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Diversidade

Diversidade Sexual e Racial nas Eleições americanas

A eleição americana da semana passada mobilizou paixões viscerais dentro do país e também por cidadãos/ãs da aldeia global. Estava em jogo o resgate da Democracia como ação transformadora para frear as  ações políticas da extrema-direita neofascista simbolizada na figura de Donald Trump.

 Enquanto multidões aguardavam a confirmação da candidatura de Joe Biden como presidente, o cenário político dos EUA arejava  a  cena política-eleitoral com a presença de duas candidaturas eleitas e  simbólicas  para desafiar ordem estabelecida: Sarah Macbride, primeira senadora estadual transexual; Cori Bush, ativista do movimento Black Lives Matter eleita pelo Missouri.

A presença das duas ativistas traduz um caminho pavimentado por trajetória de lutas  para dar visibilidade e colocar na agenda pública  as pautas LGBTI+ e dos movimentos negro. Sara já protagonizava espaços de representatividade quando presidiu o corpo discente da American University. Também atuou  como primeira mulher trans a exercer atividade profissional  na Casa Branca em 2012.

A senadora eleita fez parte do conselho de direção da Equality Delaware, organização social estadual   atuante pela promoção de cidadania e direitos para pessoas lbti+. Macbride participou ainda de debates em centros universitários e na Campanha de Direitos Humanos,  maior organização em defesa da pauta pró-Lgti+ do Estados Unidos. 

A nova deputada representante do movimento negro estadunidense é integrante da ala progressista do Partido Democrata e tem alinhamento com pautas como: justiça criminal, direito das mulhres, ensino universitário gratuito, saúde pública (Medicare for All).

Cori Bush teve reconhecimento de seu trabalho com o prêmio “Mulheres de Coragem 2015” bem como a premiação do seu protagonismo comunitário de 2018 pela Associação de Ministros Negros do Missouri.

A representatividade de pessoas negras e lgbti+ na cena da política institucional  dos EUA   resulta de um processo histórico de lutas e enfrentamentos contra racismo e lgbtfobia estrutural, possibilitando produzir ações no campo dos direitos civis, políticos e socioeconômicos.

Como não lembrar da coragem e altivez de uma mulher negra,  Rosa Parks, ao enfrentar em 1955  a inaceitável segregação racial americana: não cedeu assento de banco de ônibus para homem branco, transgredindo à naturalização de  leis racistas.

A filósofa, escritora  e ativista   Angela Davis  também pavimentou  o espaço de empoderamento  da mulher negra na luta antirracista e ocupação política nas instâncias institucionais.  Atuou no Movimento Panteras Negras em favor da plena liberdade d@s negr@s das opressões segregacionistas.

A presença de uma senadora Trans no congresso americano hoje representa também uma trajetória de embates e conquistas de Direitos e Cidadania construída lá atrás no Levante de Stonewall (1969): Lbts enfrentaram com bravura a hostilidade policial com frequentadores de um  bar da comunidade gay de Nova York. Hostilidade impulsionada e tolerada  por uma mentalidade  conservadora e reacionária de amplos setores  da sociedade americana.

A Revolta de Stonewall significou um passo fundamental para o ativismo e organização do movimento LGBTI+. Nesse trajeto para derrubar leis discriminatória e promover ações pró-Diversidade Sexual, impossível não ressaltar a  luta incansável de Harvey Milk: político e ativista gay americano desafiador do status quo dominante na arena das sexualidade.

É inegável a importância para movimento lgbti+ e Negro ocupar espaços de poder no Executivo, Legislativo e Judiciário para confrontar/enfrentar projetos políticos de grupos ultra reacionários  impulsionadores do ódio racial, da violência aos lgbts, e de aniquilação dos Direitos Hunanos.

 Importante ressalttar que a ação política para construir sociedades mais abertas, éticas, plurais, igualitárias, liberais,  justas e fraternas deve estar em interação  de aprendizagem constante  com forças vivas e dinâmicas da vida social. Mandato legislativo e exercício de outras funções públicas devem estar sempre  sempre em diálogo e  alianças de cooperação  e produção de políticas públicas com agentes dos movimentos sociais.

Poder Estatal em qualquer nível deve sempre submetido aos controles,  fiscalização e monitoramento da sociedade civil como forma de assegurar a realização de Democracia potente e participativa  de alta intensidade.

Por Herbert Medeiros

 

 

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