O cenário político-eleitoral saído das urnas de domingo sinalizam novos ventos de participação política para segmento lgbtiq+. Resultado de longa caminhada de organização, mobilização e luta, a Diversidade Sexual ocupará casas legislativas com 80 candidaturas eleit@s pelo país.
De acordo com levantamento da Associação Nacional de Travestis e Transexuais/ANTRA, 30 pessoas Trans eleit@s levarão pautas de cidadania e direitos para parlamentos municipais. Entre os nomes eleit@s estão: Duda Salabert (PDT/Belo Horizonte-MG), Erika Hilton (PSOL/São Paulo), Benny Briolly (PSOL/Niterói/RJ), Thammy Miranda (PL/São Paulo/SP) entre outr@s.
Importante a ressaltar na conquista de espaço político-institucional é pioneirismo histórico da primeira travesti eleita no Piauí/Brasil no anos de 1990: Katia Tapety(PI), vereadora, presidenta da Casa Legislativa de Colônia do Piauí e vice-prefeita. Katia é símbolo de ReXistência e luta incansável por Direitos, respeito e empoderamento.
A Educadora da Universidade Federal do Piauí/UFPI, Doutoranda em Educação e ativista trans, Letícia Carolina, destaca a importância de lgbtiq+ ocuparem cargos legislativos para redesenhar velhas práticas da política tradicional tutelada pela cultura patriarcal, heternormativa e subserviente a grupos fundamentalistas religiosos
Letícia ressalta ainda a necessidade de construir coalizões entre mulheres, comunidade negra e lgbts como meio de fazer disputa política com mais empoderamento e possibilidades de acessar espaços no Legislativo e Executivo.
Entre os desafios postos pelas candidaturas LGBTIQ+ confirmadas nas urnas é renovar o modo de fazer política via mandatos pautados em diálogos horizontais e escuta sensível com eleitorado para produzir projetos de lei e ações capazes de enfrentar desigualdades, preconceitos e discriminações.
A renovação também na ação parlamentar ser pautada pela transparência, conduta ética e compromisso para promover processos educativos na mentalidade machista e lgbtfóbica presentes em parlamentos. Ainda realizar exercício de mandato com autonomia e senso crítico para fazer controle social das Administrações do Poder Executivo Municipal.
Por Herbert Medeiros