O grupo Matizes promoveu neste sábado (08) a oficina ‘Prevenção e Promoção da Saúde de Jovens’ através do projeto ‘A gente quer viver pleno Direito’. A iniciativa aconteceu a partir da interlocução e parceria com o grupo Afro-cultural Coisa de Nêgo. O objetivo da ação era germinar reflexões educativas sobre vivências das sexualidades e suas conexões com a saúde e prevenção.
No primeiro momento, a justificativa e objetivos do projeto foram contextualizados para os integrantes. Em seguida, o facilitador - ativista do movimento negro e acadêmico de Serviço Social - Jorge Luiz Batista iniciou os trabalhos da oficina provocando os participantes a construírem coletivamente um ‘contrato de convivência’ para favorecer um encontro agradável e produtivo. Os jovens apontaram como eixos norteadores do contrato conceitos como respeito, empatia, diálogo, entendimento, fraternidade.
O mediador propôs a primeira dinâmica da atividade com o tema ‘Mitos e Realidades’. A ação envolvia pensar situações, conceitos e compreensões sobre: papeis sexuais de homens e mulheres na vivência da sexualidade; utilização de métodos contraceptivos por adolescentes; problematização de tabus sobre o exercício da masturbação; uso do preservativo nas interações afetivo-sexuais; desconstrução sobre a noção de grupo de risco e discussão da ideia de situações de vulnerabilidade.
Em outro momento do evento, o facilitador fomentou discussões sobre os conceitos de corpo para além do aspecto biológico. A parte inicial da dinâmica consistia em convidar dois participantes (homem e mulher) para deitar numa folha de papel e depois voluntários desenhariam os contornos dos corpos. Os integrantes então foram provocados a escrever palavras e frases acerca de sentimentos que permeiam as relação sociais, éticas, afetivas, simbólicas e culturais com os corpos.
O propósito da dinâmica, segundo Jorge Luiz, era pensar e ressignificar a importância de valorizar as dimensões socioafetivas do corpo, favorecendo um olhar sensível para sentir, vivenciar e perceber as experiências socioculturais com a corporalidade. Também destacou que uma visão crítica sobre o assunto constitui fator de promoção da saúde para população adolescente e jovem.
O Coordenador do Projeto ‘A gente quer viver pleno direito’, Herbert Medeiros, também colaborou com a oficina apresentando a proposta “Negociação do preservativo na prevenção das Infecções Sexualmente Transmissíveis(IST/HIV/AIDS). Medeiros criou situações desafiadoras para os integrantes responderem como negociariam a camisinha em ocasiões envolvendo vivências das relações sexuais.
Outra temática também colocada em foco versava sobre “Aids e Direitos”. De acordo com a coordenação do projeto, a finalidade de pautar o assunto era difundir (in)formações para os participantes compreenderem o empoderamento de pessoas com HIV/AIDs no exercício de sua cidadania. Situações de violações de direitos foram ilustradas como forma de identificar as estratégias de ações para garantir direitos de pessoas soropositivas.
Em etapa posterior, uma das participantes da oficina fez demonstrativo sobre o uso do preservativo masculino e feminino. Ainda houve distribuição de camisinhas entre os jovens.
Segundo Herbert Medeiros, a oficina realizada em parceria com o grupo Coisa de Nêgo e efetivada na comunidade Boa Esperança, zona norte da cidade, é uma das ações do projeto. Destaca que outras iniciativas estão previstas dentro da programação da 13ª Semana do Orgulho de Ser, a ser realizada entre 26 e 31 de agosto. Entre as iniciativas ressalta a oficina ‘Sexualidade e prevenção das IST’s na palma da mão’ com a facilitadora Thâmara Vilanova e a se realizar na Associação das(os) surdas(os) de Teresina.
O representante do Matizes aponta ainda a palestra no dia 29/08 cujo tema será ‘Ações de prevenção às infecções sexualmente transmissíveis e promoção da saúde’ com a debatedora Karinna Alves Amorim de Sousa, doutoranda em enfermagem e Coordenadora Estadual de Doenças Transmissíveis da Secretaria Estadual de Saúde. O debate acontecerá no Centro de Educação Profissional São Camilo(CEPROSC).
‘A gente quer viver pleno direito’ é realizado pelo Matizes com apoio do Fundo PositiHiVo. Os objetivos do projeto são realizar ações de Advocacy, Educativas e de Prevenção ao HIV/AIDS.