Existem obras que marcam uma administração, como é o caso de pontes, estradas e barragens. Outras, pouco chamam a atenção da sociedade, mas provocam uma verdadeira revolução no campo e na vida de milhares de pessoas. O modelo de reforma agrária no Brasil tem transformado sonhos em realidade e, no Piauí, conseguiu avanços nunca antes vistos.
?As pessoas diziam que isso era tolice, que jamais teríamos nossa terra. Às vezes parava, ficava olhando o trabalho que fazia nesta fazenda e nunca conseguia imaginar que um dia parte daquela terra seria da minha família. Agora sei que é realidade e, aquelas pessoas que me desestimulavam hoje até sentem um pouco de inveja?, relata Luis Jose da Silva, 56, um dos 24 agricultores familiares do Assentamento Lagoa do Pé do Morro, localizado em uma área de 728 hectares em Piracuruca e inaugurado em junho deste ano.
Segundo a coordenadora de Investimentos Comunitários do Crédito Fundiário, Suzana Fernandes, com mais essa inauguração, já são 18 assentamentos com total infra-estrutura de casa, rede de energia e água, beneficiando 361 famílias. O total de investimentos foi de R$ 11.790 milhões somente naquele município.
?Agora, cada família assentada da Lagoa do Pé do Morro está apta a receber R$ 18 mil pelo Pronaf A. Esse dinheiro chega às suas mãos pelo Banco do Nordeste e deve ser investido em compra de sementes, irrigação e tudo aquilo que for necessário para transformar o assentamento em um projeto produtivo. Com isso, eles podem produzir mais e vender para o programa Compra Direta, eliminando o atravessador e garantindo o preço mínimo pelo produto?, explicou.
O deputado João de Deus (PT), que prestigiou a inauguração do assentamento Malhada da Faveira (20 famílias) em Alto Longá, também em junho, lembrou em Piracuruca que uma das metas dos governos federal e estadual é desenvolver políticas públicas que valorizem os mais pobres em seu lugar de origem.
O líder do governo disse ainda que, ao investir nesses assentamentos, na prática, o governo fixa o homem no campo e evita o inchaço das grandes cidades.
?Nosso modelo de reforma agrária busca financiar a produção, ao tempo em que garante às famílias assentadas total assistência técnica, pois não basta apenas viabilizar a terra. É preciso ainda, dar condições de melhoria de vida, como é o caso da água, energia, estrada, acesso à educação e saúde. Antes do governo do PT, o dinheiro para o Crédito Fundiário retornava para a União porque não era utilizado. Agora, o governador Wellington Dias pede é mais?, afirmou o parlamentar.
