Arnaldo Antunes, literalmente, se jogou ao público teresinense, na noite do último sábado, após uma ausência de mais de 10 anos. A separação foi longa, mas o reencontro foi acalorado. Quem foi assistir ao show gratuito no Espaço Cultural Noé Mendes percebeu como o artista fez questão de sentir o calor do público. O auge foi quando ele, no meio do show, desceu do palco e tentou caminhar por entre a multidão, mas o assédio e o empurra-empurra o fizeram desistir de continuar a empreitada.

 

O músico e poeta mostrou que é um tribalista que se expressa pelo corpo. Sua dança ?esquisitona? e performance musical demonstra o lado teatral que é a sua marca no palco. Arnaldo Antunes fez um passeio por um repertório em que relembrou a fase Titãs como as consagradas ?O pulso?, ?Não vou me adaptar? e ?O que?.

 

 

Do Antunes solo, ele cantou ?Quarto de dormir?, ?Contato imediato?, ?Socorro? e ?Pedido de casamento?, além de relembrar músicas de Caetano Veloso e ?agora você vai ouvir aquilo que merece? de Lupicínio Rodrigues. O cantor ainda deu uma canja com ?Tribalistas?, música que consagrou o trio (Marisa Monte, Carlinhos Brown e Arnaldo).

 

 

Com as palavras: ?Eu tenho uma homenagem a fazer aqui?, Arnaldo Antunes começou a cantar recitando ?Coqueiro de Itapuã, areia de Itapuã, morena de Itapuã?, numa celebração, pessoal, a um dos principais nomes da música popular brasileira, o cantor e compositor Dorival Caymmi. O baiano que morreu na manhã do sábado aos 94 anos vítima de câncer nos rins.  

 

 

 

 
No palco, Arnaldo se entregou ao público. Bebeu cerveja dada por um rapaz na platéia, recebeu anéis de presente durante o show e por várias vezes, fez questão de cantar bem próximo ao teresinense. O som não era dos melhores, porém o artista não reclamou e como o encantamento era tanto que passou batido.

 

 

 

Como disse Arnaldo Antunes ao encerrar o show: ?foi uma noite memorável e até a próxima ocasião?.

 

 

 

Yala Sena

Fotos: Yala Sena
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