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Pesquisadores no Piauí desenvolvem respirador de baixo custo

Pesquisadores no Piauí desenvolveram um respirador mecânico de baixo custo que pode auxiliar no tratamento de pacientes com a covid-19. O pesquisador Gildário Lima, da Universidade Federal do Delta do Parnaíba (UFDPAR),  explica que o ventilador terá custo de produção de aproximadamente R$ 6 mil  enquanto equipamentos industriais são vendidos a partir de R$ 50 mil.

"Esse ventilador parte de princípios coerentes, apresenta estabilidade, resistência e está pronto para ser submetido aos testes de liberação e fabricação", explica o pesquisador.

O respirador pode ser usado em crianças e adultos, inclusive, em pacientes com sobrepeso. O ventilador tem outras vantagens como sensores de fluxo,  pressão, saturação de oxigênio, além de possuir integração com telemedicina, inteligência artificial e contar com perfis para ventilação assistida e controlada.

Foto: Gelson Catatau/ TRON

Com a estabilização, o protótipo segue para a fase de aperfeiçoamento, documentação e aprovação na Anvisa. 

A startup de Robótica TRON, com o apoio da UFDPar, UFPI, SESC PI, SESC MG e FIEPI, pretende fabricar 1 mil respiradores para doação com apoio de parceiros e investidores, entre esses o Governo do Estado do Piauí. O projeto terá documentação aberta para fins filantrópicos.

Foto: Gelson Catatau/ TRON


Graciane Sousa
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Edital do seletivo da FMS é retificado e inscrições são online

 

Foto:Arquivo/Cidadeverde.com

A Fundação Municipal de Saúde (FMS) publicou, nesta segunda-feira, a retificação do Edital de Processo Seletivo Simplificado nº 001/2020, para a contratação temporária de profissionais para a linha de frente do enfrentamento à COVID-19. São 569 vagas, nos níveis médio e superior, para atuação nos novos hospitais de campanha que serão abertos em breve.

Agora, a inscrição será feita por meio do site http://seletivo.fms.pmt.pi.gov.br/, entre as 8h do dia 28 de abril (hoje) até as 23h59min do dia 29 de abril de 2020.

“A inscrição por meio do site permitirá um processo mais ágil, célere e acessível”, comenta o presidente da FMS, Manoel Moura. Os candidatos selecionados atuarão nas Unidades Hospitalares da FMS que atuam no combate a ação da COVID-19, em regime de plantão ou diarista, de acordo com a necessidade da administração pública. “Por isso, o candidato não deve fazer parte do grupo de pessoas consideradas vulneráveis para a doença, conforme especificado no edital”, frisa o presidente.

Serão 45 vagas para médico com experiência em UTI, 80 para médico plantonista, sete vagas para infectologista, sete para pneumologista, sete para cardiologista, sete para nefrologista, 10 para enfermeiro diarista, 65 para enfermeiro plantonista, cinco para farmacêutico, cinco vagas para psicólogo diarista, 40 para fisioterapeuta plantonista, cinco para assistente social diarista, quatro para nutricionista diarista, 250 vagas para técnico de enfermagem, 12 para técnico de radiologia, 10 para técnico em patologia clínica e 10 vagas para auxiliar administrativo.

“O processo será realizado em etapa única de análise curricular classificatória mediante avaliação objetiva com base na experiência profissional e títulos na área”, informa o presidente da FMS. A avaliação será feita por comissão formada por representantes da Diretoria de Recursos Humanos e Diretoria de Assistência Especializada da FMS. Ele terá validade de 6 meses, prorrogável por até igual período, a contar da homologação do resultado.

O edital visa atender à necessidade de interesse público e tem por base a Lei Federal nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020, e a Lei Municipal nº 5.499, de 9 de março de 2020, além do decreto lei nº 19.537, de 20 de março de 2020 e demais disposições legais, por se tratar de assistência a situações de calamidade pública e a emergências em saúde pública.

Clique aqui para ver o edital retificado

Da redação
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Governo muda o tom e dirigentes veem pressão por volta do futebol

Foto: Lucas Figueiredo/CBF

 

Cauteloso até a semana passada, o Governo Federal mudou o tom sobre a volta do futebol brasileiro, com o secretário especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia, Carlos Costa, afirmando nesta segunda-feira (27) que ela acontecerá "em breve". O UOL Esporte apurou que nem a maioria dos clubes nem dirigentes da CBF endossam o discurso, e consideram que a postura do governo começa a ser de pressão para acelerar a retomada das atividades.

Pessoas ligadas à cúpula da entidade que comanda o futebol brasileiro afirmam que nenhum tipo de pressão é bem-vinda, e que a entidade, em nenhum momento, pediu qualquer pressa na elaboração de um plano de retomada. A prioridade segue sendo a de estabelecer um protocolo de segurança com médicos e com autoridades sanitárias e, quando isso acontecer, priorizar o término dos estaduais.

Dirigentes de clubes ouvidos pela reportagem, inclusive do Rio e de São Paulo, cidades com maiores focos do coronavírus, também foram pegos de surpresa pela declaração de Costa. Embora as equipes brasileiras apostem na retomada do futebol como garantia da sua sobrevivência financeira, não há entre elas qualquer sentimento de proximidade deste retorno -ainda é necessário diálogo e planejamento para garantir a saúde de todos envolvidos.

O que existe é um consenso de que, embora tenha partido publicamente de uma pessoa ligada ao ministério da Economia, a mudança de postura do governo coincide também com a saída de Henrique Mandetta do ministério da Saúde. Mandetta tinha objeções consideráveis principalmente em relação aos grandes centros como Rio e São Paulo, algo que parece ter mudado neste início de semana.

Essa pressão não é vista com bons olhos entre dirigentes tanto da CBF como des clubes. Desde o início da pandemia, os cartolas vêm mantendo frequentes reuniões por vídeo na tentativa de amarrar as diversas pontas sobre o futuro do futebol brasileiro - e elas são muitas. Declarações e comportamentos que criem expectativas excessivas em torcedores e mobilizem clamor popular pela aceleração de uma retomada não ajudam neste processo.

A CBF já estabeleceu com as federações estaduais o compromisso de priorizar o término de seus campeonatos, para só depois retomar o Brasileirão. Os clubes da Série A do Brasileiro, por outro lado, tem tido como prioridade garantir que o campeonato nacional tenha 38 rodadas - isso para poder receber integralmente ou até antecipar receitas de transmissão da Globo, e assim conseguir fôlego financeiro.

A Globo, por sua vez, já suspendeu pagamentos referentes aos estaduais e reduziu alguns referentes ao Brasileiro. A emissora tem estado aberta ao diálogo, mas não tem falado em pagar integralmente por produtos sem a certeza de como e quando eles serão entregues.

Há ainda divergências políticas: estados têm tratado a pandemia com posturas diferentes das do governo federal. Os governos de São Paulo e Rio de Janeiro, por exemplo, têm tido diretrizes mais rígidas de isolamento social, e qualquer retomada terá que passar por elas.

Todas as partes tem estabelecido diálogos frequentes em busca de uma forma segura e que atenda, na medida do possível, todos os interesses, mas o processo envolve múltiplas divergências e vem sendo trabalhoso. Uma nova reunião entre clubes e CBF ocorre na tarde desta terça-feira.

LEO BURLÁ, PEDRO IVO ALMEIDA E PEDRO LOPES
RIO DE JANEIRO, RJ, E SÃO PAULO, SP (UOL-FOLHAPRESS) 

 

Tóquio-2020 pode ser cancelado se pandemia não for controlada, diz organização

Foto: CADU ROLIM/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO

 

Os Jogos Olímpicos de Tóquio-2020, adiados para 2021, serão cancelados se a pandemia do novo coronavírus não for controlada no mundo, disse o presidente do Comitê Organizador, Yoshiro Mori, em uma entrevista ao jornal japonês Nikkan Sports nesta terça-feira. O dirigente explicou que a Olimpíada não pode ser adiada novamente.

Na última quinta-feira, o presidente do Comitê Organizador já havia enfatizado que "pensando nos atletas e nos problemas que isso colocaria para a organização, é tecnicamente difícil adiá-lo dois anos". A pandemia forçou um primeiro adiamento dos Jogos Olímpicos, quando a data de abertura foi remarcada para o dia 23 de julho de 2021.

Yoshiro Mori disse que a batalha contra o coronavírus é uma "luta contra um inimigo invisível" e lembrou que, até hoje, o evento esportivo só foi cancelado devido à guerra. "Se a pandemia for controlada com sucesso, organizaremos as Olimpíadas em paz no próximo ano", disse o dirigente. "A humanidade aposta nisso".

Os organizadores e o governo japonês insistem que a Olimpíada pode ser uma oportunidade para mostrar o triunfo do mundo sobre o novo coronavírus, mas há quem pense que o atraso de um ano não é suficiente. Será "extremamente difícil" sediar os Jogos no próximo ano se uma vacina não for descoberta, alertou o presidente da Associação Médica do Japão, Yoshitake Yokokura.

Na semana passada, um médico especialista japonês, que criticou a resposta do país ao coronavírus, disse estar "muito pessimista" com a possibilidade de que a Olimpíada possa ser realizada em 2021. Por enquanto, o Japão já registrou pouco mais de 13 mil casos de pessoas contaminadas com a covid-19 e cerca de 400 mortos.

Fonte: Estadão Conteúdo

Ocupação de UTIs para Covid-19 no Piauí chega a 31%, revela Sesapi

Foto: arquivo Cidadeverde.com

Na falta de testes para se ter um cenário real da quantidade de infectados, um dos termômetros para se ter uma noção do avanço do novo coronavírus no Piauí é a ocupação de leitos hospitalares. Um relatório da Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi) mostra que a situação é tranquila, ainda que o número de pacientes internados cresça de forma gradual a cada dia. 

Veja o relatório na íntegra

A situação que chama mais a atenção é a de leitos em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), necessários para pacientes em situação mais delicada. No dia 17 de abril, eram 33 leitos de UTI ocupados do total disponível. Na segunda-feira (27), já eram 56 pacientes - 31,1% da ocupação dos 180 leitos existentes no Piauí. 

Em pelo menos dois hospitais, as UTIs para Covid-19 estavam lotadas até a noite de segunda-feira: Natan Portella (antigo HDIC), em Teresina, com 7 leitos, e Tibério Nunes, em Floriano, com 4 leitos. 

Depois do HDIC, a unidade de saúde pública da capital com maior ocupação de UTIs é o Hospital Universitário - 5 de 9 vagas, seguido pelo Hospital de Urgência de Teresina (HUT) - 10 de 26 vagas. 

Somando a rede privada, Teresina tem 45 pacientes internados em UTIs voltadas para Covid-19, enquanto outras 97 vagas estão livres. A ocupação é de 31,7% na capital.  

Ocupação de UTIs no interior

A ocupação de UTIs de Covid-19 no interior do Piauí é menor que na capital - 28,9%. Porém, o número de leitos para atender a demanda fora de Teresina é bem menor: são 38 no total, sendo que 11 deles estão ocupados e 27 livres. 

Em São Raimundo Nonato, há apenas um paciente em UTI, de um total de 10 leitos. O município registra 19 casos confirmados. 

O Hospital Estadual Dirceu Arcoverde (HEDA), em Parnaíba, tem metade da sua UTI ocupada - 4 de 8 leitos. A cidade tem 19 casos confirmados, mas também recebe pacientes de outros municípios.

Ainda há um paciente internado na UTI do hospital Chagas Rodrigues, em Piripiri (8 vagas) e outro no Justino Luz, em Picos (3 vagas).  

Reforço no sistema

O sistema de saúde do Piauí tem capacidade hoje para receber mais pacientes com Covid-19, em contraponto ao que ocorre em cidades como o Rio de Janeiro (RJ), onde há fila de espera por vaga em UTI. 

A medida de isolamento social é apontada por especialistas como uma das principais ações para conter o avanço do novo coronavírus, em especial por possibilitar o reforço do sistema de saúde antes do crescimento do número de casos. Com comércio e escolas fechados, o poder público ganha tempo para ampliar o número de leitos e tentar evitar o colapso. 

No caso do Piauí, o reforço será feito com a inauguração de três hospitais de campanha em Teresina, com leitos clínicos e de estabilização, até o início de maio - dois erguidos pela Prefeitura e um pelo Governo do Estado. 

Sobre UTIs, o Ministério da Saúde habilitou, neste mês, 30 leitos para hospitais no estado - 10 em Teresina, 10 em Picos e 10 em Oeiras. O Governo Federal garantiu o pagamento dos leitos por três meses, prazo que pode ser prorrogado. 

 

Fábio Lima
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CBF informa a clubes que não solicitou "retorno em breve" do futebol

Em vídeo-conferência realizada nesta segunda-feira (27), a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) informou aos clubes que não está pressionando o Governo Federal pelo "retorno em breve" das atividades.

No encontro que reuniu os clubes do Brasileiro, a entidade foi representada pelo presidente Rogério Caboclo e pelo secretário-geral Walter Feldman. A afirmação dos dirigentes aos presidentes das agremiações contrariou a declaração do secretário especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia, Carlos Costa, que declarou que a volta será em pouco tempo.

A CBF garantiu aos clubes filiados que não irá colocar os interesses na frente das questões sanitárias e afirmou que seguirá as recomendações das autoridades de saúde, não dos responsáveis pelas finanças do país.

Apesar da pressão de Brasília, o futebol seguirá ainda as diretrizes dos governos estaduais. Recentemente demitido, Luiz Henrique Mandetta, ex-ministro da Saúde, já havia sinalizado que praças como Rio de Janeiro e São Paulo não poderiam retornar tão cedo.

Há uma tentativa de articulação na capital federal para que os treinos voltem entre 5 a 10 de maio, com os estaduais sendo disputados entre 20 e 30. Ocorre que os governadores de Rio (Wilson Witzel) e São Paulo (João Dória) são antagonistas de Jair Bolsonaro. Como a competência para legislar sobre isso é dos estados, a União está de mãos atadas.

LÉO BURLÁ, PEDRO LOPES E PEDRO IVO ALMEIDA
SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS)

 

Pandemia escancara desigualdade no País, dizem analistas

Foto: Roberta Aline/Cidadeverde.com

A pandemia do novo coronavírus escancarou a desigualdade social no Brasil e combatê-la é o principal desafio pós-crise, avaliaram os participantes de painel da Brazil Conference at Harvard & MIT, evento anual da comunidade brasileira de estudantes em Boston.

O debate, que aconteceu ontem por videoconferência, tinha como tema a Covid-19 e a desigualdade econômica no Brasil, e contou com a participação do apresentador Luciano Huck, do deputado federal Felipe Rigoni (PSB-ES) e da diretora executiva da Oxfam Brasil, Katia Maia.

Cotado para a disputa da Presidência da República em 2022, Huck reconheceu a gravidade do vírus e disse há risco de que as desigualdades no País sejam ampliadas após a pandemia. "Acho que a melhor arma contra o vírus seria todo mundo alinhado, uma narrativa única ancorada na ciência e na medicina. Não é o que estamos vivendo no momento", afirmou Huck, em referência aos posicionamentos do presidente Jair Bolsonaro em relação ao isolamento social - contrários às orientações das autoridades sanitárias e à Organização Mundial da Saúde.

"O real impacto do que acontece agora vai aparecer quando voltarmos à normalidade, com as pessoas enfrentando a falta de crédito, falta de emprego", diz Huck. "Adoraria que enfrentássemos isso de forma organizada, mas não é nossa realidade. Tenho medo da pressão social pós-pandemia."

Nascido e criado em favelas e fundador do projeto social Primeira Chance no Complexo da Coruja, em São Gonçalo, no Rio, Douglas Oliveira foi incluído no painel por Huck. Durante a pandemia, ele arrecadou 1,5 mil cestas básicas para doação. "A pandemia mostra que a gente precisa estender nossas mãos uns para os outros."

Huck disse que o Brasil nunca foi tão solidário e que, como parte da parcela mais rica da população, se sente na obrigação de ajudar. "A elite da qual faço parte sempre foi acusada de passividade. Chegou parte desse 1% fazer parte da solução. Não consigo ver um problema e não achar que faço parte dele."

"É um momento importante falar de desigualdade. Estamos falando de abismos entre cidadãs e cidadãos", disse Katia Maia, da Oxfam Brasil. "Nos últimos anos, a riqueza daqueles que já são super-ricos só aumenta, enquanto os trabalhadores têm um volume cada vez menor de recursos."

Felipe Rigoni propôs que, após a pandemia, o Brasil se esforce em frentes como garantia de renda, saneamento, educação profissional, proteção ao trabalho e assistência social. Para ele, a pandemia deve piorar a desigualdade no Brasil de forma mais acentuada do que outros países.

"O Brasil entrou na pandemia despreparado em muitos sentidos. Isso torna o agravamento (dos efeitos do vírus) pior", disse o deputado. "A gente vai ter que ter um esforço muito maior para não ter um colapso maior. A desigualdade é o desafio central que o Brasil deve enfrentar. Entramos nessa crise com um Estado fiscalmente desequilibrado. Isso o torna menos capaz de dar respostas fiscais e políticas a esse momento."

Katia cita ainda elementos estruturantes da desigualdade brasileira que saltam aos olhos no momento da pandemia, como a falta representatividade da população negra e das mulheres na política. Outro elemento importante nesse cenário é tributação, diz a socióloga. "Temos um sistema que contribui para uma injustiça muito grande na forma como é feita a cobrança dos impostos e como o gasto social, o investimento na sociedade, é colocado."

O painel integra uma programação que tem debatido temas como desenvolvimento econômico, empreendedorismo e startups e desigualdade. Ainda participarão da edição online da Brazil Conference o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), os governadores João Doria (PSDB-SP), Helder Barbalho (MDB-PA) e Renato Casagrande (PSB-ES), entre outros. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Por Bianca Gomes e Matheus Lara
Estadão Conteúdo

Sobrecarga psicológica é pior para mulheres na pandemia

Foto: Pablo Valadares/Agência Senado

A ansiedade e o estresse que acompanham a pandemia do novo coronavírus têm impactado a saúde mental das pessoas em todo o mundo, mas novos estudos revelam que as mulheres são as que mais sofrem com a sobrecarga psicológica causada pela crise.

A preocupação em não se contaminar e garantir o equilíbrio da situação financeira da família enquanto trabalham e cuidam dos filhos fez escalar o número de homens e mulheres que relataram algum tipo de abalo psicológico desde o início de março. A discrepância dos dados entre eles e elas, porém, chama a atenção de especialistas, que avaliam que o aumento vigoroso dos níveis de ansiedade pode gerar problemas ainda mais graves na sociedade pós-pandemia.

Pesquisa da Kaiser Family Foundation mostra que 32% dos adultos nos Estados Unidos diziam, no meio de março, que a inquietação e o estresse com o coronavírus impactaram de forma negativa sua saúde mental. Duas semanas depois, esse número saltou para 45%.No primeiro momento, quando a pandemia ainda não havia chegado em seu pico em diversos países, eram 36%  as mulheres que reportavam impacto em sua saúde mental ante 27% dos homens.

No fim de março, a pesquisa mostra que entre as mulheres o choque foi maior: 53% delas afirmaram que tiveram o emocional abalado de alguma, enquanto 37% dos homens tiveram a mesma percepção na época. A psicóloga Maryam Abdullah, da Universidade da Califórnia, em Berkeley, afirma que as taxas de ansiedade entre as mulheres eram mais altas que as dos homens mesmo antes da pandemia e que o cenário acaba ressaltado em temporadas de crise –e deve piorar.

Na maioria das famílias, ela explica, as mulheres acumulam diferentes atividades e têm maior senso de responsabilidade e cuidado do que os homens.

"Essa é uma tendência. A pandemia destaca as diferenças entre gênero, raça, classe social e outras características da nossa sociedade. Obviamente as mulheres estão cuidando das crianças, trabalhando, e muitas delas são chefes de famílias. Ter que lidar com essas responsabilidades sem o suporte para cuidar de seus filhos ou delas mesmas gera sobrecarga", diz Abdullah.
A rede de apoio externa, que pode envolver escola, creche ou mesmo amigos e parentes que costumam auxiliar a cuidar das crianças, foi suprimida com a pandemia, o que escancarou as discrepâncias domésticas.

Em casas com filhos menores de 18 anos, por exemplo, a pesquisa da KFF mostra que a diferença entre homens e mulheres que relataram abalo emocional em março passou de 5 para 25 pontos percentuais em duas semanas.

No fim de março, 57% das mães disseram sentir piora na saúde mental, ante 32% dos pais. Na quinzena anterior, eram 36% das mulheres e 31% dos homens.

A especialista afirma que há diferentes razões para o abismo que marca a dinâmica de pais e mães na maioria das famílias. Ela pondera que muitos homens tentam e querem ajudar, mas que as atividades domésticas são, no geral, concentradas nas mulheres.
No caso das mães com bebês ou crianças pequenas, há uma demanda natural pela figura materna, principalmente durante o período de amamentação. No entanto, quando os filhos estão mais velhos, a mulher continua sendo o agente prioritário, que os leva à escola, desmarca ou marca compromissos e ajuda no dever de casa.

"São tempos sem precedentes e, às vezes, as mulheres só pensam: 'vou resolver isso, cuidar disso, terminar aquilo' e chegam no limite. Elas precisam falar: 'isso é o que eu consigo fazer, você pode me ajudar com aquilo?'"

Os pais e mães representam um terço da força de trabalho nos Estados Unidos e uma das preocupações dos especialistas é que esse nível de estresse pode fazer com que as pessoas estejam à beira do esgotamento mental quando voltarem à rotina de seus empregos.

As consequências físicas e econômicas da crise do coronavírus parecem mais claras até aqui, mas especialistas afirmam que o impacto na saúde mental não pode ser ignorado.

Abdullah diz que é preciso criar mecanismos para tentar lidar com o período que está por vir. A primeira coisa a fazer, explica, é parar de acumular funções e se permitir ter consciência de seus medos e inseguranças.

"A pandemia é uma das grandes transições da nossa sociedade. Precisamos desenvolver estratégias para chegar até o outro lado sem a ansiedade de não saber como o novo normal será."

Fonte: Folhapress

Ministro da Saúde diz que governo avalia liberar jogos de futebol sem público

FOTO: LUCAS MERÇON/ FLUMINENSE F.C.

 

O governo federal estuda a possibilidade de liberar a realização de jogos de futebol sem a presença de público nas arquibancadas, algo que é uma demanda da CBF. O ministro da Saúde, Nelson Teich, afirmou, nesta segunda-feira, que o tema está sob análise da pasta, mas não sinalizou qual será a conclusão.

Teich mencionou que o estudo é feito levando em consideração a possibilidade de os eventos esportivos levarem "rotina melhor" para as pessoas, que poderiam assistir às competições de casa.

"Existe um pedido para avaliar o retorno de jogos sem público, da CBF. Isso é uma coisa que estamos avaliando. Nem tudo o que a gente avalia é para ser definido. Não é coisa definida ainda. Mas são algumas iniciativas que de alguma forma poderiam trazer uma rotina um pouco melhor para o dia a dia das pessoas", disse

Desde que o novo coronavírus se alastrou no Brasil e a doença ganhou status de pandemia, os calendários de todas as competições de futebol dentro do País foram suspensos.

Mais cedo, também nesta segunda, o secretário de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia, Carlos da Costa, disse que os jogos poderão ser retomados "em breve", mas portões fechados no Brasil. Ele afirmou que vem mantendo conversas com a CBF e que serão adotados protocolos para garantir a segurança de atletas e todos os participantes.

Por Vinícius Valfré e Anne Warth
Estadão Conteúdo

Gasolina cai 7,1% em abril após um mês de isolamento social; diesel cede 5,4%

Foto: Roberta Aline/Cidadeverde.com

Após um mês inteiro de isolamento social, a gasolina está custando em média 7,1% a menos para o consumidor nos postos de abastecimento, com preço máximo de R$ 5,690 o litro e mínimo de R$ 2,950, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), referentes à semana de 19 a 25 de abril comparada à primeira semana do mês.

Já o diesel, antes da redução de 10% pela Petrobras, que entrou em vigor nesta segunda-feira, registrou queda de 5,4%, com preço máximo de R$ 4,950 o litro e R$ 2,650 o mais baixo.

O Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) embalagem de 13 quilos (gás de cozinha) continua resistindo à forte redução do preço do petróleo, registrando queda de apenas 0,14% em um mês na apuração finalizada em 25 de abril. O preço médio deste combustível, que vem tendo grande procura pelo aumento da alimentação em casa, fechou a semana passada custando em média R$ 69,81 o botijão de 13 Kg, sendo a cotação máxima de R$ 115 e mínima em R$ 50,00.

Apesar de redução maior do que em outras semanas, o preço dos derivados ainda está bem abaixo da queda praticada pela Petrobras nas refinarias, que já chega a 50% em relação ao início do ano. Isso acontece devido à composição dos combustíveis, que além do insumo são acrescidos de impostos e das margens dos distribuidores e da revenda.

Por Denise Luna
Estadão Conteúdo

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