Durante quatro dias Teresina vai mergulhar no mundo da telona para ver,
sentir, ouvir, indagar, performatizar, ressignificar, problematizar as
potencialidades da arte e sua ação transformadora através do festival audiovisual ‘Parada de
Abril’. Um caleidoscópio cultural que
envolverá mostra de filmes, oficinas, debates, intervenções visuais, musicais,
fotográficas. Essa parada mix acontecerá de 9 a 12 de abril no Teatro do Boi.
A narrativa cinematográfica ‘Kátia’, da cineasta Karla Holanda, será uma
das atrações do festival. A obra adentra o universo simbólico, icônico, político e
sociocultural de Kátia Tapety, primeira travesti brasileira a atuar no espaço político
institucional como vereadora e
vice-prefeita de Colônia do Piauí. A protagonista se descortina no horizonte
fílmico como mulher plural, superando preconceitos e afirmando sua luta por
cidadania e direitos.
Ainda dentro da programação do ‘Parada de Abril’, o documentário ‘Quem tem medo de Cris Negão?’, de René
Guerra, retrata a vida de Cristiane
Jordan, travesti e cafetina do centro de São Paulo. Através da obra pode-se
lançar uma compreensão sócio-antropológica sobre as narrativas
subjetivas e sociais do mundo
underground das travestis das grandes cidades.
Os versos da canção ‘Gentileza’ (Marisa Monte) anunciam ‘apagaram
tudo/pintaram tudo de cinza/a palavra no muro/ ficou coberta de tinta/ só ficou
no muro/ tristeza e tinta fresca’. Assim como esta composição alerta sobre a ação daqueles que querem silenciar as narrativas urbanas
expressa nos muros da cidade, o filme “Cidade Cinza”, dirigido por Marcelo
Mesquista e Guilherme Valiengo, também entra no cardápio do festival de
audiovisual para problematizar que espaço urbano mais democrático se pode
construir através dos discursos plurais que habitam a cidade.
Durante o evento, #SalveRainha será o lounge onde as tribos urbanas teresinense podem
relaxar, tomar uns drinks, saborear uma boa gastronomia, circular e interagir ao
som magnetizante de Sam Andrade, Fábio Andrade, DJ Mansur. O espaço será aberto
todos os dias.
Por Herbert Medeiros