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Sucesso de brasileiros no hipismo vira problema para dirigentes

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O atual sucesso do hipismo brasileiro está sendo um ‘problema’ para seus dirigentes. Um número recorde de conjuntos, 31, garantiu índice para participação dos Jogos Mundiais Equestres, de 25 de setembro a 10 de outubro no Kentucky, Estados Unidos, e a dificuldade agora é conseguir dinheiro para bancar as despesas de viagem. A competição, realizada a cada quatro anos, tem eventos de salto, adestramento, CCE (concurso completo de equitação), volteio, rédeas, enduro, atrelagem e adestramento paraequestre.



Tirando a atrelagem, o Brasil garantiu vaga para equipe completa em todas as outras modalidades. "Vamos ter participação inédita, por exemplo, no adestramento, que já classificou três conjuntos e ainda pode ter um quarto", diz o secretário executivo da Confederação Brasileira de Hipismo (CBH), Luiz Rocco. Outras modalidades, por sua vez, aumentaram a participação, como o volteio, que levou 6 atletas em 2008 e vai levar 8, e rédeas, que levou 3 e terá quatro.

Esse progresso aumenta os custos em progressão geométrica pois com o aumento do número de participantes é preciso gastar mais com o transporte dos cavalos além de estadia e passagens de tratadores, veterinários e atletas. Segundo Rocco, os organizadores pagam apenas parte do custo. "A quarentena dos cavalos (período obrigatório de observação dos animais para evitar a disseminação de doenças veterinárias) e as estadias dos atletas, de um dia antes até um dia após as competições, correm por conta dos organizadores. O resto tem de sair do nosso bolso."

É aí que a coisa complica. Segundo Rocco, o orçamento para fazer uma preparação e uma participação "ótima" para o Mundial, com aclimatação dos atletas e treinos no Kentucky é de, aproximadamente R$ 2,5 milhões. "Recebemos anualmente R$ 1,8 milhão anuais de verbas da Lei Piva, dos quais R$ 600 mil vão para as Federações Estaduais. O restante é usado para custear todas as despesas de todas as modalidades. Fora isso, temos os ganhos com a taxa de passaportes dos cavalos e da organização de concursos, que chega a aproximadamente R$ 200 mil."

A CBH conseguiu no mês passado a aprovação de um projeto da Lei de Incentivo ao Esporte para o Mundial de R$ 4 milhões. "Mas já imaginávamos que seria difícil captar tudo isso", diz Rocco. Até agora, segundo o secretário, tudo que a entidade conseguiu foram os R$ 200 mil mínimos exigidos, por parte do Grupo Gerdau, para que o projeto fosse aprovado. É o suficiente, apenas, para pagar o custo do transporte dos cavalos que estão no Brasil para o Kentucky. "Ainda nem recebemos o orçamento dos cavalos que virão da Europa. Podem ser em menor quantidade, mas como os custos são em Euro poderemos ter um gasto semelhante ao do Brasil."

Segundo Rocco, o hipismo sofre uma espécie de preconceito ao contrário. "Os dirigentes acham que é um esporte de elite e, por isso, não precisamos de dinheiro." A CBH é a única das confederações com medalha de ouro olímpica que não conta com patrocínio de uma empresa estatal. "Tentamos conseguir parte do dinheiro com o COB (Comitê Olímpico Brasileiro) mas eles nos responderam que só financiam eventos continentais, como Pan-americanos e Sul-Americanos e Olimpíadas."

Fonte: Estadão
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