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Dor crônica em tempos de pandemia e veja como lidar

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Recentemente publicada pela Associação Internacional de Estudos da Dor (IASP), a nova definição para dor tornou-se descrita como: experiência sensorial e emocional desagradável associada a, ou semelhante à associada a dano tecidual real ou potencial. Ela se torna crônica quando não está mais associada a uma patologia específica, mas ao sistema nervoso. 

“Dor é a forma do corpo expressar que algo não vai bem. É a comunicação do sistema nervoso periférico (local afetado) e central (cérebro). Se o problema demora muito a ser resolvido, o nervo sofre danos e se comporta como um alarme que soa ininterruptamente. Por isso, se após o tratamento da causa da dor ela ainda persistir de um a três meses, indica que pode ter se tornado crônica”, explica Dr. Cezar de Oliveira, neurocirurgião especialista em coluna.

Uma pesquisa recente da Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz) revelou que 50% das pessoas que já sofriam com dores crônicas tiveram piora nos últimos quatro meses. A maior manifestação dessa dor entre os brasileiros está na região da coluna lombar, de acordo com informações da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). 

“A pesquisa condiz com o que vemos em consultório, muitos pacientes estão sofrendo com aumento ou novos registros de dor. Isso pode decorrer de vivermos tempos de pandemia, em que naturalmente há um aumento de ansiedade, preocupações e mudanças na rotina que muitas vezes resultam em má postura e sedentarismo. O corpo reage com dor”, revela o especialista. 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que cerca de 30% das pessoas no mundo são afetadas por dor crônica, que já é considerada questão de saúde pública. O Dr. Cezar reflete que “ela compromete a qualidade de vida do paciente, que muitas vezes se sente incapacitado de realizar suas tarefas cotidianas e acarreta uma série de outros impactos, como econômico, social, afetivo e psicológico”.

Como aliviar a dor crônica 

Para tratar a dor crônica com sucesso é preciso entendê-la. Essencialmente, se manifesta em três intensidades: leve, moderada e intensa. “A última chamamos de dor crônica complexa e intratável, onde medicamentos não funcionam e requer intervenções diretamente no nervo”, indica Dr. Cezar.

Para casos leves, medicamentos analgésicos, anti-inflamatórios e relaxantes musculares podem ajudar. Atividades físicas e técnicas de relaxamento também podem colaborar para o alívio de tensões musculares que levam a quadros de dor. 

Já para os casos moderados a intensos, pode haver a necessidade de medicamentos mais fortes e intervenções cirúrgicas, como as minimamente invasivas. Entre elas:

Bloqueio e infiltração: consiste em injetar medicamento diretamente no nervo afetado, com auxílio de imagens por raio-x e anestesia local.

Rizotomia por radiofrequência: busca interagir com os nervos que causam dor para reprogramá-los ou danificar suas estruturas para evitar que continuem a causar dor. Com precisão absoluta e auxílio de ondas de calor, o procedimento atinge somente o nervo afetado e proporciona alívio imediato da dor.

“A melhor indicação estará associada ao histórico de saúde do paciente, por isso cada caso deve ser avaliado individualmente com o médico”, encerra Dr. Cezar. 

 

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