(UOL) O Portal de notícias divulgou dados de pesquisa da UnB
(Universidade de Brasília) que revela que o preconceito e a intolerância
religiosa estão sendo ensinados para milhares de crianças e jovens do ensino
fundamental brasileiro. O estudo “Laicidade: O Ensino Religioso no Brasil”
analisou 25 livros de ensino religioso mais usados pelas escolas públicas do
país e conclui que a discriminação, principalmente contra homossexuais, faz
parte do conteúdo das obras.
“O estímulo à homofobia e a imposição de uma espécie de
‘catecismo cristão’ em sala de aula são uma constante nas publicações”,
declarou uma das autoras do trabalho, a antropóloga Débora Diniz.
“Desvio moral”, “doença física ou psicológica”, “conflitos profundos” e “o homossexualismo não se revela natural” são algumas das expressões que aparecem nos livros para se referir aos homossexuais. A pesquisa cita que um exercício com a bandeira com as cores do arco-íris acaba com a seguinte pergunta: “Se isso (o homossexualismo) se tornasse regra, como a humanidade iria se perpetuar?”.
“É sugerida uma associação de que um ateu tenderia a ter comportamentos violentos e ameaçadores”, observa Débora Diniz. “Os livros usam de generalizações para levar a desinformação e pregar o cristianismo”, completa a pesquisadora.
“Cristãos tiveram 609 citações nos livros, enquanto
religiões afro-brasileiras, tratadas como ‘tradições’, aparecem em apenas 30
momentos”, comenta a especialista. A reportagem lembra que "os números
contrastam com a previsão da Lei de Diretrizes e Base da Educação de garantir a
justiça religiosa e a liberdade de crença. A lei 9475, em vigor desde 1997,
regulamenta o ensino de religião nas escolas brasileiras".