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A REFORMA E A FARSA

Por Marinalva Santana*

 

Depois de muita especulação, o Governador Wilson Martins finalmente encaminhou a tão esperada reforma administrativa para a Assembleia Legislativa do Piauí. Sob o pretexto de “enxugar a máquina”, são extintos vários órgãos e outros tantos incorporados a Secretarias já existentes.

 

O apelo do enxugamento da máquina é, indubitavelmente, muito forte. Óbvio que ninguém em sã consciência se contrapõe a uma medida que, a priori, é bem vinda. Para maquiar melhor sua proposta, o governo ainda espalha que se pretende dotar o Estado de eficiência administrativa. Segundo a farsa montada, o modelo de gestão adotado daqui para frente é inspirado no do vizinho Estado de Pernambuco.

 

Parece que a equipe do Governo (de que mesmo?) esqueceu de que vivemos em um mundo globalizado, onde as informações circulam livremente na internet, não sendo mais possível se ensaiar mentiras, divulgá-las na mídia e elas ganharem ares de verdade. Felizmente, em nosso árido solo piauiense ainda habitam pessoas cujas mentes não foram corroídas pelas promíscuas relações nada republicanas do toma lá dá cá.

 

Assim, mesmo o mais incauto piauiense já percebeu as léguas de distância que separam o “modelo de gestão” do Governo (?) do Piauí  com o já em curso em Pernambuco. Lá, o Governador Eduardo Campos mantém na estrutura administrativa do Estado a Secretaria de Juventude e Emprego, Secretaria Especial da Mulher e Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos. Aqui, extinguiu-se a  Coordenadoria de Direitos Humanos e da Juventude, transformando-a em uma Diretoria vinculada à SASC. Também se cria a Coordenadoria da Juventude, afinal se precisa achar uma saída honrosa para justificar o não-cumprimento de promessas eleitoreiras de campanha e também para disfarçar a prática nepotista que ressurge com mais  fôlego nesse Governo.

 

Lá o Governador Eduardo Campos criou a Coordenadoria LGBT. Aqui, extingue-se a Diretoria de Diversidade Sexual e se disparara o tiro de misericórdia nos órgãos pensados outrora para combater a violência homofóbica. Lá, as ações intentam afastar de Pernambuco o título  negativo de Estado campeão em crimes de ódio contra LGBT. Aqui, todos os esforços são para trazer esse título para o Piauí.

 

*         Articuladora da Liga Brasileira de Lésbicas no Piauí  

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