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"Viagra feminino" está em fase final de testes

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A falta de desejo sexual feminino atinge mais de 40% das mulheres em todo o mundo. E assim como há dez anos, o lançamento do Viagra, pela Pfizer, trouxe uma luz, e muito mais, para os homens com problemas sexuais, o mesmo resultado pode chegar em breve às farmácias para as mulheres. O laboratório alemão Boehringer Ingelheim finaliza os testes de um remédio desenvolvido a partir de uma substância já conhecida da medicina, a flibanserin, que age no sistema nervoso central e não apenas um estímulo físico localizado.

A descoberta do remédio aconteceu quando o laboratório estudava a atuação da molécula no tratamento de casos de depressão, o que se mostrou ineficiente. Surpreendentemente, mulheres que participavam dos testes reportaram aumento do desejo sexual.

As pesquisas então se voltaram para a misteriosa seara da sexualidade feminina. Atualmente sete estudos estão em andamento na Europa e Estados Unidos, com 5 mil mulheres. "O mecanismo da sexualidade masculina é diferente do feminino que passa por questões conjugais, religiosas, individuais", diz Demétrio Ortega, gerente médico da Boehringer Ingelheim , que concedeu entrevista ao Terra ao lado da diretora médica da empresa, Sonia M. Dainesi.

Tentativas
Nos últimos dez anos, vários estudos foram feitos para se descobrir um medicamento que obtivesse o mesmo sucesso que a pílula azul teve entre os homens. Tarefa difícil, pois a chave para a liberação do prazer feminino não é tão simples como a masculina, que se resolveu com o uso de um remédio de efeito vasodilatador, ação do Viagra e de outros remédios semelhantes. Produtos lançados no mercado não encontraram respostas positivas para resolver ou diminuir a Síndrome do Desejo Sexual Hipoativo.

Em 2003, um adesivo que liberava testosterona na corrente sanguínea conseguiu apenas aumentar a lubrificação feminina e facilitar o ato sexual, mas não deixou as mulheres mais interessadas em fazer sexo. Outra tentativa foi o lançamento de um gel que aumentava a vasodilatação e também a sensibilidade na região íntima. Mas na cabeça feminina, nenhuma mudança.

O novo medicamento
Demétrio Ortega e Sonia M. Dainesi explicam abaixo algumas características do medicamento em teste, cuja cor ainda não foi definida, mas já garantiram: não será azul.

Nome: ainda não definido.

Principal substância: Flibanserin, em inglês, ou flibanserina, em português.

Como atua: modula a disponibilidade da serotonina, diminuindo a concentração da substância fora das células e aumentando sua concentração dentro das células.

O que os testes apontam: registrou-se aumento da libido feminina entre as mulheres que testaram o medicamento.

Data de lançamento: ainda sem definição. O laboratório aguarda a finalização das pesquisas cujos resultados são esperados para o final de 2009.

Tempo de uso: diferentemente do Viagra e dos remédios anteriormente lançados, o uso do medicamento da Boehringer Ingelheim deverá ser feito de seis a oito semanas para começar a agir. O tempo de tratamento deverá ser prescrito pelo médico.

Tratamento: apesar de ter atuação no sistema nervoso central, o tratamento com o remédio poderá ser complementado com técnicas já existentes como psicoterapia e outras terapias para aumento da autoestima, atividades de relaxamento, dependendo de cada caso.

Indicação: o remédio será indicado para uso em mulheres descartando-se outros problemas orgânicos que podem causar diminuição da libido, como hipotireoidismo ou outros problemas endócrinos, uso de medicamentos antidepressivos, uso de alguns tipos de anticoncepcionais etc.

Idade: Mulheres adultas, a partir dos 18 anos sem limite de idade. As pesquisas foram realizadas com mulheres de até 75 anos. Mas a faixa etária pode ser alterada quando o medicamento passar pela aprovação dos órgãos de saúde de cada país onde será vendido.

Contraindicações: As pesquisas não apontaram restrições

Preço: Ainda não definido

Fonte: Terra
 
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