O perfil sócio econômico divulgado pela Corregedoria do Tribunal de Justiça do Piauí revela que há uma tendência de crescimento da participação da mulher no tráfico de drogas no Estado. Pela pesquisa, a mulher deixou de substituir o marido para ocupar o tráfico como profissão.

O levantamento constatou que 59% das detentas do Estado foram presas por envolvimento com o tráfico de drogas. As principais ocupações das traficantes são: empregadas domésticas, manicure, cozinheira, cabeleireira, costureira, artesã, autônoma, vendedora, garçonete e sacoleira.

O corregedor geral do Tribunal de Justiça, Antônio Paes Landim, destaca que as principais constatações é que o crack está se expandindo no comércio do tráfico e que as mulheres estão cada vez mais atraídas por esta atividade.

"A pesquisa mostra o crescimento da população feminina chefiando ou sendo cabeça desse negócio e que existe uma relação satânica de crimes como furto, roubo e homicídio com o tráfico", afirmou o corregedor.

Paes Landim acrescentou que o levantamento faz uma alerta para a necessidade de políticas públicas para este problema que está destruindo as famílias. 

O secretário de Segurança Pública do Piauí, Robert Rios Magalhães ressaltou que a humanidade tem falhado no combate ao tráfico de drogas e disse que é inútil o trabalho de repressão da polícia. O gestor defendeu políticas na área da Educação para reduzir o consumo de entorpecentes e o comércio.

"Não é pelo viés da repressão que vamos resolver. Precisamos entender o viés do viciado, como ele se sente, o que a família dele pensa. É preciso estudar também o viés do traficante", finalizou o secretário.

*Entretanto, segundo o estudo, juntando negros e pardos (categoria “Pretos”) chega-se à realidade de que 87% dos presos do Piauí são pretos.