Quando um ministro da Educação não tem projeto, programa ou serviços a mostrar, a estratégia é criar uma cortina de fumaça: atacar segmentos socais vulneráveis como mulheres, lgbti+, negros/as; tirar o dele de reta e jogar responsabilidade nas costas dos adversários. Simples assim.
Nesta semana, o ocupante da pasta educacional fez exatamente isso: incitou discursos de ódio com fala repulsiva e jogou para plateia dos convertidos produzindo lgbtfobia na maior cara dura. Agrediu as famílias e filhos/as lgbts, reforçando uma necropolítica governamental planejada e executada para eliminar, calar, silenciar, humilhar e segregar os que não se enquadram na visão de quem ocupa poder central.
No Brasil distópico da atualidade, é preciso lembrar e repetir de forma exaustiva: incitar preconceitos e discriminações de qualquer natureza não constitui ‘liberdade de opinião’, pelo contrário, é crime reconhecido pelo Supremo Tribunal Federal.
Nenhuma liberdade é absoluta quando viola princípios constitucionais basilares das relações humanas: igualdade, da não-discriminação, da dignidade humana, cidadania. É o que popularmente conhecemos como princípio ético: minha liberdade termina onde começa a do outro.
Mas o verdadeiro questionamento que a sociedade brasileira faz ao Ministério da Educação: cadê o papel de articular e coordenar com Estados e Munícipios ações concretas para viabilizar aulas remotas no contexto de pandemia?
O ano de 2020 não viu um tostão dos 135 milhões de reais que deveriam ser implementados para assegurar internet nas escolas. Segundo jornal Folha de São Paulo, somente 16% do orçamento de 2019 foi destinado pelo Ministério para levar cultura digital às escolas.
O que todos queremos saber é como Ministério Educação ficou mais de uma ano e meio paralisado, envolvido em criar problemas imaginários e fabricar fantasmas para desviar atenção da incompetência de quem ocupava a pasta.
A pergunta que não quer calar: ministro da deseducação e desgoverno digam para sociedade como atuaram contra o desenvolvimento do país atrapalhando aprovação da Proposta de Emenda Constitucional(PEC) do Fundo de Desenvolvimento e Valorização da Educação (FUNDEB) no congresso nacional. Sem financiamento do FUNDEB em 2021, a Educação no país ficaria paralisada.
A verdadeira política vigente no Ministério da Educação hoje: desmontar, destruir, aniquilar o pensamento crítico, a cultura, a arte, a ciência, a pluralidade pedagógica, a produção cientifica, a convivência humana com as Diversidades culturais, sociais e políticas.
Ao longo da história do país convivemos com obscurantismos, projetos políticos e econômicos reacionários e autoritários. Mas agentes sociais e culturais sempre estiveram no caminho para ReXistir aos porta-vozes do ressentimento e dos afetos destrutivos das potencialidades brasileiras. O poeta na anunciava: o tempo não para.