidade Johns Hopkins, nos EUA, que monitora a pandemia.

O Brasil é agora o nono país com mais vítimas no mundo. Em número de pessoas com a infecção, ocupa o 11º lugar no ranking de países, com 78.162 –nas últimas 24 h, foram 6.276 novos casos. Fica só atrás da China, que tem 83.940 casos.

Questionado na terça à noite sobre os números, o presidente Jair Bolsonaro disse em entrevista na porta do Palácio da Alvorada: "E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre". Ele disse que cabia ao ministro da Saúde, Nelson Teich, explicar os números.

Foto: MARIVALDO OLIVEIRA/CÓDIGO19/ESTADÃO CONTEÚDO

Depois de questionar e ouvir que sua entrevista estava sendo transmitida ao vivo em redes de TV, Bolsonaro deu uma uma declaração mais amena sobre o assunto: "Lamento a situação que nós atravessamos com o vírus. Nos solidarizamos com as famílias que perderam seus entes queridos, que a grande parte eram pessoas idosas, mas é a vida. Amanhã vou eu.

Logicamente que a gente quer, se um dia morrer, ter uma morte digna, né? E deixar uma boa história para trás", disse.
Nesta quarta, Bolsonaro criticou as notícias que relatam sua entrevista na noite anterior e passou a culpa das mortes para os governadores.

"As medidas restritivas são a cargo dos governadores e prefeitos. A imprensa tem que perguntar para o Doria porque tem mais gente perdendo a vida em São Paulo. Perguntar para ele que tomou todas as medidas restritivas que ele achava que devia tomar", disse Bolsonaro em menção ao governador de São Paulo, João Doria (PSDB), seu virtual adversário em 2022.

"Não adianta a imprensa querer botar na minha conta estas questões que não cabem a mim. Não adianta a Folha de S.Paulo, O Globo, que fez uma manchete mentirosa, tendenciosa", continuou Bolsonaro.

Arte: Ministério da Saúde

RENATO MACHADO E NATÁLIA CANCIAN
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS)

 

Cresce violência contra a mulher na quarentena; movimento faz alerta

Foto: Pablo Valadares/Agência Senado

A Frente Popular de Mulheres Contra o Feminicídio enviou uma carta para os poderes públicos, municipal e estadual de defesa das mulheres pedindo ações emergenciais voltadas para a população de mulheres durante a pandemia de Covid-19. Dentre os pontos estão o reforço na propaganda de rádio e TV contra abusos de gênero e o atendimento jurídico e psicológico à distância para as vítimas.

Para a Frente de Mulheres, o momento de crise econômica, com desempregos, e de recolhimento domiciliar tem deixado muitas mulheres em situação ainda mais vulnerável à violência. 

“Sabemos que o momento é priorizar a saúde, as pessoas desabrigadas, mas também é de redobrar a atenção à violência contra as mulheres que tem aumentado. O que se registra durante esse período de isolamento social é um grande aumento da violência contra as mulheres. Muitas estão desempregadas e continuam tendo que cuidar de suas casas e de suas famílias”, afirmou Madalena Nunes, uma das articuladoras da Frente. 

Segundo Madalena, apenas em um mês e dez dias de isolamento, três feminicídios foram registrados em Teresina.

Violência continua na quarentena

Titular da Delegacia de Proteção dos Direitos da Mulher, a delegada Cassandra Morais Sousa afirma que a violência de gênero persiste em tempos de isolamento social. “Nas outras delegacias têm se registado uma diminuição no número de crimes, há também uma redução no número de acidentes de trânsito, mas a violência de gênero é uma demanda constante, ela não cessa, ela continua”, contou

A delegada explica que o atendimento 24 horas contra as vítimas continua durante o isolamento e que há a possibilidade de registrar um boletim de ocorrência sem precisar ir à delegacia. 

“Para os casos de flagrante, temos a Central de Gênero 24 horas, o número 190, o disk 180, a Patrulha da Mulher”, disse.

Foto: Roberta Aline/Cidadeverde.com

Vítima pode pedir medida protetiva à distância

Com a pandemia, as vítimas de violência de gênero passaram a poder registrar o boletim de ocorrência à distância (clique aqui para acessar a Delegacia Virtual). “A mulher ainda pode registrar o boletim de ocorrência sem sair de casa pelo B.O eletrônico. Nele ela diz se quer a medida protetiva e se assim for, a gente encaminha ao judiciário e cumpre a medida, sem precisar ela se deslocar de casa e correr um outro risco que é o do coronavírus”, disse a delegada. 

Em casos de lesão corporal que não sejam flagrantes, a delegacia agenda o exame de corpo de delito no Instituto de Medicina Legal (IML). “Para evitar deslocamentos desnecessários para expor ainda mais a mulher”, garante Cassandra.

Violência aumenta em períodos atípicos

Segundo a delegada Vilma Alves, a violência doméstica tende a aumentar em períodos atípicos como carnaval e Copa do Mundo, e também se mostra crescente em períodos de recolhimento.

“Realmente há um aumento, o que para nós é uma situação estarrecedora porque num momento de isolamento, de crise na perspectiva de futuro, de mortes e mais mortes em decorrência de uma doença, essa violência continua a fazer vítimas”, disse.

Vilma Alves reforça a atenção da sociedade para os problemas causados pela cultura do machismo que tende a canalizar na mulher . “Se o marido ganha menos que a mulher, a mulher apanha. Se perde o emprego, a mulher apanha. Se o filho cai, a mulher apanha. Se não está podendo sair para jogar a pelada, a mulher apanha. É o machismo arraigado. É o poder do homem de achar que a culpa dos seus problemas está na mulher”, diz

Campanhas em massa

A Frente Popular de Mulheres Contra o Feminicídio sugere campanhas para coibir agressores com divulgação dos telefones e serviços com veiculação na TV aberta, aliadas às campanhas de combate à Covid-19. 

“Estamos pedindo que o estado assuma o compromisso com campanhas de divulgação em massa, que não seja só pela internet porque muitas mulheres não têm acesso e nem muito menos como baixar aplicativos. Queremos que as informações para denúncia sejam veiculadas em rádios e nas TVs para que elas saibam que essas políticas de atendimento continuam a funcionar na quarentena”, explica Madalena.

Atendimento online

A articulação de mulheres também defende que seja ampliado o horário de funcionamento das casas de atendimento, como centros de referência, e que seja oferecido atendimento psicológico e jurídico, de forma online, para as mulheres vítimas da violência doméstica.

DELEGACIAS ESPECIALIZADAS NO ATENDIMENTO À MULHER:

DELEGACIA DE FLAGRANTE DE GÊNERO

Rua Coelho de Resende, S/N, Centro/Sul, Teresina-PI. Telefones: (86)3216-5038/ (86)3216-5042

DELEGACIA DE PROTEÇÃO DOS DIREITOS DA MULHER – CENTRO

Telefone: (86)3222-2323

DELEGACIA DE PROTEÇÃO DOS DIREITOS DA MULHER – SUDESTE

Telefone: (86)3216-1572

DELEGACIA DE PROTEÇÃO DOS DIREITOS DA MULHER – NORTE

Telefone: (86) 3225-4597

Valmir Macêdo
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“Fiquei chocado”, diz governador sobre fala de Bolsonaro ao comentar mortes

Foto: Reprodução

O governador Wellington Dias afirmou nesta quarta-feira (29) que ficou chocado com o posicionamento do presidente Jair Bolsonaro sobre a quantidade de mortes no país causadas pelo novo coronavírus. Ontem, o Brasil registrou 5.017 óbitos, superando a China, país onde o vírus começou a aparecer. Bolsonaro disse: "E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre".

Para o governador, falta sensibilidade no presidente em um momento tão delicado. “Fiquei chocado com o posicionamento do presidente ontem. Moro em um país com democracia e quero um presidente sensível com os mortos, famílias e com o problema. Alguém sensível e que cuide da vida. Não há esperança de que isso vai sair em toque de mágica, vai sair com muito trabalho e cada um fazendo a sua parte”, disse o governador ao participar de uma transmissão ao vivo pelas redes sociais.

Wellington Dias voltou a defender o isolamento e disse que pode até falhar por exagero, mas não por omissão. “Podemos até falhar por exagero, mas não porque não tivemos a responsabilidade de cuidar. Não queremos aqui o que está acontecendo em Manaus. Aqui no Piauí, 24 pessoas perderam a vida. Cada um com a sua história. Foi uma perda muito grande para todos nós, não só para quem morreu por coronavírus, mas por todas as doenças”, declarou.

O governador disse ainda que trabalha pela retomada das atividades, mas só que no momento adequado. 

“Ainda não é o momento. Estamos subindo em número de pessoas contaminadas. Não queremos genocídio. É preciso uma medição que estamos fazendo. Qual é o nível de contaminação do Piauí? Precisamos evitar o colapso. As decisões nunca são fáceis. Nesse momento são muito difíceis. Eu terei como governador a coragem de colocar a vida em primeiro. É claro que valorizo o emprego, a economia, mas é a vida em primeiro lugar”, finalizou, reconhecendo o trabalho dos profissionais de saúde.

“Vamos bater palma para os profissionais da saúde. Nós vamos superar isso. Vai ser difícil? Vai! Vai morrer gente? Vai, mas vamos vencer”.

Hérlon Moraes
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Farmácia do Povo facilita acesso de pacientes à hidroxicloroquina no Piauí

Foto: Roberta Aline

A Farmácia do Povo facilitou o acesso para pacientes de doenças crônicas que fazem uso da hidroxicloroquina no Piauí. A medida, segundo a gerência clínica da unidade, se deu devido às dificuldades na aquisição do hidroxicloroquina nas drogarias da rede privada decorrente da pandemia da Covid-19.

A medida já está em vigor e será estendida a todas as unidades, em Teresina e no interior.

O acesso à medicação garante a continuidade do tratamento dos pacientes com lúpus eritematoso sistêmico, artrite reumatoide, dermatomiosite e polimiosite e outras doenças crônicas

“As novas regras são temporárias e excepcionais, conforme nota técnica nº 2/20, e abrangem desde a flexibilização do médico prescritor, que pode ser um clínico, até a validade dos exames”, explica o gerente clínico da Farmácia do Povo, Jean Batista.

“Para ter acesso ao medicamento, flexibilizamos em relação à validade dos exames; exigimos exames estritamente necessários; e o médico que vai prescrever não precisa ser um especialista. Será um processo mais simples”, afirma.

De acordo com gerente, a nota atende as recomendações do Ministério da Saúde, em conformidade aos protocolos clínicos e diretrizes terapêuticas de cada patologia.

A flexibilização para o primeiro processo abrange:

– Não será exigida especialidade médica específica do médico solicitante;

– Quando os exames estiverem com a validade acima da estipulada, esses poderão ser anexados no processo de solicitação, independentemente da data, desde que tenham sido utilizados no diagnóstico da doença ou os mais recentes;

– Para pacientes com a impossibilidade da apresentação de avaliação oftalmológica para uso de hidroxicloroquina atualizado (realizado nos últimos 12 meses) será aceita a abertura do processo mediante relatório médico comprovando esta impossibilidade, sendo obrigatório a apresentação do referido exame na primeira renovação trimestral. Nesse caso, o paciente não poderá fazer a solicitação com LME de seis meses, caso a faça, a avaliação técnica por parte do Ceaf realizará o deferimento e autorização de apenas três meses, sendo necessário, após esse período, a renovação do processo;

– É obrigatória a apresentação de receita de controle especial em duas vias.

Para mais informações, clique aqui.

Nota técnica Duaf 02 2020 – hidroxicoloquina Ceaf

Da redação
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Bolsonaro recebe dono da Havan, Luciano Hang, com abraço

Foto: Marcos Corrêa/PR

O presidente Jair Bolsonaro recebeu com um abraço o dono das lojas Havan, Luciano Hang, em reunião nesta quarta-feira, 29, no Palácio do Planalto. O gesto fere recomendações de autoridades de saúde contra o avanço do novo coronavírus, que pregam o distanciamento social como forma mais eficaz de se evitar a propagação da doença.

Hang participou de reunião de Bolsonaro com o ministro da Economia, Paulo Guedes, e os empresários Flávio Rocha, presidente do Conselho de Administração do Grupo Guararapes, que inclui as lojas Riachuelo, e Meyer Joseph Nigri, fundador da Tecnisa.

Segundo uma pessoa presente na reunião, os empresários defenderam continuidade da agenda de Guedes, especialmente de reformas econômicas. O afrouxamento do isolamento social, segundo essa fonte, não entrou em pauta.

Bolsonaro tem prestigiado o ministro da Economia após atrito com Guedes por anúncio de plano econômico ao período pós-pandemia do coronavírus. Na segunda-feira, 27, ao lado do ministro, o presidente disse que Guedes "decide a economia" no Brasil.

Em imagens publicadas em rede social do Palácio do Planalto, Bolsonaro cumprimenta o dono das lojas Havan com gesto militar e com um abraço. Ao lado, Guedes usa máscara para proteger-se da pandemia.

Por Mateus Vargas
Estadão Conteúdo

 

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