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Neurologista diz que não dá para atribuir doença ao uso da vacina contra Covid

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O neurologista piauiense Kelson James Almeida avalia que não há como atribuir diretamente a doença Mielite Transversa como um efeito adverso ligado à vacina de Oxford contra Covid-19. Após diagnóstico da doença, os testes da vacina em voluntários foram suspensos. 

"Não dá para atribuir diretamente o efeito adverso ao uso da vacina. Esse paciente já podia ter uma tendência a doença. Esse estudo já passou por fase de segurança. A parada dos testes é uma parada técnica que mostra que o estudo é sério, mas será retomado. Se novos casos aparecerem, então a comunidade científica vai ficar mais alerta em relação ao tema", disse o neurologista. 

A Mielite Transversa, doença neurológica que causa a inflamação da medula espinhal, foi diagnosticada em apenas um dos milhares de voluntários nos testes na vacina de Oxford contra a Covid 19. Kelson James ressalta que doenças do sistema nervoso central podem ter complicações pelo uso de vacinas e, no caso da vacina de Oxford, apenas um dos mais de 60 mil voluntários desenvolveu efeito colateral grave. 

"A doença é autoimune, rara e que a pessoa já nasce com predisposição. É como se o corpo reconhecesse antígenos do sistema neuro central, no caso da medula, e passa a inflamar, a atacar esses antígenos. Como a lesão é na medula, o paciente pode ter perda de força nos braços e pernas, problemas na bexiga, impotência sexual e até falta de ar. São de três a oito casos por milhões de habitantes, mas a gente sabe que os pacientes que são imunizados, as vacinas podem desencadear um processo autoimune, essa inflamação na medula. Mas há tratamento com corticoides e imunoglobinas e os pacientes podem ficar bem após essa complicação", explica o médico. 

 

Graciane Sousa
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