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Um a cada quatro cartões no Brasileiro é por reclamação contra árbitros

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Um a cada quatro cartões aplicados no Campeonato Brasileiro 2023 é por reclamação. Essa é a média aproximada após três rodadas da competição, em uma temporada na qual a arbitragem aperta o cerco contra protestos de jogadores e comissões técnicas.

Considerando amarelos e vermelhos, 26,2% dos cartões aplicados até agora foram por reclamação.

Número é ligeiramente superior ao mesmo período da edição de 2022, quando 25,1% dos cartões registrados nas súmulas foram por reclamação após três rodadas.

Em números absolutos, os árbitros da Série A já mostraram a mais cinco cartões amarelos e um vermelho, na comparação com as três rodadas iniciais do ano passado.

OS NÚMEROS

Até a terceira rodada da Série A 2023

- 202 cartões (189 amarelos e 13 vermelhos)
0 53 por reclamação (49 amarelos e 4 vermelhos)
Até a terceira rodada da Série A 2022
- 187 cartões (178 amarelos e 9 vermelhos)
- 47 por reclamação (44 amarelos e 3 vermelhos)

MAS QUEM RECLAMA MAIS?

O número dos cartões por reclamação para jogadores continua praticamente igual: 35 em 2023 e 36 em 2022.

O que saltou foi o número de cartões aplicados por esse critério a membros da comissão técnica. Em 2022, foram 12 até a terceira rodada. Neste ano, 17.

NINGUÉM SE ENTENDE

O jogo Vasco e Palmeiras foi sintomático. Nenhum dos dois times tinha seu técnico à beira do campo, já que tanto Maurício Barbieri quanto Abel Ferreira tinham sido expulsos no jogo anterior, ainda na primeira rodada. Abel chegou a dizer que o assistente se dirigiu a ele, português, em espanhol.

A dupla voltou de suspensão na terceira rodada. E ambos saíram da partida com um amarelo cada.

O que os árbitros registram é a reclamação de sempre, protesto contra suas decisões. Entre os jogadores, tem gente pendurada só pelos cartões por reclamação: Gabigol, do Flamengo, levou dois amarelos em três jogos por esse motivo.

Os técnicos contra-atacam falando que falta critério na aplicação da regra por parte da turma do apito. Na rodada passada, João Martins, auxiliar de Abel, fez um protesto colocando esparadrapo na boca durante o clássico contra o Corinthians.

"Está se criando uma narrativa de que o problema da arbitragem é o treinador. O resto não, eles (árbitros) não erram, não cometem equívocos, os critérios são perfeitos... o único problema é o treinador? Eu falo, abro braço: amarelo.

O treinador do outro lado abre o braço, não tem amarelo. Não consigo entender. Vou ficar mais quieto ainda. Eles vão continuar errando sempre, tendo falta de critério e ninguém vai falar nada", disse o técnico vascaíno. 

O fato é que a CBF pediu que os árbitros tolerem cada vez menos as reclamações. A instrução é usar sem medo o cartão amarelo para controlar o comportamento dentro e ao redor do campo. E isso foi dito aos times em visitas clube a clube feitas por representantes da comissão de arbitragem.

RODADA A RODADA

Na primeira rodada do Brasileiro 2023, houve um "choque" com a nova instrução. Foram 21 cartões em resposta às reclamações ? 19 amarelos e dois vermelhos.

Na segunda rodada, houve a impressão de que a poeira iria baixar: 12 amarelos por reclamação e nenhuma expulsão.

Mas a curva disciplinar voltou a subir na terceira rodada, com 18 amarelos e dois vermelhos por reclamação.

Além das suspensões automáticas, as expulsões por reclamação também rendem processos no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). Os casos estão se acumulando e chegarão em breve às comissões disciplinares.

ANDRÉ MARTINS E IGOR SIQUEIRA
SÃO PAULO, SP, E RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS)

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