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Greve de ônibus: "município está refém dessa briga", diz procurador sobre impasse

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Foto: Ascom/prefeituradeteresina

O Procurador-Geral do Município, Aurélio Lobão, afirmou nesta terça-feira (22) que os problemas no transporte coletivo estão sendo causados principalmente pelos empresários, que não entram em acordo com os trabalhadores do transporte coletivo, que iniciaram uma greve na segunda-feira (21).

Segundo o procurador, o Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (Setut) não tem negociado com os grevistas, pois tem utilizado o movimento para conseguir reajustar os valores das passagens. O sindicato já afirmou que o dinheiro que é arrecadado atualmente não é suficiente para manter os custos operacionais do sistema.

Aurélio Lobão explicou que a prefeitura tem cumprido os acordos firmados com o sindicato e que neste momento não deve nenhum valor para os empresários.

“O município está refém dessa briga. Não podemos mais compactuar e nem concordar com a utilização desse movimento de greve como forma de pressionar o município de Teresina para ter pagamentos, valores reajustados. A prefeitura não deve nada a ninguém, a prefeitura tem tomado as medidas necessárias para que o serviço seja prestado a contento, mas o que temos é uma briga entre dois sindicatos por melhores condições de trabalho”, afirmou.

O Procurador-Geral do Município destacou que os recentes problemas estão sendo causados pelos empresários, e que desde o início da atual gestão, estão sendo acompanhados de perto os quatro contratos de concessão com empresas, e que foram abertos quatro processos administrativos sobre eventuais descumprimentos de contratos.

“Basta observar que temos três mil multas para as empresas nos últimos anos. Basta observar que temos abaixos-assinados recolhidos nas comunidades dizendo da falta de ônibus. Basta ir em uma parada e ver que as empresas não cumpriram o que estava no contrato, que tinham que informar para a população os horários dos ônibus. Se isso estivesse sido implantado e executado ao longo dos anos, nós não estaríamos aqui discutindo isso hoje. Para se ter uma ideia, não tinha um fiscal do contrato das empresas com o município. Então essas situações estamos cientes e estamos sensíveis”, destacou.

Aurélio Lobão pontuou que os trabalhadores que entraram em greve possuem motivos de reclamação já que sofreram perdas salariais após decisões dos empresários, mas que a população não pode ser afetada, por isso pediu o cumprimento de decisão judicial para circulação de 80% da frota de ônibus durante a greve.

“Entendemos e defendemos que os trabalhadores tenham melhores condições de trabalho, porque antes eles tinham uma renumeração que era um salário mínimo, e agora é por diária, isso fere de morte os direitos constitucionais da irredutibilidade dos vencimentos, então entendemos sim os trabalhadores, defendemos que continuem exigindo melhorias, mas dentro da lei de greve, e agora cumprindo a decisão judicial”, destacou.

O procurador afirmou que a prefeitura tem feito o possível para que a situação volte a normalidade em breve. “Hoje estamos no papel de mediador, estamos apontando as irregularidades em um processo de fiscalização que nunca teve. São mais de três mil multas, então estamos sim ao lado da população, para poder encontrar soluções, para que esse serviço jamais sofra novamente com esse histórico embate dos sindicatos e que isso interfira na nossa realidade. Que a população tenha fé, vai dar certo, estamos no caminho da legalidade”, disse Aurélio Lobão.

O Cidadeverde.com procurou o Setut, que informou que no momento não irá se manifestar sobre o assunto.

 

Bárbara Rodrigues e Gorete Santos
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