Atualizada às 11h35
A coordenadora de Gerenciamento de Crises da Polícia Militar, tenente coronel Júlia Beatriz, foi acionada e chegou ao local para negociar a saída dos moradores da entrada do prédio. Inicialmente, eles acordaram em parar com o apitaço que estava atrapalhando as audiências no Fórum Cível e Criminal.
A coronel Júlia e a assistência militar do Tribunal de Justiça irão negociar uma audiência entre o juiz, representantes da Prefeitura e o proprietário do imóvel, com representantes dos moradores. Eles dizem que só deixarão o local após a audiência.
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Moradores do Parque Vitória, da zona sul de Teresina, ocuparam a entrada do Fórum Cível e Criminal na manhã desta segunda-feira(22) protestando contra liminar que determina a paralisação de obras da Eletrobras e Agespisa na comunidade. Eles utilizam apitos e palavras de ordem para chamar atenção no local.
Os moradores foram barrados ao tentar entrar no Fórum pelos policiais do local, houve um princípio de tumulto. Eles conseguiram chegar até o terraço, mas uma barreira policial foi formada para que os protestantes não entrem no prédio.
A diarista, Thaianna Batista, 33 anos, estava revoltada com a ação dos policiais. “Esse lugar aqui é do povo, a gente só veio protestar pedindo água e energia. Eu quero entender porque a gente não pode lutar. Eles empurraram idosos e até crianças”, declarou.
A manifestação é pedindo a suspensão da liminar, que determina a paralisação das obras, sob multa diária no valor de R$ 10 mil para cada empresa. A ação, emitida pelo juiz da 1ª Vara dos Feitos da Fazenda Pública de Teresina Aderson Antônio Brito Nogueira, é do dia 16 de setembro de 2015. Desde então o advogado tenta recorrer da decisão, mas foi negado.
O Parque Vitória é uma ocupação que está em fase inicial do processo de regularização fundiária pela Prefeitura de Teresina. No local, tem mais de 3.500 famílias que moram a cerca de quatro anos. Em maio de 2015, a Prefeitura emitiu um decreto declarando que o espaço é de interesse social.
Segundo o advogado da comunidade, Aderson Barbosa Filho, o proprietário da terra recorreu da decisão porque não recebeu o valor prometido pela Prefeitura. “Existe um processo da 1ª Vara onde o dono da terra pleiteia uma indenização. Ele alega que não recebeu o valor, por isso pediu a liminar de suspensão das obras, até que o montante seja pago”, explica o advogado.
O líder comunitário José da Cruz disse que acha um absurdo a paralisação de obras importantes, depois de tanta luta para regularizar a situação das famílias. “Nossa área é de interesse social. Nós pedimos que essa liminar seja suspensa porque a obra, de quase R$ 4 milhões, já estava em andamento. Muitas famílias estavam com esperança de terem água e luz regulares”, declarou.
Flash de Carlienne Carpaso
Redação Caroline Oliveira
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