O Grupo Matizes realizou
ontem (22/11) a oficina “Travestis e respeito: acionando mecanismos legais para
a conquista de direitos”. A atividade é
fruto de uma parceria com a APTTRA (Articulação Piauiense de Travestis e
Transexuais) e o GPTRANS (Grupo Piauiense de Travestis e Transexuais).
O evento aconteceu no
Auditório do CREAS Pop e contou com a concorrida participação de militantes do
movimento LGBT e estudantes universitários. Os participantes discutiram temas
como o nome social de travestis e transexuais, uso do banheiro e também as várias
violências institucionais praticadas contra o segmento. A discriminação no
espaço escolar e nos órgãos de segurança foi o principal ponto discutido.
A Coordenadora do GPTRANS,
Maria Laura dos Reis, explica que são travestis e transexuais são vítimas da
intolerância em espaços públicos. “A escola não está preparada pra lidar com a
gente. Coisas simples, como o respeito ao nosso nome social e o direito ao uso
do banheiro, são ignorados no ambiente escolar. Por isso, muitas adolescentes
trans evadem-se da escola porque não aguentam a opressão”, explica Maria Laura.
Já a militante Carla Marinz
chamou a atenção para a vulnerabilidade de travestis e transexuais que
trabalham na noite. “É importante que a sociedade e os gestores públicos
entendam e respeitem nosso trabalho, porque a incompreensão leva à prática da
violência, inclusive praticada por agentes do Estado”, afirma Carla.
A oficina “Travestis e
respeito: acionando mecanismos legais para a conquista de direitos” é uma ação
do Projeto “Tecendo Direitos, Costurando Cidadania”, executado pelo Matizes com
o apoio do Ministério da Saúde. Um dos objetivos do projeto é difundir
informações sobre os direitos humanos, com ênfase nas questões de orientação
sexual, identidade de gênero e soropositividade.
Por Marinalva Santana