Não comer carne, não beber, não ir à festas, jejuar, se recolher, orar. Estas são algumas das ações que marcam a Sexta-feira da Paixão. Entretanto, muitos católicos ainda têm dúvidas sobre o Sábado Santo. Em entrevista ao Jornal do Piauí de hoje (29), o padre Amadeu Matias orientou os fiéis.
"Até 1965 a Igreja celebrava o Sábado de Aleluia pela manhã, porque não podia ter missa mais tarde, então celebrávamos a ressurreição mais cedo. Hoje nós celebramos à noite, por isso o dia mudou de nome para Sábado Santo e é um dia para recolhimento e orações", explicou o padre.
Na missa, o Círio Pascal é aceso, simbolizando a luz de Cristo no mundo. De Quarta-Feira de Cinzas até o Sábado Santo não há Aleluia para os cristãos. "O comportamento dos fiéis para o Sábado é de silêncio, não é prevista nenhuma celebração, nenhuma reunião, a não ser a vigília pascal à noite. Vivemos esse dia junto com Maria, a mãe que viu o filho morto e espera a ressurreição", acrescentou Amadeu Matias.
Carne e cerveja
Apesar de a Igreja não exigir mais os jejuns prolongados. O padre esclareceu que a carne, por ser um alimento farto, rico em proteínas, não é aconselhável neste período de recolhimento.
"Orientamos os católicos a não se alimentarem de comidas muito prazerosas. Este momento é de reviver os últimos momentos de Jesus. Na cruz, Ele tomou fel. Esperamos que o cristão tenha uma postura recolhida e uma alimentação simples, em comunhão com Cristo", enfatizou.
Também não é orientado aos fiéis o consumo de bebidas alcoólicas. "Não convém nem mesmo vinho. Hoje não há Eucaristia, não tomamos vinho na Sexta-Feira da Paixão. Na missa tem a Comunhão, mas somente com o Corpo de Cristo, não há vinho", explicou.
Desafios da Igreja
De acordo com o padre, a Igreja Católica tem tido dificuldade neste período de Páscoa, porque muitos fiéis aproveitam para viajar e se divertir. "O catolicismo sofre com essa mudança. Devemos ser criativos para manter os ensinamentos nos dias de hoje", avaliou.
Jordana Cury