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Marinha francesa localiza sinal de caixa-preta de Airbus, diz jornal

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A Marinha francesa localizou, nesta terça-feira, um fraco sinal das caixas-pretas do Airbus da Air France que desapareceu no dia 31 de maio no oceano Atlântico, revela reportagem do jornal francês "Le Monde". A Air France não confirma a notícia e os militares não se manifestaram sobre o assunto.

O jornal reporta que o minissubmarino Nautile foi para o local para verificar o som emitido pelo objeto na região onde caiu o avião --a aproximadamente 850 km do arquipélago de Fernando de Noronha (PE). As buscas pelas caixas-pretas são realizadas com a maior urgência possível, já que as baterias do sinalizador do equipamento duram 30 dias.

A reportagem não revela a fonte da informação e nem a localização exata da área onde foi localizado o equipamento. "As buscas se tornaram complicadas [devido ao relevo do oceano]", diz o "Le Monde". De acordo com o jornal, as caixas-pretas "ainda têm autonomia para aproximadamente oito dias".

As balizas que emitem os sinais sonoros para permitir a localização têm o tamanho de uma pilha grande e são acopladas às caixas-pretas.

A Comissão de Investigação francesa (BEA), órgão do governo francês responsável pelas investigações do acidente, afirmou que os equipamentos, que guardam dados cruciais para explicar o acidente, ainda não foram "localizados" com precisão.

O órgão informou que esta não é a primeira vez que os pesquisadores detectam ruídos submarinos, e que todos eles são investigados. No começo das investigações, o diretor do BEA, Paul-Louis Arslanian, chegou a pedir prudência nas buscas, até mesmo porque havia a hipótese de que os sensores pudessem ter se separado do equipamento após a queda.

O submarino nuclear francês Émeraude, equipado com sonares, patrulha desde o dia 10 de junho uma área de buscas em um raio de 80 km, com relevo montanhoso e de difícil acesso onde a profundidade do oceano pode variar de 800 m a mais de 5.000 m.

Segundo nota dos Comandos da Marinha e da Aeronáutica, em três semanas de operação de buscas, as aeronaves voaram cerca de 1.350 horas, tendo sido realizadas buscas visuais em 320 mil km2, correspondente a mais de duas vezes a dimensão do estado do Ceará.

Até esta terça-feira, 50 corpos já foram recolhidos --entre os quais 11 já foram reconhecidos. 228 pessoas de 35 nacionalidades estavam a bordo da aeronave.

Causas do acidente

Para o BEA, a caixa-preta é considerada essencial para esclarecer as causas do acidente, ocorrido no trajeto Rio-Paris. As investigações prosseguem sem que haja explicações conclusivas sobre o que pode ter derrubado o avião.

Sabe-se que o avião teve uma pane elétrica e despressurização da cabine, porque foram enviados alertas do tipo durante o voo. Uma falha nos sensores externos que medem a velocidade da aeronave, o pitot, foi apontada como possível causa do acidente.

Para o presidente da EADS (Empresa Europeia de Aeronáutica e Defesa, que controla a Airbus), Louis Gallois, "neste tipo de acidente, não existe uma [só] causa". "É a convergência de diferentes causas, criando um acidente. É essencial para que todos saibam o que aconteceu."
 
Fonte: Folha Online
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