A Federação de Futebol do Piauí (FFP), a partir desta segunda-feira (27), irá enviar ofício para torcidas organizadas comunicando que as mesmas devem fazer cadastro de seus membros na Polícia Militar. A medida surge após o episódio do último domingo (26), no qual o ônibus de torcedores do Parnahyba foi apedrejado ao chegar em Teresina (PI). Membros da facção Esporão do Galo, ligada ao River, foram apontados como suspeitos.

  

A informação foi ao Cidadeverde.com pelo diretor de futebol da FFP, Robert Brown Carcará. Ele explica que a Polícia Militar vai exigir a lista de torcedores presentes nos estádios em casos de briga, tumulto ou qualquer tipo de violência, para que os responsáveis sejam devidamente identificados e punidos.

O ônibus de torcedores que veio acompanhar a estreia do Parnahyba no Campeonato Piauiense foi apedrejado e teve vidros quebrados antes da chegada ao estádio Lindolfo Monteiro. Após a partida, torcedores do River foram flagrados atirando objetos contra os rivais. Três jovens com camisas da torcida Esporão do Galo foram detidos. 

A FFP dedicou a segunda-feira para analisar vídeos e fotos registrados durante o episódio. A intenção é acionar o Ministério Público, para que punições legais sejam adotadas contra a Esporão do Galo. 

Uma reunião marcada para hoje na FFP foi adiada para terça-feira, no quartel do comando da PM, a partir de 12h. Além da cúpula da Polícia Militar, estarão presentes representantes da federação de futebol, ministério público e Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PI). 

Mesmo não sendo responsável diretamente pela violência, o River Atlético Clube, mandante do jogo de domingo, deve sofrer punições na Justiça Desportiva. 

José do Egito, presidente do Tribunal de Justiça Desportiva do Piauí (TJD-PI), informou ao Cidadeverde.com que aguarda o recebimento do boletim de ocorrência e outras provas que serão utilizadas pelo procurador do caso. 

Em virtude da reincidência do caso, o River pode ser punido com multa, banimento de torcedores dos estádios e até proibição do clube de jogar com torcedores. "Tudo pode acontecer. Vai depender dos auditores, da denúncia", explicou. 

Egito disse que mensagens postadas na internet anteriores ao jogo e sinalizando de que haveria briga na partida já são suficientes para a punição. "Basta provar isso. É uma prova inconteste de que eles organizaram tudo", disse o presidente do TJD, que presenciou a violência. "Eu assisti, ao sair do estádio, a polícia correndo atrás de torcedores. E eu vi que eram uniformizados do River", completou. 

A diretoria do Parnahyba Sport Club vai se reunir na noite desta segunda-feira para discutir o problema. 

Antes da final do Campeonato Piauiense de 2013, entre River e Parnahyba, o ônibus de jogadores do time do litoral foi apedrejado durante a noite. No dia seguinte, o empate em 2 a 2 deu o título ao Tubarão. 

Também em Teresina, o episódio mais grave ocorreu em 2006. O River perdeu para o Parnahyba por 2 a 1. Na saída do estádio, o ônibus dos torcedores foi alvo de pedradas. Luis Carlos Araújo Nascimento estava no veículo, sofreu um infarto e acabou falecendo. Naquele ano, o Parnahyba conquistou o tricampeonato consecutivo.