Bbilhões de pessoas impactadas pela pandemia do coronavirus poderiam fazer pergunta que clama por reflexão: é preciso uma pandemia produzir um tsunami de mal-estar civilizatório para que tod@s possam parar para repensar e ressignificar as relações humanas e valor da vida simples?
O que era considerado ritmo normal de viver em nossa sociedade nos mostra que algo está errado: madrugar para pegar metrô/ônibus superlotado para trabalhar; viver no botão automático, consumir desenfreadamente coisas desnecessárias, suprimir o tempo de diálogo e interação prazerosa com filhote; comprometer a qualidade da vida amorosa com companheiro/a, promover tédio e ansiedade.
Tenho observado em alguns grupos de educadoras/es e amigos falas sobre alterações de comportamentos do tipo: país aproveitando tempo livre para brincar com filhos. Alguns relatam estar descobrindo prazer de cozinhar sua comida mais vagarosamente. Outras estão cuidando de suas plantinhas e seu jardim.
Também ouço nessas interações de rede sociais o compartilhamento de aprendizagens para descobrir novas formas de aprender e ensinar online com aluno/a. Tem havido socialização de experiências positivas de aula online e de como ampliar horizonte educacional. Há muitas narrativas sobre iniciativas para enfentar a atual crise da pandemias globa: são ações para criar redes de apoio e solidariedade como plataforma Segura Onda: Juntx Somos mais Fortes
Ao mesmo tempo que a humanidade encontra-se em um cenário sombrio, de incertezas, de desnorteamento, também este momento pode ser desafiador e rico de aprendizagens para redesenhar nossas formas sociais de viver, conviver e valorizar o estar juntos de mãos dadas para nos fortalecer . O modelo vigente de sociedade, política, produção econômica e certos valores culturais têm levado a um esgotamento das formas de vida planetária.
Somos reféns de um paradigma social que propaga um viver frenético e nos faz ser escravizado por discursos de governos e empresas que só falam em produtividade, redução de direitos, precarização da vida humana – sempre para enriquecer os de cima e produzir uma partilha desigual do bolo.
Li entrevista do filósofo, jurista e professor Drº Sílvio Almeida no canal TV Tutaméia e ele alerta que não adianta resolver agora problema da doença porque mais tarde podemos ter nova crise pandêmica caso nossas estruturas de pensar, gerenciar e organizar a vida permaneça no mesmo modelo econômico, socioambiental e cultural dominante atualmente.
O que todos temos que ter em mente é que crises são momentos para redescobrir e recriar nossos padrões desgastados de produção das relações humana em interação com meio ambiente, levando em consideração sempre que VIDAS DE MULHERES, NEGR@S, IDOSAS, INDIOS, LGBTS, POBRES, CRIANÇAS E TODAS MAIS IMPORTAM.
POR Herbert Medeiros