Valdemar Alves Neto, 45 anos, motorista da carreta envolvida no acidente que matou seis pessoas e deixou mais oito feridos na tarde desta terça (21), concedeu entrevista ao Cidadeverde.com e falou sobre seu sentimento em relação às vítimas e quem é o responsável pela fatalidade.
O caminhoneiro, que está preso na penitenciária Jorge Vieira em Timon, culpou a má sinalização nas obras na BR 316 pelo acidente. Ele afirma que guiava a 50km/h e que o bloqueio estava sendo feito logo após uma subida e a sinalização pouco visível. Como trazia uma carga de 15 mil quilos, Valdemar diz que não conseguiu parar a tempo de impedir a colisão.
“O bloqueio estava errado. Tinham que ter colocado o bandeirinha mais distante, pra gente ver de longe. Quando eu fiz a subida, já estava ‘em cima’ dos outros carros”, descreve. “Tentei tirara para a esquerda e bati no Fiesta (Celta). Não deu certo, puxei para o outro lado; mas aí perdi o controle”.
Valdemar, que há 22 anos é caminhoneiro, diz que levava sua carga de Belém com destino a Salvador e Aracaju. Ele afirma ainda que há anos faz o mesmo percurso pelo Nordeste e havia saído da capital paraense às 22h da segunda e que dormiu apenas duas horas na cidade de Santa Inês (MA), das 7h às 9h da terça. Sua intenção era chegar à Teresina por volta das 15h, pernoitar e sair rumo ao seu destino às 5h da manhã desta quarta (22)
Sobre a acusação de que estaria sobre efeitos de drogas para não dormir, o motorista disse que não bebe e toma apenas remédios para circulação. Segundo o delegado regional de Timon, Francelino de Jesus, responsável pela investigação, o exame do bafômetro feito em Valdemar pouco após o acidente não apontou ingestão de álcool. A dúvida só será esclarecida com o resultado do exame toxicológico que está sendo feito em São Luís que deverá estar pronto em até dez dias.
“Eu não tomo essas coisas. Todo o pessoal que puxa eletrodomésticos tem rastreador no caminhão, então, não tem como a gente exceder as horas, porque a empresa monitora e até desliga o veículo quando a rota está adiantada”, garante o caminhoneiro.
Ajuda
Durante o acidente, Valdemar declara que prestou socorro às vítimas e que não sabia das mortes. “Ajudei a tirar a primeira pessoa. Por isso não fugi. Eu estava ajudando quando a polícia e os bombeiros chegaram e me levaram. Tenho certeza dos meus atos”, disse.