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Bebê que nasceu com 340 gramas tem alta após 10 meses

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Uma bebê nascida com apenas 340 gramas após uma gestação de 25 semanas teve alta no último dia 24, após completar 10 meses e já pesando pouco mais de 6 quilos. Ela é um dos poucos casos de sucesso entre bebês nascidos com menos de 400 gramas no mundo.

“Considerando quem nasce abaixo de 400 gramas, é difícil sobreviver, isso em todo o mundo. Dados nacionais a gente nem tem, é uma amostra muito baixa”, diz Graziela Del Ben, chefe da UTI neonatal do Hospital São Luiz, em São Paulo, onde a bebê ficou internada.

Só de UTI, a pequena Rafaella precisou ficar internada por 9 meses e três meses com respirador. “Quando nasceu, o pulmão ainda era muito imaturo”, conta Graziela.

“Um mês e meio depois de descobrir que estava grávida, começou a me dar muito cansaço. Com o tempo, não conseguia nem levantar”, conta a mãe, Greice Kelly Amaral, 30, que estava esperando gêmeos. Internada, a mulher foi diagnosticada com uma doença rara, a dermatomiosite. “Não sabia disso, eu já era mãe de um menino de 7 anos, mas essa [última] gravidez acabou comigo”, conta.

Dois dias depois de a mulher ter alta, um exame de ultrassom de rotina constatou que uma das placentas não estava recebendo o fluxo normal de sangue. Segundo a mãe, a obstetra que acompanhava seu caso ofereceu duas opções: adiantar o parto de ambos, por cesariana, ou desistir da gestação de Rafaella. “Preferi retirar os dois, sem pensar duas vezes”, relembra.

De acordo com Graziela, o menino Hulisses, irmão de Rafaella, nasceu com 700 gramas. Ele teve alta após passar 6 meses na UTI, segundo Greice Kelly.

Recuperação esperada
No período em que ficou na UTI, Rafaella “teve manipulação mínima, para reduzir o stress”, diz a médica. Graziela diz que, apesar de ser um caso que exige observação, sua recuperação está dentro do esperado.

Greice Kelly recorda que a filha teve duas paradas cardíacas aos 5 meses de vida. “Na segunda, uma corda vocal parou, e ela ficou com problemas de sucção.”

“Em relação ao sistema nervoso, não houve grandes intercorrênicas, mas a gente tem que esperar evoluir [para avaliar possíveis atrasos]”, afirma Graziela. E completa: “Mas ela está sorrindo, segurando o pescocinho”.

Em casa, Rafaella ainda recebe uma dose mínima de oxigênio, e uma sonda ainda está ligada ao seu estômago, embora às vezes ela já use a boca para se alimentar. A bebê ainda recebe cuidados médicos e acompanhamento fonoaudiológico, mas a mãe diz estar tranquila quanto aos próximos desafios. “Pra quem passou por tudo o que ela passou, isso não é nada.”

Fonte: G1

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