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Poemas de Natal para saborear boas novas: fraternidade, solidariedade, prosperidade

Poesia de Natal – Cora Coralina

Enfeite a árvore de sua vida

com guirlandas de gratidão!

Coloque no coração laços de cetim rosa,

amarelo, azul, carmim,

Decore seu olhar com luzes brilhantes

estendendo as cores em seu semblante

 

Em sua lista de presentes

em cada caixinha embrulhe

um pedacinho de amor,

carinho,

ternura,

reconciliação,

perdão!

 

Tem presente de montão

no estoque do nosso coração

e não custa um tostão!

A hora é agora!

Enfeite seu interior!

Sejas diferente!

Sejas reluzente!

 

Poema de Natal, de Vinicius de Moraes

 

Para isso fomos feitos:

Para lembrar e ser lembrados

Para chorar e fazer chorar

Para enterrar os nossos mortos —

Por isso temos braços longos para os adeuses

Mãos para colher o que foi dado

Dedos para cavar a terra.

Assim será nossa vida:

Uma tarde sempre a esquecer

Uma estrela a se apagar na treva

Um caminho entre dois túmulos —

Por isso precisamos velar

Falar baixo, pisar leve, ver

A noite dormir em silêncio.

Não há muito o que dizer:

Uma canção sobre um berço

Um verso, talvez de amor

Uma prece por quem se vai —

Mas que essa hora não esqueça

E por ela os nossos corações

Se deixem, graves e simples.

Pois para isso fomos feitos:

Para a esperança no milagre

Para a participação da poesia

Para ver a face da morte —

De repente nunca mais esperaremos…

Hoje a noite é jovem; da morte, apenas

Nascemos, imensamente.

 

O Que Fizeram do Natal, de Carlos Drummond de Andrade

Natal

O sino toca fino.

Não tem neves, não tem gelos.

Natal.

Já nasceu o deus menino.

As beatas foram ver,

Encontraram o coitadinho

(Natal)

mais o boi mais o burrinho

e lá em cima

a estrelinha alumiando.

Natal.

As beatas ajoelharam

e adoraram o deus nuzinho

mas as filhas das beatas

e os namorados das filhas

foram dançar black-bottom

nos clubes sem presépio.

 

Esperança – Mario Quintana

Lá bem no alto do décimo segundo andar do Ano

Vive uma louca chamada Esperança

E ela pensa que quando todas as sirenas

Todas as buzinas

Todos os reco-recos tocarem

Atira-se

E — ó delicioso voo!

Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada,

Outra vez criança…

E em torno dela indagará o povo:

— Como é teu nome, meninazinha de olhos verdes?

E ela lhes dirá

(É preciso dizer-lhes tudo de novo!)

Ela lhes dirá bem devagarinho, para que não esqueçam:

— O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA…

 

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