O aumento de 40% das vendas pela internet no Natal deste ano veio acompanhado de muitas reclamações de atrasos nas entregas. Centenas de relatos no site Reclame Aqui mostram que o problema deixou muita gente sem presente nos dias 24 e 25. As queixas atingem diversas varejistas, mas as líderes em reclamações são Americanas.com e Submarino.



Entre anteontem e ontem, até as 16h, a Folha contou 295 mensagens relatando atraso na entrega de produtos da Americanas.com e 177 no Submarino. Ambas pertencem à B2W, grupo líder em vendas on-line no país. Havia ainda queixas contra Ponto Frio (45), Walmart (37) e Magazine Luiza (27).

A advogada Ana Carolina Lacativa, 33, diz que comprou no Submarino cinco Blu-ray da Disney, mas a encomenda, que deveria chegar até o dia 15, não havia sido entregue até o dia 23. "Quando começou a atrasar, tentei acompanhar a situação da entrega pela internet, mas o link estava sempre fora do ar. Viajei no dia 23 e meus sobrinhos ficaram sem presente", reclamou.

Segundo o assessor técnico do Procon de São Paulo Marcos Diegues, pessoas que passaram por esse tipo de problema podem entrar na Justiça com pedido de indenização por danos morais. "Passado o Natal, o problema já se instalou", disse.

Diegues ressalta, no entanto, que o consumidor precisa provar que houve dano. "O mais eficiente é cancelar a operação e fazer a compra em outro local", afirma.

Outro lado
A Americanas.com informou que "o aumento do volume de vendas impactou algumas entregas" e que trabalha para uma solução breve. Já o Submarino disse que tomou as providências cabíveis para resolver os casos.

O Walmart afirmou que as queixas estão sendo tratadas com prioridade. A empresa destaca que conquistou em 2010 o "Prêmio Excelência em Qualidade Comércio Eletrônico B2C", do e-bit. Segundo o Magazine Luiza, os atrasos são casos pontuais e "a empresa não poupa esforços para solução".

O Ponto Frio pediu em nota desculpa pelo transtorno causado aos consumidores e informou "que uma falha no parceiro logístico provocou a alteração na data de entrega de algumas encomendas". Ainda segundo a empresa, "os casos são pontuais e a empresa já atuou na correção da questão junto a transportadora que vem dando prioridade a solução dessas entregas".

Fonte: Folha