Ontem ao entardecer desta quinta-feira(17), a cidade de Teresina foi inebriada pelas palavras poéticas do poema “Morte do Leiteiro” de Carlos Drumond de Andrade. De forma sensível e suave, o professor e artista Luciano Melo declamou nas janelas do Teatro 4 de Setembro.
A iniciativa faz parte da IV edição do Projeto “A Hora do Angelus – Uma Ode à Vida”, realizado pelo Coletivo Piauhy Estúdio das Artes e patrocínio Armazém Paraíba/SIEC (Sistema de Incentivo à Cultura e SECULT).
Para saborear a poética drumoniana, seguem alguns versos do poema
Há pouco leite no país
É preciso entregá-lo cedo
Há muita sede no país
É preciso entregá-lo cedo
Há no país uma legenda
Que ladrão se mata com tiro
Então o moço que é leiteiro
De madrugada com sua lata
Sai correndo e distribuindo
Leite bom para gente ruim
Sua lata, suas garrafas
E seus sapatos de borracha
Vão dizendo aos homens no sono
Que alguém acordou cedinho
E veio do último subúrbio
Trazer o leite mais frio
E mais alvo da melhor vaca
Para todos criarem força
Na luta brava da cidade
Por Herbert Medeiros