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Manifesto pela Vida de Todos Nós - III Encontro Internacional de Sociopoética

A VIDA, A QUE SERÁ QUE SE DESTINA ?

QUEM ESTÁ EM DEFESA DA VIDA?

RESISTIR É VIVER ?

Refletindo através dos tempos, nos apresentamos aqui, agora, hoje, ontem, amanhã e sempre. Em defesa da vida de todas nós. Nós quem? Nós, que insurgimos contra o feminicídio, a favor da vida das comunidades tradicionais, ribeirinhas, camponesas, nos quilombos urbanos. Insurgimos, nós. Nós, que não morreremos educados por uma civilização que nos nega. É pela nossa vida, pela pluralidade, pelas cores, por muitas sexualidades. Apresentamos o nosso manifesto, estamos aqui desde sempre e até a existência dos dias. Existimos.

Em defesa dos corpos que se movimentam e protestam! Lutar não é crime!

Nós reivindicamos em defesa da vida de todas nós!

Não mais a destruição de nossas casas e modos de vida!

Não mais a nossa destruição em nome de uma única família, religião e tradição!

Não ao Feminicídio!

Nós reivindicamos a vida de todas nós!

 

Educação, perseguição ou insurreição?

Em nome das estudantes de ontem, de hoje e as de amanhã, nós reivindicamos a vida e a integridade dos três estudantes do curso de Licenciatura em Educação do Campo perseguidos pela Universidade Federal do Piauí por terem lutado contra a precarização.

Somos e estamos na luta pela educação.

Em defesa dos corpos que se movimentam e protestam! Lutar não é crime!

Nós reivindicamos em defesa da vida de todas nós!!

 

Desenvolvimento para a vida ou para o lucro? Lagoas do Norte para quem?

Em nome das comunidades ribeirinhas, tradicionais, quilombolas, dos povos das águas, da terra e do campo, nós reivindicamos a defesa da vida dos atingidos pelo Programa Lagoas do Norte. Lagoas do norte para quem? Essa pergunta representa nossa indignação com o atropelamento e aniquilamento rápido e feroz sobre os nossos modos de vida. Resistiremos à essa modernidade ligeira e esmagadora!

Lagoas do Norte para a população!

Vocês não vão enriquecer pelo que construímos com nossas mãos!

Não mais a destruição de nossas casas e modos de vida!

Nós reivindicamos a vida de todas nós!

 

Nossa cultura não é caso de polícia!

Em defesa das casas de reggae da Zona Norte de Teresina, criminalizadas pelo Programa Vila Bairro Segurança; em defesa da Casa Hip Hop de Teresina, tomada de policiais encapuzados, em defesa de todos os movimentos culturais brasileiros negados e perseguidos, em defesa de muitas vidas tombadas nos morros, favelas, periferias, nós reivindicamos nosso direito de cantar, dançar e gritar!

O compromisso da nossa arte não é para ser entendido por vocês, senhores!

Não queremos permissão, não haverá submissão!

Fazemos coro com Sabotage: Polícia, sai do pé!

 

Em defesa dos corpos que se movimentam e protestam! Lutar não é crime!

Nós reivindicamos em defesa da vida de todas nós!

Não mais a destruição de nossas casas e modos de vida!

Não mais a nossa destruição em nome de uma única família, religião e tradição!

Não ao Feminicídio!

Nós reivindicamos a vida de todas nós!

 

Pelos nossos terreiros, congás e casas de santo ameaçadas, destroçadas e desapropriadas por tantas vezes, reivindicamos que somos espírito-corpo-arte-cultura. Reivindicamos nossa cosmovisão afro e indígena, onde arte, vida, música, teatro, canto, espiritualidade, não se separam da vida em nenhum momento. Sendo, nós, resistentes através dos tempos, arte-vida-política, reivindicamos a nossa existência.

Não mais a nossa destruição em nome de uma única família, religião e tradição!

Nós reivindicamos a vida de todas nós!

 

Somos Camilla!

Somos Gisleide!

Francinilda, Iarla, Aretha!

Em solo patriarcal-colonizador, Violência, Opressão, Submissão, Assassinadas, delegacias sucateadas, profissionais descapacitados, instâncias do Governo omissas. Nos querem sempre caladas: “PI tem três feminicídios em 24 horas e delegada faz apelo: ‘vizinhos e vizinhas, protejam nossas mulheres’”; “Em sete meses, Piauí já registra 78% do número de casos de feminicídio do ano passado”; “Piauí é o sétimo estado do Brasil em número de feminicídios”; “Com 100 feminicídios, Piauí não proferiu nenhuma sentença em 2 anos”... Basta!

Somos muitas indignadas, cansadas, Somos mulheres, negras, mulheres e homens trans, LGBTs, guerreiras.

É preciso falar: G Ê N E RO nas Escolas, Universidades, Ruas, Casas, em toda a Cidade!

Não mais deixaremos que nossos corpos e afetos sejam reprimidos de qulaquer forma! Nós, LGBTs, não mais morreremos por sermos quem somos! Não queremos apenas o direito de amar livremente, queremos o direito a cidade, queremos o direito a proteção, o direito a moradia, queremos o ensino superior, queremos o direito ao trabalho, queremos o direito ao direito, o direito a existir!

 

Seguiremos, mulheres, LGBTs, unidas, por políticas públicas de prevenção contra tal realidade opressiva!

Para que sejamos livres!

Não ao machismo!

Não ao Feminicídio!

Não à LGBTfobia!

Nós reivindicamos a vida de todas nós!

 

Não há quem fale por nós e não queremos que falem. Queremos que ouçam.

Falamos e não nos escutaram.

Dançamos e não nos enxergaram.

Agora, ouçam nossos gritos, vejam nosso mover e temam nosso levante!

Não voltaremos para o armário, para a senzala, para a cozinha, para os porões.

Brilharemos.

Nossos olhos, nossos sorrisos, nossa pele, até nossos ossos brilharão.

 

NÓS REIVINDICAMOS A VIDA DE TODAS NÓS!

 

III Encontro Internacional de Sociopoética e Abordagens Afins

24 de agosto de 2018

Teresina, Piauí

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