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Letícia Caroline: educadora travesti assume docência efetiva na UFPI

Letícia Caroline Pereira do Nascimento foi empossada professora da UFPI/Foto: Arquivo Pessoal

 

“Para mim ser a primeira travesti professora universitária no Piauí é um ato de esperança, pois significa que nós podemos construir uma universidade pública para tod@s”. A palavra esperançar ecoa com força do discurso de resistência e responsabilidade ética e social de Letícia Caroline Pereira, primeira educadora trans a assumir a docência na UFPI, no campus de Pedagogia em Floriano.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A nova docente da UFPI declara que se sentiu alegre pela conquista mas também experimentou um sentimento de tristeza por constatar o quanto lbgbts, especialmente mulheres negras e trans, são negligenciadas pelo processo educacional. Ressalta a importância do poder público implementar políticas democráticas de acessos a todos níveis educacionais.

As múltiplas identidades de travesti, pedagoga, pesquisadora, preta, gorda, candomblecista, filha de de Xangô e Iansã levaram Letícia Carolina a caminhar e lutar por espaços de visibilização e empoderamento às existências de travestis e transexuais. Uma caminhada de transformações no campo educacional e atravessamentos de fronteiras segregadoras de interações humanas mais plurais.

O questionamento das fronteiras já se deu na graduação quando Pereira pesquisou sobre “Sexualidade em Escolas Públicas de Parnaíba/PI. Nos estudos de mestrado a educadora segue desafiando o coro dos contentes ao estudar conceitos de sexualidade para jovens no ensino médio no município de Ilha Grande/Parnaíba. Teve como orientadora a

Profª Drª Shara Jane Holanda Costa Adad.

Para compreender e intervir de forma democrática e horizontal na realidade a ser estudada no mestrado, Letícia adotou a abordagem sociopoética de pesquisa: campo de estudo pautado em uma filosofia e uma prática que se norteiam por princípios tais quais: o corpo é fonte de conhecimento; o valor das culturas dominadas como fonte de resistência e produção de conceitos a partir de suas vivências e criatividade; fazer artístico no pensar, pesquisar e conhecer.

Ainda na caminhada para problematizar as relações entre currículo, sexualidade, escola e políticas educacionais, a pedagoga realiza no doutorado investigação sobre ‘os saberes e aprendizagens de mulheres trans, negras e gordas, buscando compreender a constituição de suas subjetividades femininas’. Também tem como orientadora a Profa Drª Shara Jane Adad.

 

Por Herbert Medeiros

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