Dados do Ministério da Saúde revelam que o Piauí registrou alta de 400% na venda de remédios controlados em três anos. A informação é referente a cinco substâncias mais consumidas e foi divulgada nesta quarta-feira (26) pelo Conselho Regional de Farmácia no Piauí (CRF/PI).
“A causa desse aumento pode estar no fato de que alguns medicamentos oferecem bons resultados clínicos a doenças antes não relacionadas a seu uso”, informa o presidente do CRF/PI, Roberto Gomes.
Como exemplo dos remédios mais recorridos pode-se cita o uso de ansiolíticos (medicamentos usados para diminuir ansiedade), a amitriptilina (segunda substância controlada mais vendida em 2011), analgésicos e relaxantes musculares como coadjuvante no tratamento de dores.
Em 2009, foram vendidas 35.470 unidades de Clonazepan, primeiro da lista dos mais vendidos e utilizado no tratamento da ansiedade. Já em 2011 foram dispensadas 143.558 caixas da substância, revelando um aumento quatro vezes maior na sua venda.
O farmacêutico acrescenta que outro motivo para o aumento do uso desses medicamentos é o aumento de doenças psiquiátricas que não são suficientemente tratadas com o psicólogo, necessitando do uso de medicamentos. Exemplo dessas doenças é a “síndrome do pânico”.
Sobre os remédios
Medicamentos controlados, ou sujeitos a controle especial, são aqueles que tem ação no sistema nervoso central e que são capazes de causar dependência física ou psíquica. A lista desses medicamentos pode ser encontrada na portaria 344/98, do Ministério da Saúde, que inclui substâncias abortivas, anabolizantes, substâncias utilizadas na fabricação de entorpecentes e psicotrópicos, dentre outros.
Indicação de uso
A dispensação desses medicamentos segue um protocolo baseado em legislação sanitária e é restrita ao farmacêutico. Cabe ao farmacêutico dispensar esses medicamentos, controlar seu estoque e a quantidade vendida.
Pelo programa SNGPC (Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados), o farmacêutico repassa à VISA (Vigilância Sanitária) as seguintes informações sobre cada unidade dispensada: prescritor (médico, veterinário ou odontólogo), descrição do medicamento, posologia, lote, validade e quantidade vendida.
Lívio Galeno
