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Moradores relatam desespero e sufoco com casas alagadas no residencial Dilma Rousseff

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Foto: Najla Fernandes/TV Cidadeverde

Por Bárbara Rodrigues e Najla Fernandes

Famílias que tiveram as casas alagadas na chuva ocorrida na última terça-feira (2) falaram sobre o sufoco que passaram no residencial Dilma Rousseff, na zona Norte de Teresina. Segundo a Defesa Civil, seis famílias foram afetadas, mas elas se recusam a sair do local.

A moradora Raquel Araújo afirmou que se assustou quando a água começou a entrar na sua residência que fica na Rua Conquista.

“Foi um sufoco na hora em que a gente viu a água entrando. Eu já comecei logo a me desesperar, porque eu tenho pressão alta, né, e aí a gente fica preocupada mais é com as crianças, porque a casa começou logo foi a estralar. Ficou parecendo um rio aqui dentro. Fiquei desesperada mesmo, botando as crianças para cima da cama. E é aquele sufoco mesmo, e confiando em Deus mesmo, para poder não perder a fé. A gente tem que confiar em Deus. Essa água veio de repente, pegou a gente de surpresa”, afirmou.

Ela afirmou que todos os móveis e eletrodomésticos molharam, que perdeu roupas, calçados e alimentos. A Defesa Civil já alertou que as seis famílias afetadas devem sair do local, mas Raquel Araújo afirmou que pretende ficar, pois não tem para onde ir.

“Não [vou sair], não tenho para onde ir. A Saad veio também, aí ela falou do Aluguel Solidário. Que era para gente procurar uma casa. Mas por aqui não tem, todo mundo mora nas suas casas, não tem casa para alugar. Aí disseram que pagariam um aluguel de R$ 300 reais para a gente sair, mas a gente não pensa de sair e deixar a casa da gente abandonada. Quando chegar não encontro as minhas coisas, que foram conseguidas com tanta dificuldade. A gente sai, aí vão carregar tudo. Então eu estou querendo uma ajuda do Poder Público, que viesse para me dar uma ajuda de um cimento, de um tijolo, de uma areia, para poder reforçar minha casa e aguentar o inverno. Até porque se chover forte de novo, dessa vez a casa vai cair, porque estava estralando. A Defesa Civil condenou, disse que eu não poderia ficar mais aqui, mas eu não tenho para onde ir, eu estou com a mão atada. Sem ter para onde ir”, disse a moradora.

Problema na região é antigo

A moradora Raimunda Ferreira afirmou que mora há 11 anos no local, e que a região sempre passa por esse problema durante o período chuvoso.

“Moro aqui há 11 anos, e aqui no Dilma Rousseff, é muito complicado, é muito difícil aqui no inverno. A gente passa muito transtorno aqui dentro e nada é resolvido. Minha casa já caiu e aqui é desse jeito. Já cheguei a perder tudo, tudo. Perdi casa, tudo o que tinha dentro foi embora. Continuei aqui, porque não tenho para onde ir. Nunca ninguém me ajudou, ninguém, mas eu vou conseguir com fé em Deus”, destacou a moradora.

Uma obra de calçamento tem sido apontada pelos moradores como um dos responsáveis por piorar a situação. 

“Faz 4 anos que eu moro aqui, nunca tinha alagado a minha casa. Depois que fizeram o calçamento foi que alagou. Molhou móveis, sofá, e eu tive que suspender os móveis em cima dos tijolos. A água estava dando na cintura. Por enquanto eu fico por aqui, se tornar a alagar, eu procuro um jeito de sair, mas por enquanto eu fico aqui”, afirmou a moradora Maria da Luz.

Em nota a Saad disse que as vítimas serão introduzidas no programa 'Aluguel Solidário”.

Confira a nota na íntegra:

A Prefeitura de Teresina por meio da Superintendência de Ações Administrativas Descentralizadas (SAAD Norte), informa que as famílias que residem na Rua da Conquista no Residencial Dilma Rousseff e foram atingidas pela forte chuva da última terça-feira (02), já receberam a visita da Gerência de Habitação do órgão e da Defesa Civil do município, um cadastro socioeconômico foi realizado e as mesmas serão introduzidas no programa 'Aluguel Solidário ' da administração municipal teresinense. Cabe as famílias apontarem os novos endereços para que seja dado o início às realocações e respectivos acolhimentos. A medida é considerada emergencial visando o bem estar dessas pessoas.

O SAAD Norte ainda reforça que se coloca à disposição dos moradores através do seu canal de ouvidoria por meio do número de  WhatsApp: (86) 99574-2730 ou mesmo na sede da superintendência, localizada na rua Rui Barbosa, 3079 - Matadouro.

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